Ezra. O início do fim.

Um.

Ezra.
Diego_ Vamos Ezra, vai ser legal cara!
Ezra_ Podem ir sem mim nunca gostei disso, vocês sabem e além do mais detesto aquelas mulheres nojentas daquele lugar.
Andrew_ Cara você parece ter uns 50 anos, quem em pleno 2024 não curte boate e puta?!
Permaneço indiferente com o falatório deles e me concentro apenas em treinar meus sentidos.
Ezra_ Vão sem mim, não pretendo e nem irei mudar minha decisão.
Ouço meus amigos bufarem de frustração com mais uma recusa minha, ouço mais alguns passos e a porta finalmente sendo fechada.
Só então abro meus olhos me levanto do chão e sigo até onde guardo as fotos da minha mãe, tiro uma ao qual sou mais apegado.. ela sorri alegre e descontraída com meu pai numa praia, seu belo cabelo está espalhado pelo ar..
Ezra_ Queria ter o prazer de ainda nesta vida poder tocar nos seus cabelos mãe e ver seu lindo sorriso.. nem que fosse uma única vez..
Salvatore_ Falando sozinho filho?!
Não me assusto com a chegada silenciosa de meu pai, já aprendi a escuta-ló quando ninguém mais o faz.
Ezra_ De novo entrando sem bater pai?!
Ele sorri.. não chega até seus olhos mas sei que ele se esforça todos os dias mesmo sentindo como se seu coração fora arrancado do peito desde o dia em que seu grande amor lhe foi tirado.
Salvatore_ Perdona tuo padre, figliolo.
Volto minha atenção ao meu pai e percebo que ele pede perdão não por entrar sem bater mas pela culpa que o corrói dia e noite.
Ezra_ Smettila di incolpare te stesso, papà..
Meu pai com seus olhos cansados deixa transparecer por poucos segundos um filete de tristeza em seu rosto.
Salvatore_ Preciso que esteja em uma missão para seu pai filho.. você parte durante a madrugada, Joshua e Sebastian vão com você e te darão maiores informações.. figliolo..
Ezra_ Sim?
Salvatore_ Se cuide.
Faço um manear breve de cabeça e meu pai sai do mesmo jeito que entrou, em silêncio absoluto.
Me preparo de forma rápida levando somente o necessário, minha glock é meu punhal.
Sebastian_ A missão será a investigação sobre o seu tio avô, parece que o bisneto dele passou pela Sicília a procura de uma jovem e de uma senhora de idade madura.
Volto meu rosto pra Sebastian tentando compreender.
Ezra_ Meu pai acha que é minha mãe?!
Sebastian não responde apenas da de ombros.
Lá vamos nós pra mais uma pista que não vai dar em nada e vai trazer mais ansiedade e sofrimento pra todos nós.
Chego na Sicília focado em acabar logo com essa missão e ir logo pra casa, nós devíamos morar aqui mas meu pai não consegue voltar então nós ficamos na base de Nova York de vez em quando meu pai vem por aqui pra dar uma olhada mas agora ele vive querendo me mandar pra esse lugar, ele sempre diz que é pra me treinar pois logo irei virar capo.
Esse pensamento me faz suspirar de frustração não era bem isso que eu queria mas se meu destino foi selado assim então que assim seja.
Resolvo ficar em um hotel que não chame muita atenção pretendo resolver tudo logo e acabar logo, falo com uma senhora que me olha meio curiosa.
Ezra_ Eu gostaria de alugar um quarto por alguns dias.
Senhora_ Certo criança.. o 204 está livre, a moça do lado é doida de pedra mas é inofensiva por favor ignore..
maneio a cabeça concordando e subo rapidamente até meu quarto provisório.
Não irei ficar nele apenas deixo minha mala pequena num canto e me preparo pra sair mas um grito me chama atenção, entro em estado de alerta e vou devagar até a janela, e então mais um grito.
CAZZO, vou me arrepender dessa merda.
Resolvo não ouvir oque a senhora me alertou e acabo pulando dentro do quarto de onde vem os gritos mas sou recebido com uma bela panelada na cabeça. Passo a mão sentindo formigar onde levei a pancada e olho incrédulo para a bela ruiva que me olha assustada com a panela na mão.
Ruiva_ Quem é você? É porque invadiu meu quarto?! Anda fala logo cara, vou te acertar outra panelada ein?!
Ezra_ Eu mereço.. me chamo Ezra e escutei seus gritos, vim ajudar mas fui recebido com uma panelada.
Ruiva_ Ninguém mandou sair entrando assim no apartamento dos outros.
Inferno, porque não escutei aquela senhora?!
Aliso meu couro cabeludo e decido sair o mais rápido possível de perto dessa maluca, pulo a janela e volto pro meu quarto mas ainda escuto a doída gritar.
Ruiva_ Se entrar aqui de novo eu vou te bater com uma vassoura ouviu?!
Não consigo controlar e acabo sorrindo. Maluca, linda como o inferno, mas doída muito doída.