O início

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Quando nascemos não fazemos a minina idéia do que é o mundo lá fora. Talvez seja por esse motivo que choramos ao nascer. Não é só um sinal de que não bebemos nosso próprio líquido dentro do saco gestacional, é mais profundo... Porque dentro de nós, nossa alma sabe de onde veio e a quem pertence e quando saímos dessa segurança, encaramos um mundo rodeado de violência, dor, sofrimento, sujeira... Nascemos em um reino onde jas no maligno e onde é impuros e cercado de medo, uma alma inocente ao nascer tem esse primeiro reflexo... O choro.

Vivendo numa prisão

A infância nos faz lembrar de tudo numa lente de pura alegria e inocência. Momentos de tristezas eram guardados junto com os momentos alegres, nossos pais nos ensinando e com isso, nosso caráter foi sendo formado. Nesse período, nosso filtro do que é certo e errado também está sendo formado, valores sendo agregados em nossas mentes e coração. Na minha época,as coisas eram diferentes de como é hoje em dia. Nasce no ano de 1996, no mês de novembro, na quarta-feira do dia 12. Lembro-me, de quando tinha seis anos de idade, eu corria pela rua de terra com minha bicicleta, o sol a pino queimava a mistura de poeira e suor no meu corpo, mas a alegria de estar correndo de bicicleta e o coração acelerado era minha paz e alegria. Mas esse momento acabou naquele dia quando vi um caminhão bater numa árvore a uns duzentos metros de distância, na BR 116 . Não me lembro se o motorista saiu vivo, mas o impacto do caminhão com a árvore foi o bastante para o sangue parar de circular no meu rosto e eu ficar mais pálida que uma vela.
Mas, quando que vai entrar a prisão? Talvez esteja se perguntando. Já que as crianças vivem livres; livres das responsabilidades de trabalhar, da responsabilidade de responder pelos próprios atos, etc. Mas, esquecemos das prisões que nos mesmos nos colocamos. Eu era uma criança, não estava presa... Mas, estava. Presa em mim mesma. Presa numa família descriminada, rejeitada por ignorância e falta de amor que outros não tinham por minha família.
  Quando cresci um pouco mais, fui percebendo o quanto uma palavra pode mudar nossa vida. Mudar quem somos e até mesmo nosso futuro. Recebi tanto palavras de motivação quanto de rejeição, de derrota. Sendo uma criança, vi uma realidade que nunca pensei passar, muito menos que meus irmãos também passassem... O preconceito e a ignorância.
Tínhamos bons pais, mas a vida não é um morango e aqui não é um conto de fadas que estou narrando. É vida real.
Meus pais, um loiro dos olhos azuis e uma índia morena dos cabelos castanhos liso e dona de um sorriso lindíssimo. Vi um exemplo de casamento dentro do meu lar, que não era um bom exemplo. Graças a Deus não tinha violência doméstica e muito menos palavrões, com exceção da minha mãe que xingava. Mas nada de alcoolismo dentro do meu lar e outras coisas.
  Conduto, houve uma traição e essa traição trouxe uma consequência gigantesca para todos na família. A palavra do Senhor nos ensina, que um abismo puxa o outro. Como assim? Se você já tem dentro de você uma vontade de beber um copo de cerveja e bebe, você não vai ficar somente naquele um copo. Quando você diz que é só um beijo, você não fica só no beijo. Quando você mente, você não fica só com aquela mentira que você contou, logo vem outra e mais outra. Esses exemplos que dei tem outro nome, pecado. Um pecado puxa o outro. Então, espero que pare antes que esse pecado venha engravidar e nascer a morte. Como assim? Vou explicar com minha experiência. Quando aconteceu essa traição, o casal ficou péssimo. Quem passou por isso sabe, mas sobrou também para os filhos. A sociedade meio que rejeitou, agiram de falsidade (não todos) minha família; porque essa traição resultou numa doença incurável. Enquanto estava entre nós, a família, tudo bem. Mas isso vazou e foram mais feridas abertas. Era triste oferecer uma festa de aniversário, convidar os vizinhos e depois encontrar nos cantos da rua a comida da festa que foi jogada fora pelo próprios convidados porque sentiram nojo e medo de pegar a doença.
   Nosso ciclo social era tão pequeno, que não tínhamos muitos amigos. Isso era maravilhoso pra mim, porque eu mesma só tinha uma amiga. Mas para minha mãezinha, era triste, porque ninguém entendi o que ela sentia.
  Eu ia aos cultos e ouvi falarem sobre Jesus Cristo, eu sabia que ele podia curar minha mãe e meu pai. Mas não era propósito do Senhor curar ela. Também sabia que ele colocar pessoas leais ao lado da minha mãe. Mas não era propósito Dele. Minha mãe morreu alguns anos depois e eu assumi cuidar da casa e dos meus irmãos. Mesmo eu não sabendo fazer,porque eu não ajudava minha mãe direito. Meu pai trabalhava e administrava e eu era cuidar da casa, das crianças e comida. Não reclamos disso, foi muito bom! Por eu aprender o que é certo e ter uma mãe pra ter me ensinado.
Quando cheguei na fase adulta, comecei a perceber que essas prisões só poderiam ser quebradas por Jesus Cristo e também se estou disposta a sair da prisão.
Quando fui perceber que estava nessa prisão, eu não achei que fosse sair. Essa prisão era o pecado que eu ainda carregava, o julgo pesado que eu ainda carregava. Uma culpa que não foi eu que cometi e outras que cometi. Eu vivia amarrada e ferida dentro do meu coração.
 

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⏰ Última atualização: Oct 05 ⏰

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