Fragmentado

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Não sinto que conseguirei fazer sentido com minhas palavras, ao longo desse monólogo.

 Eu, já adianto os meus pedidos de desculpas a quem quer que seja, faz anos que não sei o que é escrever, ainda mais uma história. Escrevo Fanfic's mas, não é a mesma coisa!

Bom, não classifico o início dessa história, como boa, acho que faz parte de viver altos e baixos, como qualquer ser humano normal, não dá para escolher tudo.

Não se preocupe com a minha forma teatral de lidar com minhas memórias e com a minha escrita, não prometo que vá melhorar. Todos da minha família, sempre me disseram que sou muito exagerada na forma de me expressar. Não gosto de me imaginar assim, mas o senso comum ganha, apesar de hoje em dia, após longas terapias, começar a questionar algumas atitudes da minha família e minhas.

Não sei o que o futuro me aguarda. Espero que ele venha de forma menos inconstante, chega de inconstâncias, enfim... Estamos prontos?!

Bom...

Eu tive um bom avô materno, que era capaz de me contar histórias antes de dormir e de cantar hinos pela manhã, ele era cristão, mas não do tipo... sisudo. Pelo menos, não para mim?! . Apesar da insistência dos demais em tentar denegrir a imagem do meu velho avô, eu sempre a mantive viva em minha mente e em meu coração, de forma acalorada e profunda, são memórias enraizadas com significados que perpetuam na minha forma de falar e pensar, até os dias de hoje.

 A gratidão é um sentimento capaz de moldar você, eu sempre fui profundamente grata a DEUS por ter tido meus breves 04 a 05 anos com o meu avô, o pouco tempo que tive com ele foi o suficiente para aprender o que realmente significa ter valores e princípios, independente de qualquer coisa. Pena que ele se foi tão cedo, eu queria ter aprendido mais, talvez assim eu tivesse mais clareza e aprendesse a lidar melhor com as coisas que se seguiram na minha vida, mas entendo que ele precisava descansar.

Eu descrevo a morte do meu amado Avô, como um marco de mudança na minha vida.

Eu perdi mais que um herói no dia que ele se foi, eu perdi um Pai!

"Um homem que lutou várias batalhas, individuais e em coletivo, um bravo soldado que pode enfim descansar."  Foram palavras que escrevi numa carta para ele, infelizmente, não a tenho mais. Meus diários eram considerados infantis demais para minha mãe, acho que era isso. Prefiro pensar assim do que achar que ela só não se importava o suficiente para preserva-los ao invés de joga-los fora numa faxina de sábado. Passei a escrever em versos de livros escolares e nas ultimas paginas dos cadernos de escola, junto de desenhos que gostava de replicar. Gostava de determinados tipos de textura de folhas para desenhar e escrever, não sou muito de variar.

Enfim...

Não vou mentir, não foi sempre que pensei no lado bom de tudo, me apegava em detalhes pequenos como texturas e cores, para evitar a realidade. Me sentia injustiçada por ter perdido alguém tão valioso tão cedo, principalmente após os fatos que me ocorreram depois de sua morte. Entenda, caro leitor. Meu avô era a cola que mantinha os cacos de minha família unida, quando a cola se desprendeu, os cacos se espalharam e passaram a se tratar como inimigos. Talvez, já se vissem antes assim, não sei! Eu tinha 4 anos!

Não entra na minha cabeça a forma como tratamos uns aos outros aos longos dos anos, a frieza dos sentimentos. Não era sempre que nós nos tratávamos como inimigos e/ou desconhecidos, eram raros os momentos de afeto. Aos longos dos anos, passei a odiar os momentos de afeto, eles sempre vinham carregados de tempestades, eram gestos lindos com más intenções ocultas.

Era a calmaria antes da tempestade!

Se eles estivessem aqui ao meu lado, estariam tentando controlar as minhas palavras. Minha família vestiu a frase: O que acontece em quatro paredes, fica em quatro paredes.

A Emocionante Façanha de Uma SonhadoraOnde histórias criam vida. Descubra agora