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●Pov S/N

"Bom dia!"– cumprimentei a guardinha da escola onde trabalho, tentando manter um sorriso amigável.

"Meu Deus, logo ela..."– pensei, ao avistar a diretora parada em frente à entrada, com seu olhar severo me observando.

"Agora complicou."– Respirei fundo e continuei andando, fingindo não ter notado sua presença incômoda.

"Está atrasada novamente."– ela disparou, sua voz carregada de descontentamento.

"Houve muito trânsito hoje, infelizmente."– expliquei, forçando a melhor expressão de desculpa que consegui.

Caminhei em direção à minha sala, sentindo a raiva me consumir por dentro. "Que mulher insuportável," pensei. "Tão dura, fria e incapaz de simpatia.

Quando cheguei à sala de aula, me recompus e comecei a dar minha aula, ainda tentando afastar a irritação que a diretora havia provocado.

Conforme as horas passavam, fui me acalmando, absorvida pela energia dos alunos. Ao final da aula, me permiti um breve suspiro de alívio. "Mais uma aula vencida," pensei.

Mas, antes que pudesse relaxar completamente, um bilhete foi deslizado por debaixo da porta."Preciso falar com você. Sala da direção. Imediatamente."

Senti um frio na espinha. O que será que ela queria agora? Sem escolha, fui até a sala da diretora, com o coração acelerado e o pior dos pressentimentos

Caminhei pelos corredores da escola, tentando controlar a ansiedade que crescia a cada passo. Quando cheguei à porta da direção, respirei fundo antes de bater.

"Entre,"ouvi a voz autoritária da diretora do outro lado. Empurrei a porta e entrei, sentindo o ambiente pesado assim que coloquei os pés na sala.

Ela estava sentada atrás da sua enorme mesa, os olhos fixos em mim. Não era necessário dizer nada – a tensão no ar já falava por si.

"Sente-se," ordenou, sem desviar o olhar. Me sentei, esperando que ela começasse.

"Eu sei que a nossa relação não tem sido das melhores,"ela disse, finalmente quebrando o silêncio. "Mas temos um problema mais sério. A escola está passando por uma série de mudanças, e isso inclui algumas... reavaliações no corpo docente."

Meu coração acelerou. "Reavaliações? O que isso significa?" perguntei, tentando manter a calma.

Ela inclinou-se para frente, entrelaçando os dedos sobre a mesa. "Significa que sua performance será monitorada de perto nos próximos meses. Estamos em um momento delicado, e precisamos garantir que todos estejam no mesmo nível de comprometimento."

Tentei processar o que ela estava dizendo. "Você acha que eu não estou comprometida?"Perguntei, mais incisiva do que pretendia.

"Se estivesse, não chegaria atrasada com tanta frequência, não é?" retrucou, com aquele tom frio que já era característico dela.

Senti o sangue ferver, mas me segurei. Não valia a pena discutir com ela naquele momento. "Entendi," respondi, tentando soar controlada. "Posso voltar para a minha sala?"

Ela assentiu, sem dar mais explicações. Saí da sala com uma mistura de raiva e insegurança. Como se já não bastassem os desafios diários com os alunos, agora teria que lidar com uma vigilância constante.

Voltei para minha sala, mas não consegui me concentrar. As palavras da diretora ecoavam na minha mente. E se ela estivesse tramando algo para me afastar? O que eu faria se perdesse o emprego?

A campainha do lanche tocou, e os alunos começaram a sair. Olhei ao redor da sala vazia, sentindo o peso da incerteza. Naquele momento, algo dentro de mim mudou. Eu precisava reagir, mostrar que estava à altura do desafio – não por ela, mas por mim mesma.

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⏰ Última atualização: Sep 23 ⏰

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