Raviel Karim e Toshiruz formam uma amizade inesperada que logo se transforma em algo mais profundo. Enquanto Toshiruz se descobre bissexual e demissexual, Raviel Karim, um garoto bissexual e gay, percebe que seus sentimentos por ele são mais do que...
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Eu estava esparramado na minha cama, os raios do sol entrando pela janela e aquecendo meu rosto. O vento fresco da tarde balançava suavemente meus cabelos, uma mistura de branco e preto. Meu olhar estava perdido, até que a porta do quarto se abriu de repente.
- Oioii! Como está o meu branquelo favorito? - a voz animada de Eveline ecoou pelo quarto enquanto ela se jogava ao meu lado na cama sem cerimônia.
- Horrível, e você? - respondi, com um tom arrastado. Ela soltou uma risada baixinha, como sempre fazia quando tentava ser discreta.
- Péssima. - Nossos olhares se cruzaram, e de repente, começamos a rir feito dois idiotas. A risada durou mais tempo do que eu esperava, até que o celular de Eve apitou. Ela se levantou um pouco, sentando-se na cama enquanto começava a digitar rapidamente.
- O que aconteceu, cabeça de Milkshake? - perguntei, enquanto observava ela se levantar e começar a mexer no meu guarda-roupa. Ótimo... Agora virou bagunça mesmo. Além dessa praga ter uma cópia da minha chave de casa, ainda mexe nas minhas coisas como se fosse dona.
- Uhum, achei! Veste isso aqui, moleque. - Eveline jogou um conjunto de roupas na minha cara, me pegando totalmente de surpresa. Eu a olhei, confuso.
- O que está acontecendo? - perguntei, tentando entender o que diabos ela estava planejando.
- Antes que você comece a reclamar, vou te explicar: a Carol me mandou mensagem nos convidando para sair com ela e os amigos do Dante. Eu, obviamente, aceitei, já que é uma tarde perfeita de sábado! - O entusiasmo dela contrastava com o meu completo desinteresse.
Eu revirei os olhos, bufando. Sair de casa hoje? Nem pensar. Nem amanhã. Odeio isso, mas, entre ir de boa vontade ou ser arrastado pela Eve aos berros... Eu sabia que não tinha muita escolha.
- Tá bom, eu vou. Agora, sai do meu quarto e vai se arrumar na SUA casa. - Falei, praticamente empurrando-a para fora. Do lado de fora, eu ainda ouvi ela me xingando baixinho, mas só revirei os olhos novamente.
Olhei para a roupa que estava esparramada na cama e comecei a me trocar. Tirei a blusa, pronto para vestir a nova roupa, quando ouvi o som de uma notificação no meu celular. Não devia ser a Eveline, nem a Carol...
- Porra, é o Ravi! - murmurei para mim mesmo, sentindo o coração acelerar. Procurei desesperadamente pelo celular no meio das roupas jogadas até finalmente encontrá-lo. Quando desbloqueei a tela, lá estava: uma mensagem do Ravi.
Um sorriso involuntário surgiu nos meus lábios ao ler a mensagem dele, perguntando se eu ia sair com todo mundo. Respondi que sim, e ele logo disse que mal podia esperar para me ver. Não consegui resistir e mandei um coração como resposta antes de encerrar a conversa.
Joguei o celular suavemente na cama, ainda com aquele sorriso bobo no rosto.
- Esse garoto vai acabar me deixando louco... - sussurrei para mim mesmo.
