JEFFNasci em uma família prestigiada, mas por ser de uma classe considerada inferior, fui desprezado pelos meus pais. Eles queriam um herdeiro alfa para assumir seus negócios e liderar nossa família, e não acreditavam que um ômega pudesse ser capaz disso também. No entanto, a preocupação dos meus pais logo cessou quando minha mãe deu à luz um bebê alfa apenas alguns meses depois de eu ter nascido. Essa história foi tratada como um milagre, e muitos elogiaram a fertilidade do meu pai, sem saber das coisas pelas quais minha mãe passou para conseguir dar à luz novamente tão rapidamente. Desde antes de ter um irmão, eu já não era aceito; depois que ele nasceu, meus pais mal olhavam para mim. Mesmo sendo criança, entendia bem a situação. Era evidente que meus pais nunca me amariam como amavam meu irmão; para eles, eu era um fardo a ser descartado o mais rápido possível.
A sociedade em que vivemos evoluiu bastante desde a era medieval. Ômegas têm direitos e leis que garantem suas vidas. Podem trabalhar, namorar quem quiserem e decidir sobre ter ou não uma família. No entanto, dentro das enormes paredes da mansão em que vivia, nada tinha mudado. Havia uma linha muito tênue entre alfas, betas e ômegas. Os alfas detinham o poder; os betas serviam; e, por último, os ômegas, menosprezados, considerados fracos e oprimidos, segundo meu pai, serviam apenas para procriar e cuidar do lar. Odiava todas as vezes em que meu pai se referia a mim dessa maneira, mas qualquer tentativa de rebater era reprimida com violência. Na primeira vez que isso aconteceu, ninguém fez nada. Minha mãe sequer ergueu os olhos do prato, e meu irmão estava ocupado demais sendo mimado por sua babá, enquanto eu era deixado de lado.
Após enfrentar meu primeiro cio que aconteceu um pouco mais tarde que o comum, e sofrer uma semana trancado no porão, sem acesso a nada nem a ninguém, meus pais arranjaram um casamento para mim. Um alfa, filho de um dos sócios, procurava o ômega ideal para lhe dar filhotes saudáveis. Eles não perderiam a chance de se livrar de mim, usando o matrimônio como pretexto. Eu estava aliviado, pois faria qualquer coisa - até mesmo casar com um alfa estúpido - para escapar do inferno que vivia naquela mansão.
Vicent tinha uma boa lábia e, durante um dos nossos encontros, ele me convenceu a ir para a cama com ele. Nosso casamento aconteceria em três semanas, então por que não antecipar a lua de mel? Faltavam alguns dias para o meu cio, e Vicent era um alfa atraente. Nunca havia passado por um cio com outra pessoa, e se fosse para acontecer, por que não com meu futuro marido? Então nós dormimos juntos e foi bom, nada nojento como minha mãe havia contado que seria. Ela dizia: "fique quieto e deixe seu Alfa fazer tudo, apenas faça o que ele pedir". Mas Vicent foi diferente; ele me tratou tão bem, foi tão atencioso que, depois dessa noite, eu não conseguia parar de pensar nele; estava contando os dias para o casamento.
Um dia antes da cerimônia, porém, ele me disse que queria terminar o noivado, alegando ter encontrado seu parceiro ideal, e me deixou sozinho para lidar com a fúria dos meus pais. Meu pai colocou na cabeça que a culpa havia sido minha e então me deu uma surra que jamais vou esquecer. Eu até teria tentado me defender, mas ele usou seus feromônios alfas para me subjugar e me deixar à sua mercê. Minha mãe novamente não fez nada, e enquanto limpava meus ferimentos, ela dizia que aquilo tinha sido apenas uma "pequena lição" e que meu pai me amava. Pois bem, sua "pequena lição" me deixou acamado por semanas. Eu achei que fosse morrer quando acordei e vi sangue no colchão. Acontece que eu estava perdendo o bebê que até então não fazia ideia de que estava gerando. Felizmente, ou infelizmente, como meu pai enfatizou, fui levado a tempo para o hospital e consegui não perder o filhote.
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𝗪𝗛𝗘𝗡 𝗬𝗢𝗨 𝗞𝗡𝗢𝗪, 𝗬𝗢𝗨 𝗞𝗡𝗢𝗪
FanfictionRejeitado pelos pais por sua fragilidade, abandonado às vésperas do casamento e expulso de casa com um filhote no ventre, Jeff, um jovem ômega, se vê completamente sozinho. Após meses difíceis, ele finalmente dá à luz sua filhote, Pêssego, e faz a s...