cap. 6

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Já faz alguns dias desde de que tive aquele sonho com Billie.

O problema é, desde aquele dia, eu não sou mais a mesma.

Essa porrinha martela na minha cabeça toda vez que eu olho pra ela.

Agora eu tô na minha sala tentando focar na aula.

O pior é que desde lá eu também tenho tido mais sonhos, Inclusive ontem tive um, e que sonho viu!

Tudo bem que esse meu fogo no rabo é normal, só que agora tá passando dos limites.

E pra ajudar ela me olha o tempo inteiro com aquele olhar que só ela tem, parece até que quer me comer.

Eu preciso tirar isso da minha cabeça, se não quem vai se fuder no final sou eu.

...

-MENTIRA. - Milla ri de mim.

Estávamos sentadas numa cafeteria aleatória da cidade.

-queria que fosse. - puxo um pouco do meu milk shake pelo canudo.

-não queria estar na sua pele não, imagina; - ela da uma pausa pra rir e puxar o fôlego. - ter sonhos eróticos com uma pessoa que convive na mesma casa que você! Puta que pariu, você tem muito azar, s/n. - ela nega com a cabeça cortando um pedaço de um doce estranho que ela pediu.

-obrigada por me falar o óbvio. - sorrio ironicamente me jogando pra trás no banco.

-pelo menos ela é bonita, né! - dá de ombros.

-até demais. Eu tô quase me hospedando na sua casa só pra não ter que ver o rosto dela todo dia.- choraminguei.

-caralho!- exclamou olhando pra mim de maneira estranha.

-nossa, quando cê diz que sou chata, não imaginei que fosse ao ponto de nem me querer na sua casa!- fingi ter ficado magoada e pus a mão no peito.

- não é isso porra, só olha pra trás.

Olhei devagar pra disfarçar, para quem quer que esteja ali, não perceba meu olhar, mas não vi ninguém conhecido.

Viro confusa pra ela novamente tentando entender.

Ignoro.

-bom, mas continuando. A unica coisa que mais tá me preocupando é que eu esteja começando a achar, que, talvez, só talvez, bem poucas chances de ser rea- ela me corta.

-porra s/n, porra, porra, porra. - disse um porra atrás do outro rapidamente.

-que isso menina, travou o disco? O que foi?

-Oi meninas.

Olho pra trás vendo Stela.

-porra. - completo baixo, agora entendendo Milla. Será que eu não posso ter paz não?

A ignoro me levantando.

Olho pra Lala, esperando ela fazer o mesmo.

- você paga a conta? - me pergunta.

- tô com pouco dinheiro hoje.

- vão me ignorar mesmo? - pergunta incrédula.

- ah menina pelo amor de deus, ninguém aguenta mais você. - Milla pega na minha mão e me puxa pro caixa.

Ela vem atrás.

- queria te pedir desculpas pelo dia da festa. - disse olhando pra mim com cara de cachorro sem dono. Ué, a putinha se arrependeu? Não entendi.

- de boa. - falo seca. Normalmente me chamam de trouxa quando perdôo alguém que não merece perdão. Mas nesse caso eu realmente não tô ligando pra ela, só falei a primeira coisa que veio na minha cabeça.

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