Capítulo 5 - Esquiva

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A sala de estar estava repleta de risos, conversas e perfumes.

- Querem algo para beber? - ouvi meu pai perguntar educadamente.

Eu não ouvia a voz de Boruto, mas podia sentir o mesmo perfume que senti no jardim a um mēs atrás.

- Essa é Sarada. - minha mãe me apresentou, chegando mais perto das visitas. - Minha única filha.

- Oh! - ouvi uma exclamação feminina - Srta. Uchiha! - concluiu. Eu usava os óculos escuros, por isso, ela não podia saber se eu olhava ou não para ela. - Ela é linda. Boruto me falou sobre ela há algum tempo.

Meu sorriso diminuiu.

- Vocês já se encontraram, querida? - minha mãe apertou meu ombro levemerite, Sua voz era de curiosidade.

- Sim - Não fui eu quem respondeu e sim Boruto e sua voz grave. Ele estava perto. - Nos encontramos no jardim, por acaso.

- Entendo. - ouvi minha mãe responder simpaticamente, mas eu sabia que ela estava surpresa - Que bom que já se conhecem. Sarada não tem muitas amigos.

- Mãe. - murmurei séria, tentando não faze-la falar demais.

- Bem - ela continuou mudando de assunto. - Vamos nos sentar.

Meu pai, provavelmente já havia levado o Sr. Uzumaki para conhecer seu escritório e coleções de livros, pois não ouvia suas vozes. Só ficaram Boruto, minha mãe, a Sra. Uzumaki e eu na sala.

Sentamos-nos. Minha mãe me acomodou no sofá maior e eu pude sentir alguém sentar- se ao meu lado.

- Está estudando, Boruto? - perguntou minha mãe, provavelmente sentando-se no sofá de frente para o qual eu estava.

- Sim. Estou no último ano. - respondeu ele, que para minha surpresa, estava ao meu lado.

- Boruto logo estará fazendo os exames para entrar na Universidade - comentou a Sra. Uzumaki, orgulhosa do filho. Eu podia imaginar seu sorriso.

- Então, vamos jantar? - sugeriu minha mãe.

Estendi minha mão para pegar a de minha mãe, mas ao invés da mão macia a qual eu já estava acostumada a receber ajuda, senti que outra menor e um pouco gelada pegou a minha.

- Eu a levo até a sala de jantar, Sra. Uchiha. - Boruto se levantou e me ajudou a se levantar.

A mão de Boruto me fazia sentir-se arrepiada.

- Obrigada. - murmurei mesmo que sentisse necessidade de ela largar minha mão.
Caminhamos para a sala de jantar..

- Tem um degrau aqui.

- Eu sei

- Você é sempre tão esquiva? - perguntou Boruto de repente, parando no meio caminho me fazendo parar também.

- Esquiva? - repeti em tom de voz entediado. - Porque fala isso?

- Pedir desculpas é sempre um modo de aproximação - ele disse - Já tentei te pedir desculpas algumas vezes, mas você sempre tem a língua afiada o bastante para fazer meus pedidos de desculpas parecerem ridículos e fora de hora. Você é sempre assim com todos que se aproximam de você? É por isso que não tem amigos? Acha que as pessoas se aproximam de você por pena, porque é cega?

Abri a boca para responder, mas a voz não saiu. Mordi os lábios, contrariada. Garoto idiota! Ele não tinha razão em nada. Claro que não tinha! Mas se ele não tinha, porque eu sentia tanta vontade de chorar naquele momento?

- O que vocês dois estão fazendo aí, parados? - ouvi a voz divertida de meu pai e um riso alto, logo atrás dela. - Sarada aqui está o pai de Boruto. Pelo que me parece, já ficaram amigas.

- Vamos jantar? - Os braços de meu pai passaram pelas minhas costas e Boruto soltou meu braço, instantaneamente. Eu não sabia dizer por que, mas eu me sentia aliviada por isso.

Be My Eyes - BoruSaraOnde histórias criam vida. Descubra agora