Um momento se estendeu entre nós,enquanto ele tragava o cigarro e me olhava eu queria sair correndo, apagar os últimos segundos, fugir da vergonha.
O que veio depois foi bem pior, ele soltou uma gargalhada, uma gargalhada de deboche e desdém.
Eu não pude nem me deleitar com o som.
"Você claramente é uma criança, na verdade, não sei nem como entrou nesse bar....e eu não quero nada com crianças."
Cada palavra quebrava meu coração, cada vez que ele abria a boca para continuar a falar eu queria fechar os olhos e pedir pra ele parar, eu nunca senti tanta humilhação.
"Mas você me beijou..."
Não era uma pergunta que minha voz sussurrada fizera, mas mesmo assim ele respondeu.
"Eu estava entediado..."
E cada vez que ele abria a boca meu coração se despedaçavam um pouco mas, não era assim que essa noite era para ser, ele me fez procurar por ele, correr até ele, isso não é pra acontecer.
"Mas você fez eu falar que você é meu dono lá dentro, na frente de todo mundo! Isso tem que significar alguma coisa, não é?"
Ele me encarava sério, como sempre, os olhos profundos, cinzas e tristes.
"Eu disse aquilo porque aqueles cara iam cair matando em cima de você, e eles não são bons para alguém como você."
Mais um momento se estendeu, eu processava as palavras e ele jogava o cigarro no chão, logo depois pisando, de repente eu vi uma estranha semelhança entre aquele cigarro e eu, em um momento estávamos em seus labios, no outro estávamos sendo pisados por ele.
"Eu também não sou bom para você, vá embora." Suas palavras foram quase um susurrou, e pela primeira vez ele não olhava para mim quando falava, ele encarava o cigarro pisoteado.
Minha mente se estalou, e de repente eu entendi o que ele queria dizer.
"É por isso que você não quer ficar comigo de novo? Porque você acha que não é o bastante para mim?"
Eu estava a ponto de quebrar, desmoronar, eu tinha passado muito tempo pensando no quanto queria reencontra-lo, no quanto eu queria ter seus labios novamente e no quanto ele é bonito.
Eu ouvi um suspiro pesado vindo dele, logo depois ele falou.
"Foi só um beijo, faça um favor a nós dois e vá embora."
Aí estava, o ponto que me fez quebrar "foi só um beijo" talvez eu realmente fosse a criança que ele falou que eu era, porque aquilo não havia sido só um beijo para mim, e ele não era qualquer garoto, e eu não queria que aqueles olhos tristes pertencessem a ninguém além de mim.
Eles não iam pertencer a ninguém, eu tinha colocado aquilo na cabeça, e talvez fosse a síndrome do irmão mais novo mimado, mas eu sempre tinha o que queria.
Eu enxuguei as lágrimas com as costas da mão, me recompondo e o encarando.
"Se você não ficar comigo agora, eu volto lá dentro e fico com algum daqueles caras que você diz não me merecerem."
Aí estava, eu sabia que tinha mexido com ele quando seus olhos ganharam um novo brilho e suas mãos fecharam fortemente.
E eu continuei alí, o encarando, de repente ele se móvel, sua mão foi até meu pescoço, apertando forte, mas não o suficiente para me machucar.
"Você é uma puta." ele disse entre dentes, eu achei completamente sexy a forma que seu nariz fino engilhava enquanto ele falava. "Você quer que eu fique com você? Tudo bem, eu vou te dar o que você quer, mas não reclame depois."
Gente eu achei ruim, desculpa, se não gostarem avisem que eu faço outro, bjs.