Bokuto estava sentado na arquibancada vazia do ginásio da escola Fukurodani, a bola de vôlei repousando em seu colo. O som do eco dos seus próprios pensamentos preenchia o silêncio ao redor, enquanto seus olhos fitavam o chão brilhante à sua frente. Era um dia de treino livre, mas ele estava longe de seu habitual estado de energia contagiante.
— Ah, Akaashi... — murmurou Bokuto, com um sorriso melancólico nos lábios. Seu coração batia descompassado sempre que pensava no levantador. Akaashi era, sem dúvida, o mistério mais fascinante e confuso que ele já havia encontrado.
Bokuto se levantou e começou a andar de um lado para o outro, como era seu jeito habitual de lidar com a ansiedade. Ele sempre foi o centro das atenções no time, conhecido por sua energia explosiva e seu entusiasmo sem limites, mas agora sentia um turbilhão interno que não conseguia ignorar.
— Por que ele tem que ser tão incrível? — Ele riu para si mesmo, tentando esconder a inquietação que sentia. — Sempre com esse olhar calmo, como se soubesse algo que eu não sei.
Akaashi não era apenas o levantador mais habilidoso que Bokuto já conheceu. Ele era alguém que, sem esforço, conseguia desestabilizá-lo, não com palavras, mas com aqueles olhares discretos e sorrisos leves. Bokuto nunca pensou que poderia se sentir tão perdido, mas, quando Akaashi estava por perto, tudo parecia mais intenso.
— Ei, acorda, Bokuto! — exclamou ele, se dando um tapa na testa e dando um salto. — Você é o ace do time! Vamos lá, nada de ficar desmotivado! Se Akaashi vê você assim, vai achar que você está dando mole!
Determinando-se a encontrar Akaashi, Bokuto deixou o ginásio e começou a procurar pelo campus da escola. Seus passos ecoavam pelos corredores, e ele passava pelas salas de aula e pelo refeitório, mantendo os olhos abertos para qualquer sinal do levantador. Sua energia vibrante estava de volta, e ele estava determinado a encontrar Akaashi, mesmo que isso significasse procurar em cada canto da escola.
Finalmente, depois de explorar vários locais, Bokuto se dirigiu para a biblioteca, um lugar onde Akaashi frequentemente ia para estudar ou ler. Com a esperança renovada, ele se encaminhou para lá, seu entusiasmo quase palpável. Se havia algum lugar onde Akaashi poderia estar, era ali.
[...]
Na biblioteca, Keiji encontrava-se perdido em seus pensamentos e paranoias criadas. Ele havia ido para o local durante o intervalo do almoço e, logo depois, teria que ir ao treino do time. Ficou tão distraído que nem percebeu o alarme soar, sinalizando o fim do horário do almoço e o fechamento da cantina. No fim das contas, nem chegou a comer.
Sentado entre livros e papéis, Keiji tentou acalmar a mente agitada. O ambiente silencioso da biblioteca era um refúgio temporário.
— Akaashi? — A voz do bicolor ecoou pelo local, trazendo Keiji de volta à realidade.
Kou havia errado tantas vezes o sobrenome de Keiji que ele desistiu de corrigi-lo e apenas deixava passar. Chegava a ser engraçado, ou até fofo, pelo menos na visão de Keiji.
Keiji levantou de onde estava sentado, carregando o livro debaixo do braço. Assim que saiu do pequeno corredor, procurou Bokuto com os olhos, localizando-o pela cabeleira espetada que se destacava em outro corredor.
— Estou aqui, Bokuto-san.
Ao ouvir a voz de Keiji, Bokuto praticamente saiu correndo na direção dela, parando logo à frente de Akaashi e o puxando para um abraço apertado.
— Você está bem? Não apareceu na hora do almoço... Pera, você comeu, Akaashi? Está se sentindo mal? Quer ir à enfermaria?
Bokuto estava claramente preocupado, com a expressão tensa e os olhos cheios de angústia. Suas mãos estavam firmes ao redor de Akaashi, como se quisesse garantir que ele estava realmente ali.
Akaashi, por outro lado, ficou completamente paralisado no momento em que sentiu os braços de Bokuto ao redor de seu corpo. O calor e a firmeza do abraço eram intensos, e o contato repentino o pegou de surpresa, fazendo-o se sentir vulnerável de um jeito que ele não conseguia explicar. Seu coração acelerou, e ele teve a sensação de que havia esquecido como se respirava. A segurança daquele gesto foi como um alívio imediato para a pressão interna que ele carregava.
— Akaashi? — Bokuto o chamou novamente, desta vez não mais apenas abraçando-o, mas balançando seu corpo levemente de um lado para o outro, numa tentativa de trazê-lo de volta ao presente.
Keiji piscou algumas vezes, tentando se recompor. Embora não soubesse exatamente o que estava sentindo, a verdade era que o abraço de Bokuto lhe trazia um conforto imenso, algo que ele não sabia que precisava tanto até aquele momento. Ele não conseguia articular as palavras, mas uma coisa era clara: queria permanecer ali, nos braços de Bokuto, por mais tempo.
A sensação de segurança que aquele gesto proporcionava era inegável, e por um momento, Akaashi desejou que Bokuto nunca o soltasse. Havia algo tranquilizador na presença de seu amigo, algo que dissipava suas ansiedades e o fazia sentir que, pelo menos naquele instante, tudo ficaria bem.
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Depois de sumir por meses, retornei! <3
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𝗗𝗔𝗧𝗜𝗡𝗚 𝗥𝗘𝗤𝗨𝗘𝗦𝗧 - 𝐁okuaka.
Fanfiction"𝐓odos já haviam percebido, menos aqueles dois cabeças ocas apaixonados." Bokuto e Akaashi estavam apaixonados um pelo outro, porém nenhum dos possuía coragem de assumir, todos aqueles ao seu redor já sabiam, e resolveram não se meter, de...