Balada

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Depois de se arrumar toda e escolher sua máscara, vai se olhar no espelho. Sua vestimenta preta com brilhos discretos era chique, feita com um tecido delicado. Seu salto alto, que se destacava com uma faixa de diamantes, a desequilibrava um pouco. Fazia tempos que não andava em um tão alto. Sua bolsa era feita de costura preta e tinha uma corrente de prata que combinada com suas joias. Elas destacavam a cor clara de sua pele, realçando seu cabelo loiro. Enquanto se olhava no espelho, respirando fundo, recebe uma mensagem em seu celular.

[mensagem] ???- Você vai à festa do Vanilla?

Ela pensa em responder, mas apenas decide ler e ignorar a mensagem.

[mensagem] ???- Vá bem bonita, estou com saudades.

Annie- Ham?! Isso já está ficando abusivo.

Ela reprime a mensagem, desviando o olhar perplexa. Desacreditada com o comentário, pega sua bolsa e chama um Uber, indo para a festa.

Ao chegar, coloca sua máscara antes de descer do carro, mesmo não sendo uma pouco difícil de esconder a indenidade, conseguia cobrir seus traços conhecidos.

Ela passa pela revista na entrada e logo adentra a festa, começando a ouvir uma música alta. Muitas pessoas já estavam ali, havia chegado um pouco atrasada. Assim que entra na festa, recebe uma mensagem:

[mensagem] ???- Demorou para chegar, pensei que não vinha.

Annie~ Só me faltava, uma perseguição agora...

Ela suspira e desliga o celular, o guardando na bolsa. Vai caminhando entre as pessoas, procurando algum local para ficar ou algum conhecido para conversar. Não demora muito para reconhecer o delegado, que estava segurando sua máscara em mãos enquanto conversava com um grupo de rapazes e moças. Ela tenta passar despercebida, mas logo tem seu nome chamado pelo mesmo. Suspira derrotada, se virando em sua direção.

Delegado- Annie! Você veio! Quase não te reconheci. Fico feliz que tenha reconsiderado meu convite.

Ela sorri envergonhada, se aproximando deles enquanto acenava.

Annie- Ooi! Tudo bem? Decidi vir! Ficar em casa em recuperação é um saco.

Então eles começam a conversar, mas algo chamava a atenção da jovem durante o diálogo. Um olhar fixo e mortal a observava. Um rapaz de terno avermelhado com uma máscara pouco detalhada , mantinha seus olhos fixamente enquanto estava encostado no balcão do bar. Seus olhos não moviam um centímetro para longe dela, até mesmo quando movia o copo de whisky até seus lábios.

Annie nota em sua visão periférica essa queimação bizarra e decide ir pegar uma bebida para afrontar ele. O rapaz desvia o olhar ao ver que ela estava indo em sua direção, tentando disfarçar com viradas de rosto. A jovem se aproxima do seu lado e se apoia no bar, pedindo uma bebida.

Annie- Me recomenda whisky ou gin?

???- Whisky, se for uma boa apreciadora do sabor.

Ela sorri, direcionando seu olhar ao rapaz. Ele vira o rosto, fazendo com que ambos tivessem contato visual.

Annie- Bela máscara. Simples mas charmosa, parece ter se preparado bem para esse baile.

???- Obrigado. Não posso dizer o mesmo da sua, ela seria mais bonita se deixasse seu rosto inteiro à mostra.

Nessa hora a jovem sente um soco de sentimentos no peito, como se já tivesse conhecido aquele cara antes. Um sorriso sincero surge em seu rosto, a fazendo desviar o olhar e colocar uma mexa de seu cabelo liso atrás da orelha. Não era possível se ver mas ele esboça um sorriso contente ao falar com ela.

Crime à flor da peleOnde histórias criam vida. Descubra agora