Capítulo Único

84 10 2
                                    

Os únicos sons a serem ouvidos no quarto eram suspiros inquietos e fraquinhos, uma respiração ofegante e gemidos roucos quase inaudíveis, que ora ou outra exibiam um quê de agudo. 

E, claro, por último, mas não menos importante: o ruído úmido e erótico que soava enquanto Byakuya praticamente cavalgava na coxa revestida de Ichigo. Ele se encontrava derramando pré-gozo, tão abundante que estava encharcado.

A fricção de seu corpo contra o tecido fino da calça do garoto lentamente se tornou barulhenta, moldando-se em algo vergonhoso alcançando seus ouvidos. Como se toda a situação não fosse humilhante o suficiente, os barulhos oriundos de si mesmo e aquele ruído obsceno da cabeça de seu pênis encontrando a coxa de Ichigo só deixava tudo pior — ou melhor —, pois era orgulhoso demais para admitir o quão gostosa era a sensação, o quanto a discrepância do tecido ligeiramente rígido combinado com a umidade do próprio gozo deixando o deslizar do seu pau contra Ichigo tão facilmente lhe excitava. 

Ele não conseguia evitar fincar os dentes nos lábios e ruborizar alguns bons tons de rosa, muito menos a timidez que o invadia. 

Não sabia onde estava com a cabeça quando concordou com aquela ideia estúpida. Devia ter resistido um pouco mais. Devia ter negado um pouco mais. Contudo, lá no fundo, Kuchiki tinha ciência de que cederia às súplicas doces e sussurradas por Ichigo, de que jamais conseguiria negar um pedido tão sincero de seu namorado, sobretudo por ele aparentar gostar tanto daquilo. 

A sua intuição não mentiu. Caso contrário, não seria vítima dos olhares ansiosos e devassos de Kurosaki passeando por todo o seu corpo, estudando cada pedaço e lhe admirando como se fosse espectador de uma obra de arte num museu. 

Byakuya era fitado com avidez por um Ichigo faminto por seu corpo, na medida do possível, pois a posição que estavam dificultava captar a imagem do Capitão por completo. A sua situação atual era de estarem quase abraçados, um de frente para o outro, nenhum milímetro de distância entre suas silhuetas. A deixa perfeita para o pedido atrevido do seu namorado, o qual era atrevido². 

Outra vez, ele não sabia o porquê de não ter protestado quando Kurosaki e ele estavam nos amassos, partindo para as preliminares, e o garoto lhe fitou com aquela volúpia e travessura tão bem conhecidas por si, dizendo — não, exigindo — a Kuchiki que não o tocaria, não faria nada além de observar e, que se quisesse obter algum prazer, deveria cavalgar em sua coxa.

Kuchiki teria o repreendido ou o mandado ir à merda internamente caso seu juízo estivesse em perfeitas condições, porém, os beijos trocados com o Shinigami foram tão sensuais, tão quentes… lhe deixaram arrepiado por inteiro. Ichigo conhecia seu corpo como a palma da própria mão, entendia o que mais lhe dava prazer, o que lhe fazia derreter, todos os seus pontos fracos, e utilizou de cada um daqueles artifícios antes de partir para os finalmentes, somente para levá-lo a frustração de não ser tocado como queria, e o principal: fazê-lo praticamente foder a coxa do mais novo, como um adolescente que tem os hormônios à flor da pele com o hábito de se esfregar até o ápice no próprio travesseiro.

Era humilhante. Era um ultraje. Era de um tamanho atrevimento para um pivete de tão pouca idade. E ainda assim, o nobre caíra na provocação de um homem de 19 anos, como se os seus dois séculos e tantas décadas de experiência fossem extirpadas de sua racionalidade quando se tratava do namorado. 

Byakuya exibia uma expressão emburrada no rosto, sobrancelhas franzidas, lábios moldando um biquinho sutil e olhos distantes. Não ousava encará-lo nos olhos, ou então seu amado perceberia o quão sem jeito realmente estava.

O sentimento acanhado que lhe inibia competia de igual para igual com o desejo fulminante e impetuoso borbulhando em seus vasos sanguíneos. A sensação profana e inebriante de seu pênis roçando a perna coberta do rapaz, formigando, queimando, quase o fazia esquecer de que estava envergonhado. Bem, quase

Vulnerável - IchiBya/ByaIchi Onde histórias criam vida. Descubra agora