Epílogo - Final

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Jimin estava desesperada por Minjeong ter perdido os sentidos, mas foi tranquilizada pela médica que explicou que ela havia tido estafa física e emocional, seu cérebro então desligou, mas ela já havia checado e Minjeong já estava estável, porém sedada para que pudesse descansar. Nesse meio tempo, Jimin cortou o cordão umbilical, entregou a muda de roupas e agora admirava seu filho no berçário.

Já havia pegado o menino no colo e chorou, na verdade ela não parava de chorar desde que ouviu seu chorinho pela primeira vez. Esperava ansiosamente que Minjeong acordasse para dividir com ela sua alegria.

Algumas horas depois, Jimin já estava no quarto com Minjeong, ela lia um livro e ouviu quando Minjeong resmungou acordando.

"Ai..."

"Amor, tá tudo bem? Tá sentindo alguma dor?"

"Minha cabeça, parece que vai explodir e..."

"O que?"

"Meus... meus olhos... estão doendo e ardendo. Você... você pode apagar a luz?"

"Luz?"

"Sim, estou enjoada."

Jimin ainda sem entender aquilo fechou as persianas, deixando o quarto a meia luz e voltou pra perto da cama.

"Pronto amor, diminuiu o incômodo?"

"Aham, eu ainda me sinto tonta e enjoada, mas já não parece que tem algo perfurando meu cérebro pelos olhos."

"Minjeong..."

"Oi amor."

"Você pode abrir os olhos um instante?"

Minjeong abriu os olhos lentamente, e as sombras começaram a estabilizar, e de repente ela viu suas mãos. Ela as viu na frente do rosto e não conseguia dizer uma palavra, ela estava... Ela estava vendo? Não podia ser, ela fez aquela cirurgia havia tanto tempo, mais de um ano, e nada aconteceu.

Foi tirada de seu devaneio ao ouvir aquela voz, aquela voz que tanto amava. Se virou lentamente e a viu, olhando em seus olhos com o olhar preocupado.

"Amor? Você está bem?"

E foi o necessário pra que uma corrente de lágrimas viesse e Minjeong só conseguisse segurar seu rosto e acariciar cada parte. Jimin estava confusa e nervosa por ver a mulher chorar sem parar.

"Minjeong..."

"Eu estou vendo... Jimin, amor, eu posso ver você... Eu posso, eu posso ver você!"

Então Jimin entendeu, ela entendeu a enxurrada de emoção de Minjeong. Ela a abraçou apertado e enxugou suas lágrimas, lágrimas de felicidade.

"Isso é incrível, amor... Você está mesmo me vendo?"

"Sim, estou vendo você chorar, e que está descabelada e... e meu Deus, você é tão linda, e seus olhos..." ela disse chorando.

"Meu deus, eu nem tô acreditando..." Jimin sorria entre lágrimas e a abraçava.

"Olá mamães." a enfermeira entrou trazendo o bebê, e Minjeong não conseguiu segurar as lágrimas mais uma vez. Ela pegou aquele pequeno bebezinho e admirou cada traço. Ele abriu os olhinhos e olhou diretamente pra mãe, abrindo um pequeno sorriso de bebê, fazendo o coração de Minjeong errar uma batida e Jimin se derretia toda ao lado dela.

"Ele é tão lindo amor." ela dizia acariciando o rostinho do bebê.

"Ele é sim, lindo como a mãe dele." ela disse fazendo Minjeong a olhar e sorrir. "Você já escolheu um nome?"

"Não, pensei em nomes de meninas apenas, você tem algum?"

"Eu posso?"

"Claro amor, você é mãe dele também." ela disse enquanto colocava o bebê pra mamar e suspirava por poder ver isso.

"Tudo bem, então... seja bem vindo Yoo Kim Jinwoo." Jimin disse tocando a cabecinha do bebê e Minjeong a olhou emocionada.

"É um lindo nome."

"Eu sei, duh." ela disse divertida.

"Obrigada, eu te amo." ela disse e Jimin lhe deu um selinho.

"Eu também te amo, e feliz aniversário minha bailarina." ela sorriu.

"Obrigada. Esse é o melhor presente da minha vida." ela disse emocionada.

E a emoção seguiu por um bom tempo. Minjeong não conseguia segurar o choro ao ver cada rosto conhecido pela primeira vez, mas principalmente de seu filho. Foi a melhor sensação do mundo poder ver aquele rostinho, fruto do amor dela e de Jimin, Jimin, que agora tinha rosto, e não apenas uma voz. Ela não saberia descrever a felicidade naquele momento, na verdade, em todos os que se seguiram.

Voltou ao médico quando se recuperou do parto e o mesmo a explicou que isso poderia acontecer, pois a células tronco regeneram os tecidos e às vezes leva mais tempo. E o esforço sensorial que Minjeong fez no parto pode ter sido o estopim para que as retinas fossem estimuladas a ponto de voltarem a funcionar. Ele a liberou e pediu que tomasse alguns cuidados, mas teria uma vida totalmente normal.

Ela teve que reaprender a ver o mundo, mas estava sendo a melhor experiência que já teve. Demorou um pouco para se acostumar e Minjeong ainda tinha a percepção sensorial de um cego, e teria por muito tempo ainda. Mas aprendeu a viver num mundo de cores e luzes, e sombras também, mas dessa vez combinadas a luz.

Ela refletia sobre sua vida enquanto olhava as estrelas, na varanda de seu quarto, na casa que tinham em Seul. Estavam lá para a festa de aniversário de cinco anos de Jinwoo, seu filho.

Jinwoo era doce e calmo, tinha os olhos castanhos e cabelos negros, ele era uma mistura exata das duas. Minjeong foi tirada de seus pensamentos ao sentir aquele perfume que adorava e sempre reconheceria, mesmo enxergando.

"Posso saber o que meu amor está pensando?" ela perguntou enquanto a abraçava por trás e encaixava o queixo no ombro da esposa.

"Acho que em tudo, estava fazendo uma prece silenciosa, por nós, por ter conseguido tudo que sonhei e ainda mais... Mas principalmente..." ela se virou de frente abraçando sua mulher pelo pescoço. "Eu estou agradecendo a Deus por ter você, meu porto seguro, minha mulher, companheira, amiga, mãe do meu filho, que me deu algo que jamais poderia sonhar... Uma vida."

"Hey, mas eu não te dei a vida querida, tenho certeza de que foram seus pais." ela disse divertida arrancando um sorriso da mulher.

"Sim, eu ganhei vida duas vezes Jimin, a primeira quando nasci, e a segunda quando eu conheci você." ela disse carinhosa fazendo Jimin se emocionar.

"Eu te amo, Minjeong, e agradeço a Deus todos os dias também por ter te colocado pra dançar balé na minha escola. Você mudou tudo, você me mudou. E eu sou a mulher mais feliz do mundo por isso."

"Eu também te amo, você me faz mais feliz como jamais pensei que pudesse ser."

Jimin sorriu antes de beijá-la com todo amor que sentia. Após terminar o beijo, colou suas testas e sussurrou.

"Dança pra mim minha bailarina?"

"Sempre, mas dessa vez, que tal dançarmos juntas?"

Jimin sorriu mais uma vez antes de colar seu corpo ao dela, e juntas de olhos fechados dançavam uma melodia só delas, tocando em seus pensamentos, sincronizada com as batidas de seus corações e o movimento dos seus corpos.

Minjeong apesar de enxergar, ainda dançava de olhos fechados, pois assim mantinha a essência de sua dança, e ela continuava encantadora. Mas agora, sempre que podia, chamava Jimin para dançar com ela.

Ambas dançavam juntas a dança da vida, a dança do amor. E elas não precisavam nem de música, nem da visão, pois como dito antes, para amar, não é preciso ver, apenas sentir, e isso ambas tinham de sobra. E teriam por muito tempo.

FIM.

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Chegamos na nossa reta final da história, obrigada por quem chegou até aqui, comentou e votou, vocês sabem que isso é muito importante pra mim, obrigada mesmo, de coração❤️ espero ver vocês na próxima fic das winrina, que assim que eu fizer a capa, eu posto aqui pra vocês, bjs da tete💋

A Bailarina | WinrinaOnde histórias criam vida. Descubra agora