O Infiltrado

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POV So Moon

O nome que circulava em minha mente ao ouvir sobre o homem com a tatuagem de dragão era um só: Kang Dae-Hyun. Ele era um ex-membro da nossa gangue, alguém que conhecia todos os nossos movimentos e pontos fracos. E se estava envolvido no incêndio, tínhamos um problema bem maior nas mãos.

Eu olhei para Hana, que já tinha percebido do que se tratava. Suas sobrancelhas estavam franzidas, e ela mordeu levemente o lábio, um gesto que eu só via quando ela estava realmente preocupada.

— Isso complica tudo — disse Hana, sua voz baixa, mas cheia de tensão. — Kang Dae-Hyun sabe demais sobre nós.

Eu concordei, enquanto as palavras de Yoon Ah ecoavam em minha cabeça. Precisávamos agir rápido.

— Se ele está envolvido, então provavelmente o incêndio foi só o primeiro passo. — Suspirei, sentindo o peso da situação nas minhas costas.

— Então o que faremos agora? — So Jin perguntou, olhando para mim e para Hana. — Vocês dois precisam resolver isso antes que piore.

Yoon Ah assentiu em concordância, e eu sabia que elas estavam certas. Eu e Hana precisávamos trabalhar juntos para enfrentar essa ameaça, mas a tensão crescente entre nós complicava tudo. Não podíamos nos distrair com os sentimentos que estavam surgindo — ou podíamos acabar mortos.

— Vamos voltar para a base e montar um plano — decidi. — Precisamos reunir mais informações antes de fazer qualquer movimento.

POV Do Hana

Enquanto caminhávamos de volta para a base, minha mente estava a mil. Kang Dae-Hyun era um problema grande, e o fato de ele estar por trás do incêndio significava que coisas muito piores estavam por vir.

So Moon, ao meu lado, estava tão focado quanto eu. O silêncio entre nós não era desconfortável, mas sim necessário. Estávamos lidando com algo muito maior do que nossas provocações ou qualquer possível tensão entre nós.

— Isso não vai ser fácil — murmurei, mais para mim mesma do que para ele.

— Nunca é — ele respondeu, sem tirar os olhos da estrada à frente.

Quando chegamos à base, nossas irmãs finalmente pararam de nos provocar e começaram a ajudar a preparar o terreno para o que estava por vir. Eu e So Moon nos trancamos na sala de reuniões para revisar as informações que tínhamos sobre Dae-Hyun e traçar uma estratégia.

— Ele vai tentar atacar de novo — comecei, jogando o arquivo com a ficha de Dae-Hyun na mesa. — Provavelmente vai mirar em algum lugar ainda mais importante da nossa gangue.

— Sim — So Moon concordou. — O problema é que ele sabe onde e quando atacar. Precisamos descobrir sua próxima jogada antes que seja tarde demais.

Enquanto discutíamos o plano, o tempo parecia passar mais devagar. A cada detalhe que revelávamos sobre Dae-Hyun, mais ficava claro que ele tinha planejado tudo com antecedência. Ele estava um passo à frente de nós, e isso me deixava irritada.

POV So Jin

Eu e Yoon Ah estávamos observando tudo de longe, mantendo nossas provocações de lado por enquanto. Sabíamos que a situação era séria e que precisávamos dar espaço para So Moon e Hana resolverem isso juntos. Mas, ao mesmo tempo, era impossível não notar a química que continuava crescendo entre eles, mesmo em momentos tão tensos.

— Eles são teimosos demais para admitir — Yoon Ah sussurrou, me cutucando com um sorriso.

— Totalmente. Mas uma hora ou outra eles vão ter que ceder. Não dá para esconder o que tá na cara — concordei, observando Hana, que parecia estar completamente focada no plano.

— Aposto que se a gente ajudar com um empurrãozinho... — Yoon Ah começou a sugerir, mas eu a interrompi.

— Deixa eles. Esse é o tipo de coisa que só funciona se for natural. Mais cedo ou mais tarde, eles vão perceber sozinhos.

— Ou talvez a gente tenha que fazer alguma coisa se eles não perceberem — Yoon Ah insistiu, piscando para mim.

Eu ri, balançando a cabeça. Yoon Ah sempre tinha planos mirabolantes, mas desta vez, talvez ela tivesse razão. De qualquer forma, tínhamos que focar no que era importante: a situação com Kang Dae-Hyun.

POV Do Hana

Enquanto o dia se transformava em noite, a base estava quieta, com todos concentrados em suas tarefas. Eu e So Moon finalmente tínhamos traçado um plano — mas ainda havia tantas incertezas. Decidimos que a melhor estratégia seria infiltrar um dos nossos membros na gangue de Dae-Hyun para coletar informações. Só assim poderíamos nos antecipar.

O problema era encontrar alguém em quem confiássemos o suficiente para uma missão tão arriscada.

— Eu posso ir — So Moon sugeriu, sem rodeios.

— Nem pensar. Você é muito reconhecido. Dae-Hyun te identificaria em segundos — respondi, balançando a cabeça. — Eu vou.

— Hana... — Ele começou a protestar, mas eu o cortei.

— Você sabe que eu sou a melhor pessoa para isso. Posso me infiltrar sem levantar suspeitas.

Ele me olhou por alguns segundos, claramente desconfortável com a ideia, mas, no fundo, sabia que eu estava certa. Então, finalmente, assentiu com relutância.

— Tudo bem. Mas eu vou estar por perto o tempo todo. Qualquer sinal de perigo, e você sai de lá.

Eu sorri levemente. — Pode deixar.

Eu sabia que seria arriscado, mas tínhamos que fazer algo. E talvez, só talvez, essa missão fosse exatamente o que precisávamos para dar um fim ao jogo de Dae-Hyun — e para resolver o que quer que estivesse crescendo entre mim e So Moon.

Porque, no fundo, eu sabia: algo estava prestes a mudar para sempre.

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Continua....

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