Capítulo 3 - O Plano Maluco de Lynn.

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Lynn não conseguiu parar de pensar na besteira que havia feito. Durante o resto do dia, as palavras "Eu estou saindo com o Nathaniel " ecoavam em sua mente, criando um nó em seu estômago. Como ela poderia se enfiar nessa enrascada? Agora, não só teria que lidar com os comentários e expectativas dos amigos, como também teria que encarar Nathaniel, e pedir que ele colaborasse com essa mentira.

Ela sabia muito bem quem era Nathaniel: o típico "bom moço" da escola, sempre organizado, focado em suas responsabilidades no conselho estudantil, um verdadeiro exemplo de altruísmo. Eles mal fizeram, trocaram mais do que algumas palavras no passado, e não puderam imaginar como ele reagiu ao absurdo que estava prestes a propor.

Assim que a última aula do dia terminou, Lynn arrumou suas coisas lentamente, pensando em como abordaria o assunto com ele. Estava nervosa. Muito nervosa. Ela não era exatamente boa em confrontos, e pedir algo assim, era insano.

— Vai comigo até a biblioteca? — A voz de Alexy surgiu ao seu lado, interrompendo seu fluxo de pensamentos.

— Hã, agora? — Ela respondeu, distraída.

— Sim! Morgan vai me encontrar lá, e a gente precisa resolver algumas coisas para a festa. — Alexy feliz, já indo em direção à porta. — Ah, e não se esqueça de mandar uma mensagem para o Nathaniel. Aposto que ele está ansioso para te ver.

Lynn sentiu o rosto corar levemente. Ela forçou um sorriso, acenou rapidamente e saiu da sala. Se ao menos Alexy soubesse o que estava acontecendo de verdade.

Respirando fundo, ela sabia que não tinha mais escolha. Precisava encontrar Nathaniel antes que os rumores se espalhassem ainda mais. Caminhando rapidamente pelos corredores da escola, ela se dirigiu ao lugar onde tinha mais chances de encontrá-lo: a sala do conselho estudantil.

Quando chegou à porta, hesitou. Ela podia ouvir vozes do lado de dentro, o que aumentava ainda mais sua ansiedade. Mas não poderia desistir agora. Respirou fundo mais uma vez e bateu na porta.

— Entre! — A voz de Nathaniel soou lá de dentro, calma como sempre.

Lynn abriu a porta devagar e deu uma espiada. Nathaniel estava sentado em sua mesa, organizando alguns papéis. Ele pediu os olhos quando a viu entrar, um sorriso educado no rosto.

– Ah, oi, Lynn. Precisa de alguma coisa?

Ela engoliu em seco, se aproximando devagar. Suas mãos tremiam, e sua mente corrigida tentando encontrar as palavras certas.

— Na verdade, sim — Começou ela, nervosa. — Eu... Preciso te pedir um favor.

Nathaniel franziu a testa levemente, mas manteve o olhar atento e paciente. Ele era conhecido por sempre estar disposto a ajudar, mas o pedido de Lynn era claro e pegava uma surpresa.

— Claro, pode falar — Ele disse, inclinando-se progressivamente para frente, curioso.

Lynn olhou para os papéis sobre a mesa por um segundo, como se estivesse tentando adiar o resultado. Mas sabia que não poderia fugir. Reunindo toda a coragem que tinha, decidiu ser o mais direto possível.

— Ok... Isso vai soar muito estranho, mas... Eu meio que... Disse aos meus amigos que nós estamos namorando.

Nathaniel piscou, surpreso. Ficou em silêncio por alguns segundos, processando o que ela havia aqui.

— Você... Disse o quê?

— Eu sei, eu sei! — Lynn apressou-se a explicar, as palavras saindo em um fluxo rápido. — Parece loucura, mas aconteceu tão rápido! Eles me foram instruídos por causa da festa e do Evan e... Eu acabei de inventar que nós dois saímos. Não sei o que me deu! Eu só... Não queria parecer a única que não superou o ex, sabe?

Nathaniel olhou atentamente, claramente confuso, mas não parecia irritado. Ele ficou em silêncio por um momento, como se estivesse refletindo sobre o que ela havia acabado de dizer. Depois de alguns segundos, ele finalmente falou, com a voz ainda calma.

— Então, você... Quer que eu vou acabar sendo seu namorado?

Lynn fechou os olhos por um segundo, sentindo o calor subir em suas bochechas.

— Sim... — Respondeu ela, a voz baixa. — Eu sei que é pedir demais. E, olha, eu prometo que não vai durar muito! Só até a festa da escola, para que eu não precise encarar Evan sozinha e... Não sei, talvez pareça que estou bem, sabe? Superando ele.

Nathaniel coçou o queixo, ainda processando a situação. De todas as coisas que já tinham sido chamadas para fazer no conselho estudantil, essa era definitivamente a mais inusitada. No entanto, olhando para Lynn, ele viu o quão desconfortável ela estava. Sua expressão era de puro desespero e ansiedade.

— Lynn... Isso é mesmo uma boa ideia? — Ele disse, com uma ponta de preocupação. — Quer dizer, inventar algo assim pode acabar te prejudicando mais do que ajudar, você não acha?

Lynn baixou os olhos. Sabia que ele tinha razão, mas naquele momento não conseguiu ver outra saída. O olhar de Evan, as expectativas dos amigos, a pressão... tudo estava se acumulando.

— Eu sei que é uma ideia idiota — Admitiu ela, com um suspiro cansado. — Mas... Eu realmente não quero lidar com isso sozinha. Só dessa vez, só para passar por essa festa. Depois, prometo que voltarei ao normal. Por favor, Nathaniel.

Ele a observou por mais alguns segundos, ela estava quase chorando ao implorar, mas ele claramente ainda estava incerto. Não conhecia Lynn tão bem, mas sabia que ela era uma garota tranquila, sem o hábito de se envolver em dramas. Isso fez com que ela realmente estivesse passando por algo difícil.

Finalmente, ele suspirou, balançando a cabeça com um meio sorriso.

— Tudo bem, só porque eu não consigo ver uma garota chorar.

Lynn falou sobre os olhos, surpresa.

— Sério?

— Sim, sério — Ele disse, ainda sorrindo. — Mas com uma condição: Você vai me ajudar com as coisas aqui no conselho.

Lynn encontrou vigorosamente, sentindo uma onda de interrupção passar por ela.

— Claro, claro! Eu prometo! Eu ajudo. Muito obrigada, Nathaniel. Eu realmente... eu não sei o que teria feito sem a sua ajuda.

Nathaniel passou levemente e voltou a se concentrar em seus papéis à sua frente.

— Tudo bem, Lynn. Só... Me avise do que precisamos fazer para que isso pareça convincente, ok?

Ela assentiu novamente e saiu da sala, sentindo-se um pouco mais leve. Não acredito que ele tenha aceitado. Talvez, apenas talvez, as coisas comecem a dar certo.

Mas, mal sabia ela, a mentira que havia acabado de criar estava prestes a se tornar muito mais complicada do que poderia imaginar.

Namorado de MentirinhaOnde histórias criam vida. Descubra agora