A fila de carros na minha frente estava me deixando cada vez mais nervosa, era uma típica sexta-feira onde todos os veículos da cidade resolveram aparecer nas avenidas causando aquele congestionamento terrível, não que São Paulo não tivesse um trânsito caótico, mas aquele dia estava superando.
As luzes dos carros logo começam a me incomodar, e eu pisco os olhos várias vezes para tentar amenizar o desconforto. No rádio tocava um programa jornalístico que contava as principais notícias não só da cidade como do estado, também. Logo os carros começam a andar de forma mais rápida e passo por dois carros parados, cada um deles com as traseiras batidas, e acabo pensando em voz alta:
— Todo dia tem acidente nessa cidade, meu Deus!
Entro em uma rua que quase não tem trânsito e suspiro aliviada, não demorando muito para que eu chegue em casa. Paro o meu carro no grande estacionamento do prédio e deixo meus ombros relaxarem, tudo o que eu mais quero é um bom banho e afundar na cama com uma taça de vinho e minha série favorita.
Olho meu reflexo no espelho do elevador enquanto ele subia lentamente até o oitavo andar, meus cachos estavam bagunçados em um coque mal feito e parecia com a minha vida nos últimos tempos, mas como os meus cabelos voltavam sempre para o lugar, eu também esperava que minha vida voltasse aos eixos, também.
Ultimamente me sentia sozinha, mesmo que eu tenha apreciado a minha própria companhia, era muito bom chegar em casa depois de um longo dia de trabalho e encontrar tudo no mesmo lugar, mas às vezes eu sentia falta de um chamego e um carinho no fim do dia. Eu estava solteira há dois anos, claro que tive alguns encontros casuais com homens que conheci através de amigos, mas nenhum deles valeu à pena seguir com um relacionamento sério.
Adentro no meu apartamento que ficava no Butantã e foi cuidadosamente decorado pelo meu pai, arquiteto e engenheiro de uma das maiores empresas de São Paulo, ele havia me dado aquele apê já montado e mobiliado quando terminei a faculdade e consegui o meu primeiro emprego na clínica que eu estagiei, mas depois de 4 anos trabalhando no local, eu consegui montar meu próprio espaço para trabalhar.
Coloco minha bolsa na poltrona, retiro meus saltos e deixo no canto perto do aparador para depois ir até a cozinha, e agora na frente da geladeira procuro alguma coisa para jantar.
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O Match Perfeito
RomanceRebeca nunca acreditou muito em aplicativos de relacionamento, preferia encontrar alguém especial em algo que deveria acontecer naturalmente, mas com muita insistência da sua melhor amiga, ela resolve dar uma chance e baixa o Tinder, mas acabou send...