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Primeiras Aventuras

Já fazia algumas semanas desde que Luca e Eva se conheceram, e eles estavam mais próximos do que nunca. Todas as manhãs, Luca esperava por Eva no portão da escola, sempre com um sorriso no rosto e uma piada pronta. Por sua vez, Eva trazia novos desenhos ou um livro para compartilhar com ele durante o intervalo. O que começou como um encontro casual no corredor estava se transformando em algo especial, uma amizade que parecia inquebrável.

Certo dia, durante o intervalo, Luca apareceu com um sorriso travesso e uma mochila cheia de algo que Eva não conseguia ver.

— O que você está tramando agora? — perguntou ela, desconfiada, fechando seu livro.

— Eva, chegou a hora de termos nossa primeira aventura! — anunciou ele com empolgação. — Hoje à tarde, vamos explorar o velho parque abandonado na saída da cidade!

Eva arregalou os olhos. Todo mundo na escola conhecia as histórias sobre o parque. Diziam que era assombrado e que ninguém ousava entrar lá depois do pôr do sol.

— Você só pode estar brincando — respondeu ela, rindo. — Você sabe que dizem que o parque é mal-assombrado, certo?

— É por isso mesmo que temos que ir! — retrucou Luca, estendendo um skate para ela. — E antes que você diga qualquer coisa, eu trouxe um pra você também.

Eva olhou para o skate, hesitante. Nunca tinha andado em um antes, e a ideia de entrar em um parque abandonado não era exatamente o que ela considerava "divertido". Mas algo na empolgação de Luca a fez querer tentar.

— Tá bom, mas você vai me ensinar a andar nisso — disse ela, pegando o skate.

— Isso aí, Eva! — Luca sorriu, como se já soubesse que ela toparia.

Mais tarde naquele dia, eles se encontraram na saída da escola e seguiram em direção ao parque. No início, Eva estava nervosa e quase caiu do skate várias vezes, mas Luca estava sempre ao lado dela, segurando sua mão e garantindo que ela não se machucasse. Lentamente, ela começou a pegar o jeito e, pela primeira vez, sentiu o vento no rosto de uma maneira que a fez se sentir livre.

Chegaram ao parque abandonado pouco antes do pôr do sol. O lugar era cercado por árvores altas e a antiga entrada de metal rangia ao vento. Havia brinquedos enferrujados, um carrossel parado e uma velha roda-gigante que parecia ter sido abandonada há anos. O silêncio era quase assustador, mas a presença de Luca ao seu lado fez Eva se sentir mais segura.

— Olha só isso — Luca apontou para o carrossel. — Aposto que podemos dar um jeito de fazer isso funcionar!

— Você é doido — disse Eva, rindo. — E se isso quebrar enquanto estamos em cima?

— Bom, aí teremos uma história ainda mais legal pra contar — respondeu ele, piscando para ela.

Enquanto Luca tentava dar vida ao carrossel, Eva sentou-se no chão e começou a desenhar o parque. Havia algo fascinante na forma como a natureza tinha tomado conta do lugar, transformando o que um dia foi um espaço de alegria em um cenário quase melancólico, mas ainda cheio de beleza. Ela olhava para Luca e se perguntava como alguém tão cheio de vida havia entrado na sua vida e mudado tudo tão rapidamente.

De repente, o carrossel começou a se mover devagar, rangendo como se estivesse acordando de um longo sono. Luca correu até Eva, puxando-a pela mão.

— Vem, antes que ele pare! — gritou ele, e os dois subiram nas plataformas de madeira.

Enquanto o carrossel girava lentamente, eles riam juntos, como se fossem crianças outra vez, esquecendo-se de tudo ao redor. Era um momento que parecia saído de um filme, e Eva sabia que jamais esqueceria aquela sensação de liberdade e aventura.

— Sabe, você é a melhor coisa que já aconteceu comigo neste ano, Eva — disse Luca, olhando para ela.

Eva sentiu o rosto corar, mas sorriu.

— Você também, Luca.

E ali, naquele parque abandonado, com o vento soprando e o sol se pondo no horizonte, os dois melhores amigos fizeram uma promessa silenciosa: estariam sempre ao lado um do outro, não importava o que acontecesse.

Continua no próximo episódio...

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