Destinados

Na escola Educando, Davi era conhecido por ser o cara baixinho e pretinho que ninguém achava que ia conquistar a garota mais fofa do oitavo ano. Kamilla, com seus longos cabelos brilhantes e jeitinho quieto, não era do tipo que se deixava levar por qualquer um. Ela não falava muito, mas seus olhos diziam mais do que ela imaginava.
Davi não era o típico garoto popular, mas tinha algo que chamava a atenção de Kamilla. Seu jeito descontraído e autêntico, sempre com um sorriso no rosto, fazia com que ela se sentisse à vontade perto dele. No início, ela só achava ele engraçado. Mas, com o tempo, as piadas que ele fazia começaram a mexer com o coração dela. A amizade dos dois foi se aprofundando, e, sem perceber, Kamilla se pegava esperando ansiosa pelas mensagens dele. O problema é que Kamilla não sabia muito bem como demonstrar seus sentimentos. Ela nunca foi de palavras românticas ou grandes gestos.
Já Davi, por outro lado, era direto. Quando ele decidiu que gostava de Kamilla, ele foi e disse. Sem enrolação. "Kamilla, eu gosto de você, e queria saber se a gente pode ser algo a mais do que amigos". A garota ficou vermelha na hora, olhando para o chão como sempre fazia quando ficava nervosa. "Acho que... eu também gosto de você, Davi", murmurou, com um sorriso tímido.
A partir daí, eles começaram a andar juntos na escola, e todo mundo comentava. Não era um casal comum, mas eles combinavam de uma forma que ninguém entendia. Kamilla não demonstrava muito afeto em público, mas quando Davi falava com outras garotas, era visível o ciúme que ela tentava esconder. Ela ficava com os braços cruzados, olhando para o lado, como se quisesse ignorar, mas não conseguia.
"Tá com ciúmes, Kamilla?" Davi perguntou um dia, rindo ao perceber a cara dela enquanto conversava com uma colega de classe.
"Eu? Claro que não!", respondeu ela, mas sua voz soou mais irritada do que queria admitir. E ele sabia.
"Relaxa, eu só tenho olhos pra você", disse ele, com aquele sorriso que fazia o coração de Kamilla bater mais rápido.
Ela não respondeu, apenas deu um empurrãozinho de leve no ombro dele, virando o rosto para esconder o sorriso. Davi riu ainda mais, amando ver aquele lado mais vulnerável dela.
Com o tempo, Kamilla foi se soltando, começando a demonstrar seus sentimentos de formas pequenas. Um bilhetinho aqui, uma mensagem ali, e, às vezes, um carinho discreto nos corredores da escola. E, mesmo com o ciúme dela aparecendo de vez em quando, Davi adorava a maneira como Kamilla era. Afinal, foi exatamente assim que ele a conquistou.