Capítulo 6

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-Puta merda! É amanhã. Puta merda! É amanhã. Puta merda! É amanhã.

Tropeço nos livros aos meus pés enquanto abro o zíper da mochila. Minha longa saia verde escura como uma densa floresta também não colaborava. Ela havia enroscado um milhão de vezes no máximo de lugares possíveis. Estava realmente considerando a ideia de nunca mais voltar a usa-las.

Massageio o ponto dolorido no tornozelo que bati enquanto olhava para o nada. Sempre que minha mente tinha oportunidade de guiar meus pensamentos para longe dos estudos, ela o fazia. Eu nem sei por quanto tempo fiquei curvada sobre a cadeira massageando um ponto específico, pois eu olhava para o nada e pensava em nada.

Isso é possível?

-Puta merda! É amanhã!- Digo alto demais e alguns olhares feios são lançados em minha direção.

Cale a boca, Malee. Você está em uma biblioteca e não na sua casa.

-Perdão. Ai merda!

Volto a me mexer desesperadamente sem saber por onde começar a guardar os materiais. Eu precisava juntar os livros aos meus pés, mas também precisava guardar as canetas espalhadas sobre a mesa e fecha-las antes que a tinta seque. Eu não podia demorar nessa tarefa porque tinha que ir para casa engolir o jantar e voltar para o quarto. Ainda tinha que treinar algumas suturas caso eu fique diante de um caso de corte profundo no queixo ou coisa do tipo.

Ou talvez seja melhor eu jantar alguma coisa no restaurante universitário, sendo que há essas horas deve ter uma fila gigantesca, o que levaria o dobro de tempo. Comer algo na máquina de salgadinhos não parece ser uma má ideia.

Mas eu preciso estar bem alimentada para amanhã.

-Caramba. Onde foi que você se meteu Malee? Puta merda! Já é amanhã.

-Falando esse tanto de palavrões o Sol vai te reprovar mesmo que você tenha talento sobrando- Kanya surge do meio das prateleiras metálicas segurando a alça da mochila caída sobre o ombro. Seus olhos estavam mais caídos do que o normal, a região abaixo deles possuía uma coloração escura e seus lábios carregavam um pequeno sorriso. Os óculos também refletiam o céu de fim de tarde vindo da janela.

-Caramba Kanya. De onde você surgiu?

-Ouvi seus resmungos lá de cima- Diz pousando sua mochila sobre a cabine ao lado.

Reviro os olhos e começo a levar a tarefa a sério. Não sei por que estou enrolando tanto para realizar uma tarefa tão simples. É como se eu tivesse medo de levar uma mordida do livro a qualquer momento.

Kanya deve perceber minha pressa, pois começa a juntar meus materiais e coloca-los dentro da minha bolsa. Em pouquíssimos minutos tudo estava organizado, com apenas o farelo da borracha sobre a mesa.

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