Depois da aula de dança

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Pervertido.

Fala sério, Jeongguk, até quando você vai fingir que nada 'tá acontecendo?

Eu me esforço pra caramba, sempre fui o melhor aluno do Hoseok e as horas extras que eu fico depois das aulas não são atoa, eu tento sempre praticar o máximo que consigo. Isso pode parecer desgastante, e no começo era mesmo. Mas depois que você e seus amigos me permitiram, e eu comecei a tomar banho nos banheiros disponíveis que são próprios pro time, eu me senti muito melhor.

Era sempre a mesma rotina, das terças às sextas eu ficava pelo menos uma hora a mais dentro daquela sala cheia de espelhos e praticava todos os passos novos que eu aprendi, e assim que julgava suficiente, eu ia me banhar.

No início, não senti nada de diferente, porque o time sempre ia embora uma hora mais cedo então eu nunca encontrei vocês por lá, era até confortável.

Mas então, um dia eu percebi uma movimentação estranha.

Eu fiquei com medo de ser algum maluco querendo entrar pra me molestar, mas não saí de lá até que tivesse meu banho todo tomado, e o maluco ficou por lá, eu acho.

E isso começou a se repetir diversos dias, no começo eram dias aleatórios que a pessoa estranha aparecia, mas depois ficou tão frequente quanto as minhas idas às aulas de dança.

Eu tentava descobrir quem era, mas você sempre se escondia muito bem quando eu olhava no horizonte. Então eu tive que dar meus pulos.

Quando eu descobri que você deixava seu carro lá fora pra poder me ver nu, ficou fácil demais. Eu te descobri 'numa segunda-feira, em plena sete da manhã.

Você chegou com seu carro chique, entrou no portão da escola e eu logo reconheci que aquele era o mesmo carro que eu vi quando saí de meu banho. Você quem me observava depois das minhas aulas, Jeongguk.

E apesar de espalhar pra escola inteira que você era um hétero top, que nunca encostaria a boca em outro garoto, você amava ver meu corpo.

Quando eu entendi o que estava acontecendo, não fiquei mais com medo de tomar meu banho, agora comecei a me exibir pra você, eu sabia que era você quem estava me olhando.

Um dia, eu estava dançando no banho, usando minhas últimas energias pra isso, e eu não fazia movimentos alegres e inocentes, eu te provoquei com sabedoria, queria seu olhar pegando fogo por ver meus movimentos. Ah, Jeongguk, você deveria ter sido mais baixo naquele dia, eu pude escutar muito bem seus gemidos.

No dia seguinte, você agiu como se nada tivesse acontecido, como sempre.

Rodeado de garotas, você se achava o rei da universidade. Pegava quem queria e na hora que queria, mas não me tinha.

Eu falei com você dias depois, resolveram que nós, o grupo da dança, iríamos torcer pra vocês no campeonato de basquete, me lembro de você tirando sarro e dizendo que iria adorar nos ver rebolando. Talvez você estivesse falando de mim no fundo, mas não iria admitir de forma alguma.

Vocês ganharam o campeonato, e de novo eu fiquei até mais tarde, mas porque eu era o líder de torcida e precisava ajudar a arrumar tudo, e você também era o líder de basquete.

Diferente dos outros dias, nos encontramos no vestiário, que ficava bem do lado dos banheiros. A gente já tinha se encontrado ali, mas não dessa forma, eu normalmente estava nu.

Eu te enfrentei naquele dia, estava cansado de ver toda essa situação acontecendo e você não fazendo nada.

"Não tem nada pra me contar, Jeongguk?"

Te vi engolir em seco, tentando não se mostrar surpreso e nervoso por eu iniciar essa conversa.

"Não sei do que 'tá falando, Park."

"Há! Não sabe... Claro que não sabe. Fala sério, Jeongguk, até quando você vai fingir que nada 'tá acontecendo?"

Você olhou com uma cara engraçada pra mim, sua surpresa por eu saber de todo o seu segredinho foi a melhor visão.

"E-eu..."

"Eu sei que você vem aqui depois da minha aula, Gguk. Eu sei que você vem me ver tomar banho, eu sei que é você que fica me observando enquanto eu tiro as minhas roupas. Você queria que eu fizesse isso pra você, Jeongguk? Você queria tocar o meu corpo?"

Quanto mais eu falava, mais perto de você eu ficava, mais eu sentia sua respiração pesada e você tentando se afastar.

Quando você bateu nos armários atrás de você, não teve mais pra onde correr e ficou cara a cara comigo. Você é mais alto que eu, mas naquele momento eu tinha muito mais controle de você, Jeongguk.

Eu te sentei a força em um dos bancos que tinham ao lado, e logo apoiei minhas duas pernas em volta do seu corpo, só não sentei no seu colo, não ainda.

"Fala pra mim, Gguk, você me deseja?"

Falei bem arrastado no seu ouvido, quase que em um sussurro.

Percebi que você estava tentando se controlar, mas depois disso você não se aguentou. Suas mãos vieram pra minha cintura e me forçaram pra baixo, me fazendo encaixar meu corpo no seu. Eu dei um leve arfar por sentir suas grandes mãos ao redor de uma das minhas partes sensíveis, até que a sua pegada era realmente boa.

"Muito, Park, porra, eu te desejo pra caralho."

Você começou a dar beijos e chupões no lóbulo da minha orelha, seguindo pelo meu pescoço.

"Desde que eu te vi pela primeira vez eu quis fazer coisas absurdas com esse teu corpo maravilhoso. Essas curvas me deixam... Ah, louco."

Se você soubesse o quanto você também estava me deixando louco, não falaria com essa voz rouca.

"Eu quero te beijar, te apertar, te chupar, e principalmente, te foder."

Foi impossível não gemer ouvindo você falando aquelas coisas, simplesmente toda a sensação estava me deixando em chamas.

Você agarrou meu cabelo e puxou pra muito perto de seu rosto, nossas bocas estavam roçando uma na outra, mas antes de fazer qualquer coisa, você falou:

"Você é uma obra prima, Park, não tinha como eu ir embora sabendo que todo esse monumento estava ali, pronto para os meus olhos admirarem."

E então me beijou com fervor. Nossos corpos começaram a reagir a toda a provocação, a todas as palavras ditas e todo o desejo. Nossas línguas dançavam um estilo bagunçado dentro de nossa boca, eu sentia seus amassos na minha coxa e na minha cintura e não conseguia segurar um gemido sequer. Puxava seu cabelo pra descontar o prazer, mas eu tinha certeza que eu queria mais.

"Espera..." Interrompi o nosso ósculo gostoso e respirei fundo antes de continuar. "Você não era hétero, não?"

Você deu um riso soprado.

"Não existe hétero que não fique doido por você quando te vê, garoto."

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⏰ Última atualização: 2 days ago ⏰

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