In Spite of Faith | Nevmione

{4} Hortelã. Limão. Algo verde.

Neville estava de pé, pronto, na sala de estar.

A carta de Hermione lhe dera muito poucas instruções. Ele estava no meio de uma aula para um grupo de alunos do segundo ano sobre uma flor muito rara colhida na Irlanda quando um aluno mais velho apareceu com um pedaço de pergaminho.

Hoje à noite, 18h. Vista-se como um trouxa.

Neville sentiu uma onda de excitação percorrer seu corpo, da cabeça aos pés, e seus alunos o provocavam por ter recebido uma carta de sua noiva.

Sua noiva. A palavra ainda tinha gosto de estrangeiro em sua língua. Hermione Granger era sua noiva, e logo isso seria compartilhado oficialmente pelo Profeta Diário e toda a comunidade bruxa saberia que ele, Neville Longbottom, estava noivo da bruxa mais incrível que ele já conhecera — sem dúvida a bruxa mais incrível de sua geração, ponto final. Às vezes, o peso daquela situação o atingia inesperadamente, e ele se via petrificado com o pensamento de que poderia fazer algo errado.

Mas Hermione... ela era calorosa, acolhedora, radiante, toda sorrisos, e ela sempre o encorajava a falar mais sobre seu amor por plantas, e seu interesse parecia genuíno. Por sua vez, ele podia ouvi-la falar sobre qualquer coisa por horas, perdido na maneira como ela sorri e morde os lábios quando está pensando e apaixonada. E realmente, tudo o que ele almejava no final do dia, era que ela sentisse que tinha espaço para ser ela mesma quando estivesse com ele, e soubesse em seus ossos que ela poderia descansar em sua companhia.

E então ele se viu pronto, às 17:50, vestido com seu melhor traje trouxa, pronto para seu primeiro encontro com ninguém menos que a bruxa mais brilhante de sua idade, Hermione Granger. Ele se sentiu abençoado e petrificado, uma mistura estranha para dizer o mínimo. Ele tinha se barbeado para a ocasião, e se sentia estranhamente nu. Com as mãos suando, ele as secou em seu jeans azul escuro, e puxou um fio solto inexistente deste suéter de lã verde, então alisou a gola de sua camisa novamente. Ele esperava que isso servisse. Era muito casual? Talvez ele tivesse tempo para adicionar um colete -

A porta do Aposentos deles se abriu, e Hermione entrou, usando suas vestes de professora e parecendo absolutamente deslumbrante, como sempre. Algo nele estremeceu com a visão, e Neville respirou fundo e rapidamente para se acalmar. Agora não entranara hora de ficar excitado.

"Olá", ela foi direto na direção dele, dando-lhe o abraço de sempre enquanto ele beijava sua testa, uma rotina estranha, íntima e inocente que rapidamente os acompanhou na segunda semana de convivência. Ele apreciava aquele momento o tempo todo, quase esperando por ele como as crianças esperam pela manhã de Natal para abrir seus presentes.

"Oi", ele respirou o cheiro dela enquanto o inundava. Baunilha e sândalo. Doce e picante. Ele a apertou rapidamente e sentiu sua pequena mão em seu pescoço. Seria tão fácil beijá-la, um pensamento que o assombrava pelos últimos dias, mas uma promessa é uma promessa, e ele tinha feito uma para ela, assim como para si mesmo. Ele seguiria o ritmo dela.

"Estarei pronta em cinco minutos, a chave de portal sai em breve. Você está elegante."

Corando com o elogio, Neville questionou: "Chave de portal? Dentro dos muros de Hogwarts?"

"Minerva nos deu de presente. Acho que ela não tem escolha, se quer que a gente se conheça melhor."

"Certo", ele assentiu para si mesmo, Hermione já havia desaparecido em seu quarto, deixando a porta aberta para que ela pudesse continuar falando com ele.

"Tenho algo ótimo planejado para esta noite, é aconchegante, mas acho que você vai gostar. Eu não queria exagerar, não acho que sejamos assim de qualquer maneira."

"Certo", ele sussurrou novamente, incrivelmente focado nas palavras dela. Ele estava tentando muito não se concentrar no som de um zíper, seguido pelo som familiar de material deslizando na - ou fora da - pele. Sentindo calor, ele puxou a gola da camisa.