O Romance do Impacto - Cadeira X Pablo Marçal

"O Romance do Impacto"

Quando o grito desesperado "Não, Datena, não!" ecoou pelo estúdio, Pablo Marçal jamais poderia prever o que estava por vir. Em meio ao caos televisivo, uma cadeira, lançada com força implacável, cruzou o ar e o atingiu em cheio. O impacto foi imediato, trazendo dor física - mas algo além dessa dor começou a se desenrolar dentro dele.

Nos dias que se seguiram, Pablo não conseguia tirar a cena da mente. Não era o choque de ser atingido ao vivo que o incomodava, mas a própria cadeira. O momento parecia transcender a realidade. Havia algo naquele objeto inanimado que o chamava, que mexia com suas emoções de uma forma que ele não entendia. Não era a simples lembrança de um móvel qualquer; havia uma profundidade perturbadora em cada detalhe daquele encontro.

De repente, cadeiras em geral começaram a ocupar seus pensamentos. Ele as observava com atenção incomum, sentia uma presença quase viva em cada assento que via. A cadeira que o acertou, em particular, tomava conta de seus sonhos: o frio metálico, a estrutura sólida, o som do impacto. Era como se ela, apesar de inanimada, carregasse um poder sobre ele, algo além da lógica.

Aquilo que fora apenas um incidente bizarro no estúdio se transformou em uma obsessão sutil. Ele começou a notar cadeiras em lugares onde nunca antes as percebera, como se elas estivessem à espreita, sempre o lembrando daquele momento único. Uma conexão estranha e não correspondida se formou entre Pablo e o objeto de sua fascinação.

Ele sabia que era ridículo, inalcançável. Como poderia uma cadeira devolver o que ele sentia? Não podia. Mas em seu coração, um espaço fora reservado para aquele assento. Cada fibra do seu ser ansiava pela compreensão daquela ligação, como se naquele único momento de choque e dor houvesse algo de maior significado, algo que apenas ele podia entender. Um romance silencioso, trágico e unilateral. A cadeira jamais o corresponderia, mas Pablo sabia: jamais esqueceria o impacto que ela deixara em sua alma.

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Ok, irei procurar tratamento