CAPÍTULO 1

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O despertador tocou insistentemente, arrancando Ester de um sono profundo. E ao perceber que o som irritante era o despertador.

- Mais que droga! Todo dia a mesma coisa, eu já não aguento mais, aquela garota tá me sufocando - Ester se levantou esfregando os olhos e pisando descalça no chão frio. - Vou falar com a Kate sobre isso, talvez ela me ajude a resolver essa situação.

Ela pegou o celular com uma expressão de frustração, ligou para Kate. A ligação foi atendida imediatamente.

- O que foi, Ester? - Kate perguntou, seu tom de voz ainda meio sonolento.

- Kate, me faz um favor e diz para a Lucy parar de agir assim comigo! - Ester disse com o tom de voz carregado de irritação.

- Como assim, que jeito ela te trata?

- Ela acha que é dona de mim, toda hora quer minha atenção, e isso tá me sufocando!

- Desculpa, mas isso não é problema meu.

- Kate, além de mim você é a única que tem contato com ela. Pode fazer esse favor para mim?

- Ester, você pode contar comigo sempre que precisar, mas esse problema é você quem tem que resolver. - Kate desligou a ligação.

- Que droga! Não acredito que vou ter que falar com a Lucy. - Ester totalmente decepcionada - Vou ter que ligar pra lucy infelizmente.

Ela apertou os números no celular, e Lucy atendeu rapidamente.

- Olha só quem resolveu ligar.

- Lucy, preciso falar com você uma coisa muito séria...

- Eu te liguei várias vezes ontem, por que não me atendeu? - Lucy perguntou, irritada.

- Eu estava ocupada, Lucy.

- Quantas vezes tenho que dizer que não gosto disso?!

- Olha, Lucy, se você não tem o que fazer, o problema é seu. Eu tenho um monte de coisas para fazer. - Ester respondeu, o desconforto evidente em sua voz.

- Eu não estou te entendendo, o que quer dizer com isso?

- Você acha que eu tenho que te dar atenção toda hora, fica brava quando me vejo conversando com outras pessoas, e isso me deixa sufocada, sabia?!

- Desculpa, é que eu gosto muito de você, Ester, e ter te conhecido foi a melhor coisa que aconteceu na minha vida - Lucy tentou se justificar.

- Isso não é motivo para me tratar assim. Você tem que mudar, ou a gente vai ter que se afastar por um tempo.

- Desculpa, Ester, isso não irá se repetir - falou lucy se sentindo arrependida.

- Eu espero mesmo...

- A gente poderia sair hoje à noite, o que acha?

- Eu não sei - Ester respondeu, com um olhar confuso, olhando pela janela para o dia nublado. - Não tô muito afim.

- Vamos, Ester, a Kate vai estar lá e seria bom se você fosse também.

- Tá bom, Lucy, estarei lá à noite.

- Tá bom, mas toma cuidado, Ester - disse lucy,com a preocupação evidente na voz. - Tem casos de mortes na cidade e eu não quero que nada de ruim aconteça com você.

- Não se preocupe comigo. - Ester encerrou a ligação.

Ester pensando se deveria ir ao encontro de Lucy e Kate. O som da chuva começando a cair lá fora a fez pensar em outra alternativa.

- Talvez eu devesse passar a noite com a Sandy, preciso saber como ela está depois das coisas que aconteceram ontem. - Ester colocou seus sapatos, um par de tênis surrados que tinham sido seu fiel companheiro, vestiu uma blusa cinza e saiu do quarto. As escadas rangiam sob seus pés enquanto descia até o hall de entrada.

Sua mãe estava na cozinha, preparando o café da manhã e olhou para Ester com uma expressão de curiosidade.

- Posso saber onde você vai?

- Vou na casa da Sandy, tem umas coisas que preciso resolver com ela - respondeu Ester, nervosa.

- E onde você estava ontem à noite, que chegou muito tarde?

- Estava na casa da Sandy. Eu não percebi o tempo passar e cheguei tarde.

- Estavam fazendo o quê exatamente? - A mãe de Ester questionou, sua voz revelando um misto de preocupação e confusão.

- Desculpa, mãe, mas eu realmente preciso falar uma coisa muito importante com ela. - Ester ignorou a mãe, pegou as chaves do carro que estavam em cima do balcão e saiu apressada para o carro.

O céu estava carregado de nuvens cinzentas enquanto Ester dirigia pelas ruas molhadas de Charlotte. Ela estacionou em frente à casa de Sandy e bateu na porta, o som ecoando na calma vizinhança.

- Por que você não abre essa porta, hein, Sandy?! - Ester gritou, a frustração evidente na sua voz.

A porta se abriu lentamente, e Sandy apareceu, surpresa ao ver Ester.

- O que você está fazendo aqui?

- Eu que pergunto, onde você estava? - Ester perguntou, a preocupação e a raiva misturadas.

- Eu estava limpando umas bagunças, se é que me entende.

- Não me diga que deixou ela fugir! - disse ester, se sentindo preocupada.

- Claro que não, deixei ela presa no porão.

- Posso ver ela?

- Acho melhor deixar para outra hora.

- Quero ter certeza. Você está mentindo de novo, não é? - Ester se sentiu desconfiada.

- Eu sabia que não dava para confiar em você - Sandy disse, se sentindo decepcionada.

- Desculpa - Ester tentou se desculpar. - Não vou desconfiar de você novamente.

- Que bom. Fico feliz que posso confiar em você - Sandy respondeu, de forma irônica.

- Você sabe que dia é hoje? - Ester perguntou, olhando para o céu nublado que cobria a cidade.

- Hoje é sexta-feira, 26 de novembro de 2021, e são 10 horas da manhã.

- Eu combinei de sair com minhas amigas à noite na praça, no centro de Charlotte.

- Posso ir com vocês? Seria legal - Sandy sugeriu, olhando no fundo dos olhos de Ester.

- Melhor você ficar cuidando das coisas por aqui. Eu preciso conversar com a Lucy.

- Com a Lucy?! - Sandy exclamou, espantada.

- Sim, com a Lucy. Qual o problema?

- Aquela garota é estranha e dramática. É melhor se afastar dela - Sandy aconselhou.

- Eu concordo... mas, apesar disso, ela continua sendo minha melhor amiga desde o ano passado - Ester explicou.

- Tá bom, Ester, só não deixe isso te atrapalhar e não deixe ela controlar você, tá bem?

- Ela não está me controlando.

- É mesmo? Acha que eu não percebo que ela fica com ciúmes quando me vê com você? - Sandy estava irritada.

- Bom... eu tenho que ir pra casa, Sandy. Até outro dia.

Ester voltou para o carro, olhando para o céu enquanto dirigia de volta para casa. A chuva estava começando a se intensificar, refletindo seu estado emocional confuso e cansado.

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