Capítulo 1

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Alexandre acordou completamente suado. Seu sonho, ou melhor, pesadelo, o atormentou a noite inteira, mal conseguira dormir. Alexandre sentou-se na cama, desnorteado com a má lembrança. “Seria isso algum tipo de aviso?” pensou, mas logo balançou a cabeça em negação. “Que tolice a minha pensar isso.” Levantou-se e começou seus afazeres até receber uma ligação de seu amigo, Dias Toffoli, o convidando para um bar com os outros amigos.

Alexandre estava um pouco contrariado, os onze amigos costumavam ter discussões acaloradas durante essas idas ao bar. Mas, após a insistência de Toffoli e algumas mensagens de apoio de Cármen Lúcia, Alexandre finalmente aceitou. Ele, então, tomou um banho e escolheu uma das blusas sociais claras que se destacavam no seu sobretudo preto que sempre vestia. Alexandre olhava para o celular, suspirando fundo, ele estava prestes a se atrasar.

Ele caminhava pelas mesmas ruas escuras que sonhara, seus passos apressados ecoavam pelas ruas sombrias. Ele se perguntava o motivo de não haver nenhuma iluminação pública ligada, apesar da penumbra assustadora. Com os passos apressados, ele chegou na entrada do bar com, finalmente, alguma luz incomodando seus olhos.

Alexandre abriu a porta barulhenta, as madeiras velhas do bar rangendo debaixo dos pés. Os olhos dele correram o bar quase vazio e encontraram o grupo de dez sentados no meio do salão, eles falavam alto e bebiam algumas garrafas de cerveja.

Ele se aproximou, ajeitando a blusa e um rosto sério. Dias Toffoli foi o primeiro a se levantar e cumprimentar o amigo:

— Xande, quanto tempo!

Eles apertam as mãos firmemente.  Cármen Lúcia levantou logo em seguida, dando um abraço apertado e agradecendo pela vinda.

Os cumprimentos amigáveis se deram por toda a mesa, menos com Gilmar Mendes, que apenas acenou sentado, sem sorrisos ou trocas de palavras saudosas. Alexandre e ele tinham uma pequena rixa no trabalho, o que acabava se transpondo na vida privada.

Moraes devolveu o aceno distante e se sentou entre Cármen e Toffoli. Ele levantou o braço, chamou o garçom e pediu uma taça de vinho seco, que logo foi trazido. A conversa animada da mesa não atrapalhou ele em saborear o cheiro do vinho, sua mente fugindo rapidamente para o sonho que teve pela manhã. Talvez aquilo não tivesse significado nada e ele estivesse apenas pensando demais.

Toffoli cutucou seu braço, com um sorriso, apontando para o celular.

— Xande, você viu? Felipe Neto se envolveu em mais uma polêmica.

Ele riu, mostrando um post da Choquei com uma foto do rosto do youtuber. Alexandre levantou a sobrancelha, lendo a chamada “Amor proibido? Felipe Neto se encontra com desconhecido coberto em restaurante.”

— O que tem de interessante nisso? — Ele respondeu friamente, desviando o olhar para a taça novamente.

— Vamos, Xande! Você não está curioso de quem poderia ser? Ou o porquê da outra pessoa estar toda coberta?

Toffoli bateu os pés animado, mostrando a postagem para Cármen também. A mulher se juntou à animação pela fofoca.

— Oh, meu Deus, não acredito que o Felipe esteja envolvido num romance. Toda fofoca que ouço sobre ele é sobre briga.

Cármen e Toffoli riem alto. Alexandre apenas balançou a cabeça em negação, um sorrisinho de canto fugindo do rosto sério.

— Vocês se interessam demais sobre a vida dos outros — Alexandre advertiu.

— Xande, esse é o nosso trabalho, julgar pessoas — Toffoli rebateu.

Cármen riu, concordando com a cabeça.
— Não seja tão sério, apenas aproveite a fofoca, Xandinho — ela provoca.

Alexandre bufou, fingindo descrença dos amigos próximos enquanto terminava a taça e pedia outra ao garçom. A conversa sobre o possível novo amante de Felipe Neto continuou entre os dois ministros do STF até que os assuntos se diversificaram em outras bobagens do dia a dia.

Alexandre se levantou da mesa, pegando seu cigarro e isqueiro, indo para a área externa do bar antigo. O rangido das madeiras o seguiu até a porta, o lado de fora estava frio, o que fez um arrepio correr pelo corpo do homem.

Ele suspirou, esfregando as mãos nos braços, tentando esquentar o sobretudo preto contra o corpo. Andou até o muro baixo do bar, acendendo seu cigarro. A fumaça quente esquentava o rosto vermelho de frio de Alexandre, seus dedos segurando firme o cigarro enquanto olhava a rua mal iluminada que havia percorrido anteriormente. Outro arrepio correu sua pele, mas este era um aviso, um aviso que Alexandre escolheu ignorar enquanto voltava para dentro do calor do bar.

Os colegas pareciam mais animados e bêbados em comparação com quando Alexandre havia saído para uma pausa. Mas Toffoli estava perturbado, branco como um fantasma, movendo ansiosamente seus dedos na tela de seu telefone, mandando mensagens para algum de seus contatos. Cármen havia sumido, suas coisas deixadas desorganizadas pela mesa.

“Algo está estranho”, pensou Alexandre antes de voltar seus olhos para o barzinho de madeira no canto do salão. Era uma figura bem vestida sentada de costas, porém Moraes podia reconhecer essa pessoa à distância, era Elon Musk, seu ex-namorado.

Continua…

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⏰ Última atualização: Oct 10 ⏰

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