Confissão

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Peter

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Peter

O dia amanheceu um pouco mais frio. As folhas em tons de laranja devido à estação, cobriam as pedras das ruas e dançavam conforme o vento soprava sobre elas.
O céu estava nublado e as nuvens cinzas escondiam o sol.

Acendi as velas da capela a fim de clarear um pouco mais o lugar e de trazer um aconchego aos fiéis que a visitasse para fazer suas preces.

Me assentei no banco de madeira e fiquei ali refletindo e vendo as chamas se misturarem umas com as outras devido à minha visão limitada.
Não havia muito o que fazer, e às vezes a vida de padre é um pouco solitária. Principalmente em dias como esse, em que ninguém está disposto à levantar da cama, seja para trabalhar ou para rezar.

Pensei em dar meia volta e fechar a igreja, talvez poderia fazer uma visita à Andrew... Não, melhor não. Isso seria brincar com fogo. Ele mora em Romney Hall e fica próximo demais da casa de Georgie. Não sei se saberia me comportar se a visse novamente, depois dos pensamentos libidinosos que tive sobre ela ontem.

Inspirei fundo e esfreguei meu rosto a fim de afastar essas ideias da minha cabeça.

De repente ouvi um toc-toc, denunciando os passos de um calçado feminino. Senti uma mistura de baunilha e almíscar invadir o ar e fechei os meus olhos ao aspirar aquele perfume.

Vi a imagem embaçada de uma mulher de estatura baixa, vestida com um vestido azul escuro e uma capa preta, ajoelhada sobre o genuflexório do confessionário. Logo me dirigi para dentro, a fim de ouví-la.

— Olá, bom dia! Por favor conte-me o que gostaria de confessar.

— Peter.

— Georgie?

Silêncio.

Senhor! O que essa mulher está fazendo aqui? Ela quer me enlouquecer?

— O que você quer?

— Quero saber se está bem.

— Não podia me perguntar sem vir até o confessionário?

— Não.

— O quê? Por quê não?

— Porque quero confessar uma coisa, oras!

Céus, se ela vai fazer o que eu acho que vai fazer...

— Diga.

— Eu não consigo parar de pensar em você.

Mas que droga, essa mulher vai me arruinar! Enterrei meu rosto nas mãos.

— Georgie, não pode fazer isso...

— Eu sei. Mas é que eu quero lhe pedir perdão.

— Perdão? Pelo quê?

— Pelo o que você presenciou.

A imagem veio nítida na minha mente. Me contorci dentro da minha própria pele por puro desejo.

— E quero dizer que...

— Que? — Minha respiração já estava alterada.

— Era você quem eu queria ali.

Ah você não disse isso Georgie! Castiguei meus lábios em uma mordida ao sentir-me enrijecer novamente.

— Georgie... Não diga coisas da boca pra fora.

— Eu queria Peter. Imaginei que era você ali desde o início. Não conseguia tirá-lo da mente, por mais que tentasse. — Pausou em meio à um suspiro. — Eu não sei mais como conter esse desejo. — Cerrei meus punhos. — Preciso de você.

Comecei a suar frio.

— Você sabe que eu não posso. Não complique as coisas.

De repente ela abriu a porta do confessionário e me encarou. Seus olhos eram famintos e sua boca era apetitosa demais para que eu recusasse.

— Georgie...

— Shh, não diga nada. — Ela se sentou sobre o meu colo e quando percebi já estava arranhando suas carnes como um animal.

Georgie abaixou seu rosto próximo do meu e passou o polegar sobre os meus lábios enquanto eu os umedecia com a língua.

— Não sabe como eu tentei me controlar Peter. Não sabe o quanto eu lutei contra esse sentimento. Você fez um estrago em minha mente. —  Mordi seu dedo a fitando com meus olhos que ardiam de desejo por ela.

Georgie roçou os seus lábios nos meus e arfei um gemido com o toque delicado e carregado de paixão.
Toda a minha pele se arrepiou enquanto agarrei seus cabelos, emaranhando meus dedos nos fios e na fita de cetim.
Sua língua dançou dentro da minha boca, acariciando-me e tomando-me o fôlego. Correspondi o beijo com as mãos ávidas mas explorava o céu de sua boca com suavidade, enquanto lhe arrancava suspiros cada vez mais intensos e sonoros.

Apertei sua coxa com força e a comprimi contra mim para que soubesse o efeito que estava me causando.

Georgie olhou cheia de travessura para a minha proeminência evidente.

Eu deslizei meus dedos sobre a pele nua de suas coxas e quando ia alcançar o seu centro quente e ansioso pelo meu toque, meu sangue gelou ao ouvir a voz de Cornellius e nos encaramos assustados.

— Shh...

Ouvimos passos até a sacristia e a porta se fechou.

— Precisa ir.

— Certo, eu vou. Mas eu volto.

— Georgie, isso está ficando perigoso demais... — Disse enquanto ainda tinha aquela mulher encaixada em meu colo e massageava sua coxa. — Temos que parar.

— Você quer parar? — Ela puxou o meu lábio inferior em meio à uma mordida.

— Você sabe que não... — Ofeguei.— É por isso que é tão perigoso. Vamos acabar nos machucando. Tenho meus deveres, e ter você fixada na minha mente não me... — Ela se remexeu contra mim. — Ah... Não me ajuda... — Ela beijou o meu pescoço e o sugou me causando cócegas.

Sua mão atrevida puxou meu colarinho a fim de alcançar mais pele e eu agarrei seu punho com força para afastá-la, não o suficiente para machucar, mas para que entendesse que não tinha permissão para fazer aquilo.

Seus olhos me fitaram perplexos.

— Precisa ir embora! Cornellius não pode nem sonhar que esteve aqui! — Sussurrei a repreendendo.

Ela assentiu saindo do meu colo, e beijando os meus lábios suavemente.

Eu ainda tinha meus olhos turvos de desejo e estava extasiado por seu perfume que inundou aquele pequeno espaço. Georgie saiu dali e deixou um vazio gigantesco, pareceu-me que aquele confessionário era dez vezes maior agora.

Recostei a minha cabeça com força na madeira e recobrei o fôlego. Eu já sabia que seu beijo era o paraíso, mas não estava nada preparado para um momento como aquele.

O calor de seu corpo contra o meu e seus gemidos de prazer agiam sobre mim, como uma droga entorpecente e deliciosamente viciante.

Aprendi por toda a minha vida que uma mulher é a ruína do homem. Cornellius me fez acreditar que amar uma dama era perda de tempo e condenável aos olhos de Deus. Então por quê não consigo sentir culpa por tê-la beijado? Por quê pareceu tão certo para mim? Se é tão errado, por quê a amo tão desesperadamente?

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Confissão proibida de Georgiana Crane (OS CRANE- PHILOISE). Onde histórias criam vida. Descubra agora