PROLOGUE

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Dean Winchester tinha a impressão fatal de que seria uma caçada fácil. Entrar, encontrar o fantasma, salgar os ossos. Como se fosse um dia qualquer. Nada mais e nada menos. E tinha sido fácil no começo. Era apenas um asilo estereotipado e mal-assombrado que coincidentemente cruzou seu caminho em sua busca por seu pai e algumas pessoas desaparecidas perdidas nos corredores povoados por fantasmas. Poderia ter sido um trabalho de rotina, absolutamente nada de especial. Outro caso que logo seria enterrado em suas memórias. Ele estava a momentos de terminá-lo, já presenteado com o conjunto certo de ossos. Então Sam foi possuído pelo fantasma que buscavam e começou a jogá-lo para todo lado como a porra de uma boneca de pano. Ele odiava quando as coisas davam errado assim, e isso acontecia demais para seu gosto, em que ele se via em uma situação infeliz como essa.

A questão urgente era por que ele sempre era o único que os monstros escolhiam para ter mais contato físico. Ele odiava ainda mais quando não conseguia ganhar vantagem para fazer isso. Felizmente para ele, seu corpo era rígido, podia levar uma surra ou duas, mas isso não significava que não doía pra caramba quando entrava em contato com as grossas paredes de cimento do hospício repetidamente. Sam era forte, talvez até mais forte que Dean. Claro, ele nunca admitiria isso para seu irmão, mas em situações como essa, ele sentia. E era assustador.

Com outro gemido profundo, Sam, ou mais precisamente o fantasma médico que estava hospedando o corpo de Sam, agarrou a camisa de Dean novamente, arrastando-o no ar para jogá-lo para o outro lado da sala repetidas vezes.

Seu ombro encontrou o chão com um estrondo de dor que ecoou por seu corpo já dolorido como outro grande foda-se bem na cara dele. Ele tinha apenas 26 anos, e ainda assim estava profundamente convencido de que estava ficando velho demais para essa merda.

Mais uma vez, Dean tentou se levantar, mas falhou miseravelmente em conseguir forças para isso. Aquele fantasma era simplesmente cruel, um verdadeiro filho da puta, e ele não conseguia decidir se era sua irritação ou os hematomas florescentes que doíam mais.

De qualquer forma, neste ponto, isso era profundamente pessoal. Primeiro possuir Sammy, depois desencadear sua raiva sobre sua infância e canalizá-la contra seu irmão mais velho, que sempre quis protegê-lo. Essa era uma dor em um nível totalmente diferente que se encaixava perfeitamente com o resto do dano emocional que ele havia acumulado ao longo dos anos, como problemas com a Busty Asian Beauty.

“Droga, Sammy! Lute com ele!" ele exclamou em frustração, balançando-se no chão com a graça de um peixe fora d'água, apenas para ficar em uma posição que faria o próximo golpe doer menos. Como se qualquer parte de seu corpo não estivesse latejando agora.

"Se não fosse por você ter voltado, Jessica ainda estaria viva!" Sam gritou de volta, seu rosto vermelho e enrugado de ódio, os olhos esbugalhados como outra adaga direto no coração de seu irmão.

Dean se preparou para levar outro golpe quando o olhar de Sam mudou para surpresa quando alguém o puxou de volta pela camisa. Quando o gigante se virou, ele encarou um jovem muito menor, que imediatamente se esquivou do ataque. Em frente a Sam, ele parecia minúsculo, muito magro, até mesmo magricela, com um rosto suave, mas angular, grandes olhos castanhos e cabelo desgrenhado da mesma cor. Ele não parecia mais velho do que no final da adolescência ou no início dos vinte anos, exceto pelo brilho estranhamente sábio em seus olhos quando ele lançou uma mão para frente, esmagando seu punho no rosto do homem mais alto. O fantasma não estava feliz e, sob o olhar muito preocupado de Dean, ele investiu contra o estranho novamente, errando.

A figura menor, uma sombra escura contra a sala mal iluminada, movia-se ao redor de Sam com uma graça assustadora que era quase estranha de assistir. A maneira como ele erguia as mãos lembrava Dean de um personagem de Street Fighter, mas sem os músculos, e ele não conseguia decidir se era impressionante ou apenas puramente ridículo. Não havia como aquele cara derrotar Sam, que estava possuído por um fantasma, em uma briga de socos.

ELEUTHEROMANIA - D. WinchesterOnde histórias criam vida. Descubra agora