CAPÍTULO 3

18 5 7
                                    


Ainda processava o meu súbito delírio ao concordar em contar minha história para ajudar Jennifer com a sua coluna de relacionamentos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Ainda processava o meu súbito delírio ao concordar em contar minha história para ajudar Jennifer com a sua coluna de relacionamentos.

Waves começou a tocar enquanto eu dirigia de volta ao meu apartamento. Um bolo se formava em minha garganta, os olhos ardiam. Porra, havia sido demais para um único dia.

Mas quando a vi entrando pela porta... sua pele negra oliva reluzindo como ouro naquele vestido vermelho, os cabelos cacheados rebeldes soltos sobre os ombros... era como se houvesse um anjo no inferno. Uma ovelha em meio aos lobos famintos.

Jenni foi a primeira garota por quem me apaixonei. Uma paixão que eu sabia ser totalmente não correspondida. Ela já tinha dezoito anos quando eu havia completado quinze, e finalmente tive coragem o suficiente para começar a me aproximar dela, mesmo sabendo que jamais teria alguma chance.

Ela era legal comigo, parecia ficar feliz em me ter por perto. Prestava atenção no que eu dizia, ela se importava.

Jenni me contava sobre as coisas que gostava, sobre o que achava das pessoas. Falava sobre quem queria ser. Eu confiava nela a ponto de lhe contar sobre quase tudo, e por isso, e somente por isso, que acabei concordando em contar sobre a Bell. Anonimamente, é claro.

Quando cheguei em meu apartamento já eram quase dez da noite.

Peguei a caixinha prateada onde guardava os meus baseados e tirei um, acendi enquanto me sentava no sofá.

Minha cabeça latejava, meu peito ardia em agonia. Traguei o cigarro de maconha longamente, e peguei o controle ligando o som, Robbers soou em volume baixo na pequena sala.

Na minha cabeça, me voltou a imagem de Jennifer, vista da janela do meu quarto, abraçada aos seus joelhos, chorando em sua cama.

Eu tinha onze anos. Ela havia se mudado com a mãe e o padrasto há alguns meses para a casa da frente.

Vieram do Brasil para o Orion depois que a mãe se casou. Pareciam uma família feliz.

Não costumava a ficar espiando de propósito, eu tinha uma escrivaninha em frente a janela, onde fazia os deveres escolares, a via entrando e saindo quando sua cortina estava aberta.

Meses após sua mudança, em uma noite, a luz do seu quarto acendeu enquanto eu terminava um trabalho de história. Ela entrou apressada com o rosto assustado, ficou paralisada por alguns segundos, e então desabou em lágrimas correndo para a sua cama no centro do quarto. Um dossel cobria a visão, mas eu pude ver a sua silhueta perfeitamente: agarrada aos joelhos, os cabelos lisos caindo sobre o rosto.

Ficou assim por horas, a luz permaneceu acessa até o amanhecer. E por vários dias seguidos.

Comecei a observá-la desde então. E a me apaixonar também.

Naquela época ela quase nunca deixava seu cabelo cacheado, como hoje, costumava sempre o vê-lo liso. Mas ela ficava perfeita assim, eu ficava feliz quando a via com os cachos rebeldes, parecia mais destemida.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: Sep 13 ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

JAY ADAMS - Aos olhos de JenniferOnde histórias criam vida. Descubra agora