Solidão não é certo

42 5 0
                                    

Saio do meu gabinete e caminho até em casa. Não vou mentir, o clima parece melhor agora que estou sozinho... Apenas eu, e o tempo fechado; com o vento que sussurra em meu ouvido.
Meu coração parece pesar, não de uma forma boa... Será que estou com remorso? Espero que não. Além do mais, me mataria se chegasse a conclusão de escutar meu cérebro confirmar este precentimento ruim... Amargo.

Meus passos aparentam ser os únicos em Pandora, pelo ou menos os presentes na rua; e isso me dá um arrepio na espinha. Pois uma voz ecoa na rua me chamando, é o Foka:
-E aí, Apuh. Suave? -Ele agarra no meu ombro. -O que tá pegando? Sono?
-Eh... Na verdade não, cara. Só... Pensando um pouco.
Foka começa a me chacoalhar, achando que me acordaria para a vida; patético.
Olho pra ele, e então o empurro: -Sai, velho! Me deixa em paz.
Foka se afasta e me olha assustado:
-Ok então... Tchau. Somente estava me importando com você, Apuh.
Reviro os olhos com deboche, eu nem ligo de verdade.

O tempo já passou, voou na verdade. E logo, estou na porta de casa. Vejo Jéssica no sofá, e então fecho a porta; pedindo licença:

-Oi, mãe! Como a senhora está? Bem?
-Ah, oi, querido. Estou bem sim. E você? -Um sorriso enorme é aberto em seu rosto.
-Talvez não... Sei lá. Sinto que preciso conversar. -Seu sorriso aberto some, e ela me olha preocupada.
-Amorzinho, o Bayo já está vindo; não precisa dessa ansiedade toda.
-Bem mãe... A conversa é sobre nosso relacionamento; não posso falar com ele.
-Uhm. Entendo.

Me sento ao lado dela, e Jéssica faz um sinal com mão, indicando que era para mim deitar em seu colo; obedeço, e então me deito. Converso sobre oquê me encomodava, e ela apenas ouve, dando palpites ao longo do desabafo; como:
"Olha filho, acho que ele deveria entender seu lado."
"Pense nos seus filhos, eles te amam."
"Você sabe oquê fazer, eu acredito em você, filhão."
"Não é que eu não goste dele, mas acho, que as vezes o Bayo não pensa no que está fazendo. Só isso."

Em fim, ela nem se importa. Ou talvez sim, mas se for, eu não notei. Foda-se.

Não confio mais em mim mesmo; sei que ele morreu, mas acho que isso sequer faz diferença para o Bayo. De forma alguma.
Passear com ele, rir com ele, transar com ele, me faz feliz; mas será que ele gosta ainda de fazer isso? Será que ele ainda está magoado comigo? Hum... Isso é torturante de verdade.
Ele pode não estar mais triste, mas será mesmo? Será que ele ainda vê chances de me perdoar?

PECADO DESGRAÇADO.
PECADO DESGRAÇADO.
PECADO DESGRAÇADO.
PECADO DESGRAÇADO.
PECADO DESGRAÇADO.
PECADO DESGRAÇADO.
PECADO DESGRAÇADO.

Deveria me matar? Ou apenas aguentar, e sofrer todos os dias com essa dor? Eu nem sei mais...
Bayo, eu quero continuar com você; mas me perdoa por favor?
Eu ainda te amo... Eu sei disso.

Com certeza.

Notas da autora:

Oi! Muito obrigado por quem leu até aqui!
Sei que ficou pequena, mas queria lhes fazer uma pergunta:
Querem um segundo cap? Com o motivo do desabafo?
Se sim, me contem por favor ^^

Minha Vida Com Ele... (Apuh×Bayo)Onde histórias criam vida. Descubra agora