Havia um dia desde o que aconteceu.
Um dia desde o acidente bizarro onde Draco surpreendentemente não tinha morrido, mesmo que parecesse o contrário. Um dia desde que um menino lhe disse para se livrar do crucifixo.
Adicionado a isso foi a sensação de uma presença o observando frequentemente. Era possível ouvir passos atrás de si e o familiar zumbido irritante em sua orelha esquerda.
O que ele poderia dizer em sua defesa?
Absolutamente nada. Ele tinha pedido por isso, e de qualquer forma, havia funcionado.
Ele ainda queria aquilo.
Como ele investigou no livro onde achou a invocação, aparentemente, uma vez que o espírito é ignorado, este iria ficar entediado e, eventualmente, iria embora por conta própria.
Talvez o próprio Diabo estivesse indo embora?
Talvez Draco precisasse recorrer a um curandeiro ou algo assim?
Não, claro que não. Ele iria ser corajoso! ele poderia simplesmente se acostumar a viver com um olhar o observando, com um zumbido irritante no ouvido, iria esquecer toda aquela reação estranha.
Ele iria fingir tudo. Poderia fingir que não viu a cor do sangue nos olhos do seu médico. Poderia fingir que o menino no hospital poderia ter algum tipo de doença mental, que o fazia alucinar e ver coisas que não existiam.
Talvez ele pudesse mentir para si mesmo e se convencer que estava mentalmente doente.
E foi isso que ele fez.
Mas, foi então naquele dia, o segundo para ser exato, que Draco foi amaldiçoado/abençoado pela vida.
Os Malfoys estavam indo para a igreja no Green Triumph Herald de Lucius.
O loiro estava vestindo suas roupas casuais, uma camisa branca, abotoada até ao pescoço, a qual estava por dentro de sua calça de cor escura. Meias brancas cobriam suas pernas até os joelhos, juntamente com alguns acessórios e bijuterias que o faziam parecer elegante.
Qualquer um diria que ele parecia um menino de dez anos para sua idade, e por ser relativamente pequeno, essa afirmação se torna cada vez mais verídica. Mas essa foi a roupa que sua mãe comprou para ele.
Não havia o que ser feito.
Mas estava tudo bem, porque a maioria das pessoas em Holmes Chapel se vestiam assim. Mesmo que as pessoas de sua escola pensassem que ele era um idiota por não vestir o que a maioria dos garotos de dezoito anos normalmente vestiam.
Dafne estava tão bonita em seu vestido na altura do joelho e com suas sapatilhas; permanecia toda de branco. Sua mãe estava vestida exatamente igual, com seu cabelo solto lindamente. Enquanto seu pai estava vestindo uma camisa branca e calça preta, acabado de sair do banho.
Todos estavam ouvindo uma
obviamente religiosa - melodia que a família gostava de ouvir, e eles até sabiam disso, mas não foram exagerados o suficiente para
cantarem em uníssono.Bom... talvez um pouco.
Oh não…
Draco murmurou enquanto olhava pela janela para um acidente que acontecia à distância, na beira da estrada, a qual seu pai dirigia.
Dafne tentou olhar pela janela de seu irmão enquanto Cissa cobria os olhos e murmurava algo indecifrável em voz baixa. Lucius franziu a testa e dirigiu mais rápido, tentando passar rápido para que ninguém sentisse tristeza ou choque.
Draco se aproximou da janela curioso, olhando pelo vidro quando estavam na frente do carro desconhecido encontrado em pedaços. Mas o tempo pareceu desacelerar quando ele testemunhou uma figura totalmente escura, alta, com ombros largos e com algo comprido em sua mão.
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Dancing With The Devil - Drarry
Fantasy• É 1967 e Draco está farto de ser aquele garoto religioso que todos se aproveitam. Cansado de um Deus fingindo ouvidos surdos, ele decide tomar suas próprias decisões: Quão ruim poderia ser se ele se voltasse para o próprio Diabo? Quão rápido este...