TANJIRO O CAÇADOR DO ECLIPSE

Capítulo 1

**Capítulo 1: A Seleção Final**

Tanjiro Kamado era um simples vendedor de carvão, vivendo uma vida tranquila com sua família nas montanhas. Mas, em um fatídico dia, ao retornar de uma de suas viagens, ele encontrou sua família brutalmente assassinada. Todos, inclusive sua amada irmã, estavam mortos, vítimas de um demônio implacável. O choque e a dor o consumiram, mas, em meio ao desespero, ele jurou vingança. Decidido a destruir os demônios responsáveis pela tragédia, Tanjiro começou um treinamento intenso por conta própria.

Sem mestres ou guias, ele se isolou nas montanhas onde sua família morava, forjando seu corpo e espírito através de pura determinação. Ele corria pelas encostas, escalava rochedos íngremes e enfrentava o frio e as tempestades, tudo para fortalecer seus músculos, aumentar sua agilidade e aperfeiçoar seus reflexos. A cada treino, Tanjiro ficava mais rápido, mais forte, mais resistente. Seu rosto, antes gentil e acolhedor, tornou-se frio e impassível, refletindo a dor que ele carregava. Ele falava com ninguém; não havia espaço para distrações.

Durante suas noites solitárias, ele sempre mantinha a katana de seu falecido pai próxima de si, um símbolo de sua determinação e um lembrete de sua missão. Era uma lâmina simples, mas para Tanjiro, ela representava a força e o legado de sua família. Além disso, ele confeccionou uma máscara de raposa, que passou a usar para ocultar suas emoções, mantendo-se distante do mundo e das pessoas ao seu redor.

Após anos de treinamento árduo, Tanjiro sentiu-se finalmente pronto para enfrentar o teste que o colocaria no caminho da vingança: a Seleção Final. Com sua katana nas costas, vestindo um traje negro com detalhes vermelhos em forma de chamas, ele partiu para a Montanha Fujikasane, onde a prova aguardava os futuros Caçadores de Demônios.

Ao chegar à montanha, Tanjiro se misturou aos outros candidatos. Mas, ao contrário dos demais, que falavam entre si e demonstravam nervosismo, ele permaneceu em silêncio absoluto, focado apenas em sua missão. Sua máscara de raposa escondia qualquer expressão de medo ou hesitação. Ele sabia que precisava sobreviver a sete dias enfrentando demônios perigosos e implacáveis.

Tanjiro entrou na floresta sem medo e sem hesitação. Diferente de outros candidatos, ele não sentia compaixão pelos demônios. Cada passo que dava era calculado, e seu objetivo era claro: destruir todos os demônios que cruzassem seu caminho. Sua mente estava fria como gelo, e a dor que carregava pela perda de sua família alimentava sua fúria.

Logo no início da prova, ele encontrou seu primeiro oponente — um demônio grotesco, coberto de escamas, que avançou em sua direção com garras afiadas. Tanjiro, sem perder tempo, desembainhou a katana de seu pai e, com um único golpe preciso, decapitou o demônio. Não houve diálogo, não houve piedade. Para Tanjiro, os demônios eram a encarnação do mal que ele precisava destruir. Cada vez que sua lâmina cortava o ar, era como se estivesse limpando o mundo da escuridão que havia consumido sua família.

À medida que avançava pela floresta, mais demônios surgiam, mas nenhum era páreo para sua determinação. Sua katana cortava através da carne e dos ossos dos monstros com uma precisão mortal. Seus olhos, por trás da máscara de raposa, não demonstravam nada além de foco e propósito.

Foi então que ele encontrou o demônio de várias mãos, o mesmo que causava terror na Seleção Final. O monstro tinha capturado e devorado inúmeros candidatos em seleções anteriores, mas Tanjiro não recuou. Com sua postura firme, ele aguardou o momento certo, enquanto o demônio rugia e avançava com seus braços grotescos. Quando o demônio lançou um ataque, Tanjiro esquivou-se com agilidade, saltando e cortando com precisão. Com um movimento rápido e decidido, ele decapitou o demônio, deixando sua cabeça rolando no chão, enquanto o corpo caía inerte.

Tanjiro não celebrava suas vitórias. Cada demônio que ele derrotava era apenas mais um passo em sua jornada de vingança.

Após sete dias de luta incessante, a Seleção Final chegou ao fim. Poucos sobreviveram. Entre os que restaram estavam Kanao, Zenitsu, Genya e Tanjiro. Todos estavam exaustos, mas Tanjiro manteve seu silêncio habitual, ainda coberto pela máscara de raposa, seus olhos duros como pedra. Duas pequenas moças, como no original, apareceram para parabenizar os sobreviventes. Elas repetiram as palavras de boas-vindas e explicaram que os sobreviventes agora deveriam escolher uma pedra para forjar suas katanas.

Tanjiro foi o primeiro a subir. Ele se aproximou das pedras e, após examiná-las brevemente, uma pedra negra chamou sua atenção. Era diferente das outras, quase como se estivesse esperando por ele. Sem hesitar, Tanjiro pegou a pedra negra e voltou para sua posição, aguardando o fim da cerimônia.

Algumas semanas se passaram, e Tanjiro continuava a se fortalecer enquanto aguardava a chegada de sua espada. Um homem mascarado chegou à sua casa para entregar a lâmina, forjada a partir da pedra que ele havia escolhido. Quando a espada foi desembainhada pela primeira vez, sua lâmina brilhou em um tom profundo de preto. A espada negra era rara e misteriosa, mas Tanjiro sentiu uma conexão imediata com ela. Ele apreciou a cor, sentindo que a lâmina refletia a escuridão e a dor que carregava em seu coração.

"Uma espada preta", comentou o homem mascarado, impressionado. "Poucos possuem lâminas assim."

Tanjiro não respondeu, apenas segurou a espada com firmeza. Ele sabia que aquela arma seria a chave para sua vingança. Agora, com sua katana negra em mãos e seu traje de Caçador de Demônios recém-entregue, Tanjiro estava finalmente pronto para cumprir seu destino.

Sem olhar para trás, ele vestiu sua roupa de Caçador, pegou sua espada, e partiu em sua nova jornada: caçar demônios e exterminar todos que cruzassem seu caminho.