𝐈𝐈. 𝖽𝗋𝖾𝖺𝗆𝗌 𝖺𝗇𝖽 𝗇𝗂𝗀𝗁𝗍𝗆𝖺𝗋𝖾𝗌

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                             𝟐

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                             𝟐. 𝗌𝗈𝗇𝗁𝗈𝗌 𝖾 𝗉𝖾𝗌𝖺𝖽𝖾𝗅𝗈𝗌

A luz fria e pálida do hospital cintilava levemente enquanto Sienna observava sua mãe imóvel na maca. O monitor ao lado emitia sons rítmicos, mas cada batida parecia um soco em seu peito, afundando-a ainda mais na realidade de que o tempo estava se esgotando. O coração de Sienna apertava cada vez que olhava para o gráfico na tela, vendo os batimentos de sua mãe oscilarem, fracos, como uma chama prestes a se apagar.

Olivie, sua mãe que sempre esteve tão vibrante, estava irreconhecível. Seus longos cabelos negros, agora ressecados e oleosos, caíam sem vida sobre o travesseiro. A pele, antes tão radiante, estava pálida, sem cor, e seus lábios, secos e murchos, estavam entreabertos, como se estivessem tentando buscar o ar que faltava. A visão daquela mulher, que sempre foi uma fortaleza em sua vida, agora presa naquele estado vulnerável, era insuportável.

Sienna fechou os olhos, tentando se lembrar de sua mãe como ela era antes. Olivie, a mulher mais forte e bondosa que já conheceu. Sempre sorrindo, sempre vendo o lado positivo, como se fosse invencível. Ela era uma força da natureza, acolhendo a todos ao seu redor, sem nunca guardar rancor. Mas aquela doença implacável sugava cada pedaço de sua positividade, como uma sombra que crescia na medida que Olivie tentava voltar a viver.

Quanto mais o corpo de sua mãe enfraquecia, mais Sienna sentia um abismo se abrir entre elas. A presença quente e acolhedora que ela sempre conheceu estava desaparecendo, deixando um vazio gélido. Ao redor, tudo parecia se desfazer em uma escuridão opressora. Sienna tentava lutar contra a sensação de estar se perdendo junto com sua mãe, mas quanto mais se esforçava, mais distante tudo parecia ficar.

Ela olhou ao redor, confusa e vulnerável. A sala de hospital desaparecia lentamente, sendo engolida pela escuridão. Restava apenas a imagem da sua mãe, deitada, inerte, e o som das máquinas que, de repente, silenciaram. O monitor piscou uma última vez antes de se apagar, e o silêncio absoluto foi quebrado por um único e monótono som: o bip contínuo que indicava que o coração de sua mãe havia parado.

O choque a atingiu como uma onda, gelando-a até os ossos. Sienna apertou os olhos com força, mordendo os lábios até sentir o gosto metálico do sangue. Ela queria lutar contra aquela sensação, contra aquela perda. Mas a realidade era implacável. Uma lágrima solitária escorreu por seu rosto, carregando consigo toda a dor que ela estava tentando conter.

De repente, ela acordou.

Seu corpo estava tenso e coberto de suor, o som irritante do despertador ecoando em seus ouvidos. Atordoada e ainda presa entre o sonho e a realidade, Sienna mal registrou o que fazia quando deu um soco no aparelho, quase o destruindo. Ofegante, ela passou a mão pelo rosto, tentando recuperar o fôlego, a mente ainda confusa. A respiração vinha em ondas curtas e descompassadas, e o quarto, embora familiar, parecia estranho.

━━━ Só mais um pesadelo... — murmurou para si mesma, mais para tentar convencer sua mente do que afirmar a verdade. Mais uma noite mal dormida.

𝐒𝐄𝐂𝐎𝐍𝐃 𝐑𝐎𝐔𝐍𝐃 ━━ 𝐑𝐎𝐁𝐁𝐘 𝐊𝐄𝐄𝐍𝐄 Onde histórias criam vida. Descubra agora