através do perigo- DARK ROMANCE!

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Mia :

Ele se vira para mim, rindo.

— Continua a mesma, né? Não cala a boca quando acha que tem intimidade com alguém — fala, fazendo eu parar de rir.

Ele estava me descrevendo, e isso me pegou de surpresa.

— Você tem uma personalidade forte. Não chora à toa e esconde a maioria das suas emoções. Mas é muito frágil e medrosa; só não deixa qualquer um saber. E comigo, você sabe que esse lado não tem como esconder. Por isso, está sendo uma doce garota — ele diz, descrevendo-me de todas as formas possíveis.

Fiquei em silêncio, ouvindo cada palavra dele. Pela primeira vez desde que o conheci, vi que ele não estava sério.

— Posso passar a noite inteira falando sobre você. Nós mudamos, sim. Algumas aparências, algumas atitudes, algumas personalidades... foi algo que eu achei interessante e tinha medo. Mas pelo que eu observei, você não mudou nada — ele solta um sorriso sarcástico.

Senti uma mistura de emoções ao ouvir suas palavras. Ele me via de um jeito que poucos conseguiam, e isso me deixava um pouco vulnerável.

— E você? — pergunto de repente. — O que mudou em você?

Jack levanta uma sobrancelha, mas seu olhar permanece sério.

— Eu? — ele repete, como se estivesse ponderando. — Bem, acho que aprendi a ser mais cuidadoso. Algumas coisas na vida nos forçam a isso.

Ele fala com um tom mais sóbrio, e a leveza do momento parece evaporar.

— E você? — ele pergunta, mantendo o olhar fixo em mim. A intensidade do seu olhar me faz sentir que ele realmente quer saber.

Penso por um momento, refletindo sobre as mudanças que vivi.

— Aprendi a valorizar os momentos simples e a deixar de lado algumas inseguranças. Às vezes, é preciso se permitir ser vulnerável — respondo, tentando manter a sinceridade.

Ele faz uma pausa antes de responder, como se estivesse pesando suas palavras.

— Vulnerabilidade pode ser perigosa — diz ele, com um tom sério. — Algumas pessoas não sabem lidar com isso.

Sinto um frio na barriga ao ouvir suas palavras. Ele parece estar falando de experiência própria.

— É verdade — concordo, olhando para baixo por um instante. — Mas também pode ser libertador.

Jack me observa por um tempo, seu semblante ainda fechado.

— Libertador ou não, é preciso saber escolher com quem você se abre — ele diz finalmente, sua voz grave e firme.

O silêncio se instala entre nós novamente, carregado de significado. Sinto que há muito mais por trás daquela fachada séria dele, mas não quero pressioná-lo.

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