P͢r͢ól͢o͢g͢o͢

33 6 0
                                    

Pietra tinha uma vida complicada, a mãe morreu quando ela tinha sete anos e o pai que nunca fora muito amoroso, se tornou agressivo, principalmente quando bebia, as agressões continuaram somente verbais por alguns anos, quando ela tinha dez anos, ele se casou de novo, a madrasta não era má mas ela era totalmente indiferente, agia como se Pietra não existisse, aos doze as agressões se tornaram físicas, começando com puxões de orelha e beliscões no braços e foi evoluindo a cada ano, até chegar em tapas na cara e chutes na costela

Aquilo era demais pra ela, então aos dezoito ela decidiu que iria fugir mas com a má reputação do pai dela na cidade pequena em que morava, ninguém a queria contratar e sem dinheiro, ela não conseguiria fugir, até que aos vinte e um anos, ela finalmente conseguiu um emprego como garçonete em uma lanchonete quase na cidade vizinha, o salário não era incrível mas bastava para que ela saísse dali, ela aguentou as agressões enquanto trabalhava e bolava o plano de fuga escondida

Após procurar muito na internet, ela achou um apartamento que o aluguel era barato, ficava em outra cidade, a dois dias de viagem, ou seja, longe o suficiente do pai dela, e segundo a proprietária, a antiga inquilina  deixou os móveis que havia comprado não fazia muito pois tinha arranjado um namorado rico e foi morar com ele, esses eram os prós e os únicos contras é que ela teria que usar todo o dinheiro que guardou para pagar o aluguel e as contas até conseguir um emprego na cidade nova e que o apartamento era em um bairro perigoso mas ela preferia isso do que continuar naquela situação

Após um ano juntando dinheiro, ela finalmente conseguiu o suficiente para fugir, então em um domingo qualquer, ela acordou as três da minha e partiu para a sua tão esperada liberdade, ela foi de ônibus em ônibus levando somente duas mochilas e uma mala pequena com roupas e alguns pertences, como fotos da mãe e ursinhos que ela ganhou dos pais antes da vida dela se tornar o que se tornou

Dois dias depois ela chegou, a vizinhança realmente não parecia muito agradável mas não era terrível, haviam algumas famílias mas também haviam alguns caras com feições estranhas vendendo drogas e achando que eram discretos e eles não eram. Chegando ao apartamento, ele realmente era pequeno, porém parecia aconchegante, era limpo e organizado, tinha um quarto, um banheiro e uma cozinha/sala com um balcão de mármore dividindo as duas.

No dia seguinte a chegada dela, depois de organizar as poucas coisas que ela trouxe, ela foi a procura de um emprego, ela procurou em tudo e torceu para que fosse contratada logo, afinal, o dinheiro que ela guardou não duraria mais do que quatro messes mas um mês depois, ela não foi chamada por nenhum, então ela procurou mais e procurou na cidade vizinha também e não conseguiu nada por mais três messes, até que em pânico por estar quase sem dinheiro, ela recorreu a última opção, a única que ela estava se opondo, o bar de striptease Bella Vita, que não ficava muito longe da casa dela

Aquela era a última opção porque todos no bairro dela sabiam que lá haviam pessoas muito perigosas e ela odiava aquele tipo de atmosfera e principalmente, pessoas bêbadas. Ela não pretendia ser striper de jeito nenhum, afinal, ela sempre se preocupou com muitas coisas e nunca teve tempo para cuidar da sua beleza, ela não se considerava feia mas de modo algum ela tinha o biotipo de uma daquelas meninas magérrimas e cheias de silicone e botox. Ela tentaria algo como garçonete, afinal, ela já trabalhou como uma, então tinha experiência

E para a sorte dela, quando ela foi no bar no dia seguinte, ela foi informada que seria contratada porque eles estavam com uma falta de garçonetes, já que ela não era a única que tinha medo ou receio de trabalhar ali e segundo a gerente, o bar tinha algumas regras:

1°: não arrumar briga com cliente ou com colegas de trabalho

2°: não roubar nada

3°: você não é obrigada a transar com os clientes mas não pode negar que eles passem a mão em você

A regra número era absurda, primeiro que Pietra não fazia idéia de que também havia prostituição no bar e segundo porque ela só queria ser garçonete, não queria homens estranhos a tocando sem que ela faça nada mas segundo a gerente, essa regra era somente para a proteção dela, já que os clientes era perigosos e poderiam machucar ela caso fossem rejeitados

E por último:

4°: nunca se ofereça para transar ou sequer tocar o chefe

Quem era o chefe? Ela não fazia idéia mas ia se manter longe dele de qualquer jeito

Mesmo com o medo daquele lugar e a regra número três que deixou ela receosa, ela aceitou, afinal, tudo era melhor do que o inferno que ela já havia passado

Ou será que haviam coisas piores?

𝐁𝐞𝐥𝐥𝐚 𝐯𝐢𝐭𝐚🍷Onde histórias criam vida. Descubra agora