A JORNADA PARA O DESCONHECIDO

0 0 0
                                    

A estrada serpenteava através de uma paisagem montanhosa, com o sol se pondo lentamente no horizonte, lançando longas sombras e tingindo o céu de tons de laranja e roxo. Áurea e Elias caminharam em silêncio, os pensamentos de ambos mergulhados na magnitude da tarefa que tinham pela frente. Eles haviam deixado o mosteiro atrás e agora se dirigiam para um destino desconhecido, guiados apenas pelas pistas deixadas no antigo tomo.

— Você acha que encontraremos Marcos Veridion? — Elias quebrou o silêncio, sua voz carregada de dúvida e esperança.

Áurea olhou para ele, um sorriso ligeiro se formando em seus lábios. — Eu acredito que sim. O livro menciona que ele é um eremita que vive em uma caverna nas Montanhas de Elandor. Se as descrições estiverem corretas, ele deve ser fácil de encontrar. Claro, se ainda estiver lá.

Elias balançou a cabeça. — Espero que ele esteja. Não só por causa do que precisamos, mas também porque é um bom sinal se conseguimos encontrá-lo. Isso significa que talvez ainda haja esperança para o que estamos tentando fazer.

A jornada não estava sendo fácil. As estradas eram acidentadas e o clima começava a esfriar com a chegada da noite. Eles fizeram pausas breves para descansar e se alimentar, mas logo se viam novamente em movimento, determinados a alcançar seu destino. Cada passo em direção às Montanhas de Elandor era um passo mais perto da resposta que Áurea desesperadamente procurava.

Naquela noite, ao redor da fogueira que haviam montado para se aquecer, Áurea e Elias discutiram mais sobre o que sabiam e o que esperavam encontrar.

— Marcos Veridion... — começou Elias, olhando para as chamas com um olhar contemplativo. — O que você espera que ele possa nos ensinar?

Áurea mexeu nas brasas com um galho, pensativa. — Eu espero que ele possa me mostrar como controlar as sombras de maneira mais eficaz. No livro, ele é descrito como alguém que dominou os poderes das trevas e os usou para propósitos maiores. Se eu conseguir aprender com ele, posso finalmente entender o que está acontecendo dentro de mim e como lidar com isso.

— E se ele não quiser nos ajudar? — Elias perguntou, sua voz cheia de preocupação. — E se ele achar que você é uma ameaça e não nos receber?

Áurea olhou para ele, seu olhar firme e resoluto. — Então teremos que encontrar outra maneira. Não podemos desistir agora, Elias. Esse é o caminho que escolhemos, e precisamos ver até onde ele nos levará.

A conversa foi interrompida por um som distante que chamou a atenção dos dois. Era um grito, agudo e desesperado, vindo das profundezas da floresta que cercava o acampamento. Áurea e Elias se entreolharam, a tensão crescente entre eles.

— Você ouviu isso? — Elias perguntou, levantando-se com cautela.

Áurea assentiu, os sentidos aguçados. — Sim. Parece alguém em perigo. Devemos investigar. Pode ser uma armadilha, mas pode também ser uma oportunidade de ajudar alguém que pode nos oferecer informações.

Eles se moviam com cautela através da floresta, o som do grito ainda ecoando ao fundo. As árvores pareciam se fechar ao redor deles, a escuridão das sombras criando uma sensação opressiva. À medida que se aproximavam, o grito se tornou mais claro, revelando um tom de angústia e medo.

Finalmente, chegaram a uma clareira onde encontraram uma cena perturbadora. Um grupo de homens encapuzados estava atacando uma figura que estava caída no chão. A figura parecia indefesa, lutando para se proteger. Sem pensar duas vezes, Áurea e Elias correram em direção ao grupo.

Áurea ergueu as mãos, convocando as sombras ao seu redor. Elas se lançaram como serpentes, atacando os agressores e forçando-os a recuar. Elias, ao seu lado, usou sua força e agilidade para ajudar a pessoa caída, protegendo-a dos ataques.

NO CAMINHO DAS TREVASOnde histórias criam vida. Descubra agora