Capítulo 3

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Pov: Isabella

A semana passou bem rápido e a viagem já é amanhã, e eu estava muito animada para ir. Vamos sair 05:00 am, adoro sair bem cedo pra viajar. Já estava com as malas prontas e estava conferindo se não faltava nada, eu gosto de adiantar as coisas para não ficar de última hora.

Tinha chamado Esther para vir em casa, mas ela falou que não poderia vir porque nem tinha começado a arrumar suas malas, sempre deixando as coisas para a última hora, totalmente diferente de mim.

Já tinha conferido tudo e já não tinha mais nada para fazer, então decidi dar uma volta pela cidade. Quando fiz 18, a primeira coisa que eu fiz foi tirar carteira de motorista. Meus pais tinham dado entrada para o consórcio de uma moto para mim, e eu tenho uma Kawasaki Ninja preta com detalhes verdes linda.

Não sou de uma família rica e renomada, mas meus pais são de uma condição muito boa, nunca deixaram faltar nada para mim em casa. Eles até falaram comigo que iriam construir uma casa para mim, para quando eu sair da escola já ter onde morar.

Coloquei meu capacete preto e saí de casa, dei uma acelerada gostosa e saí feita louca para a rua. Andar de moto para mim se tornou uma terapia, eu ia onde eu quisesse, por onde eu quisesse, quando eu quisesse. Sentir a brisa em mim era muito bom.

Não fui muito longe, passei em uma sorveteria onde pedi um açaí caprichado. Me sentei para poder esperar meu pedido, que logo chegou pelo fato de a sorveteria não estar muito cheia. Tomei meu açaí observando o movimento da rua e admirando minha moto, até hoje eu não acredito que ela é minha.

Ao terminar, eu continuei dando uma volta, não estava com vontade de voltar para casa, mas me lembrei que a viagem seria amanhã e eu deveria descansar, para acordar cedo e não me atrasar. Fui a caminho de casa, chegando e logo me arrumando para me deitar, mas eu estava tão animada que eu duvido que eu consiga dormir.

(...)

Acordei com o despertador tocando, como eu odeio despertador. Levantei e fui ao banheiro fazer minhas necessidades, tomei um banho gelado para despertar e vesti uma roupa confortável para a viagem.

Coloquei uma calça de moletom e uma blusa preta, estava levando um moletom para ficar bem confortável, não que esteja frio, mas eu sempre uso um.

Nós íamos sair da rodoviária, então pedi para que a mãe de uma amiga minha me levasse até lá, e claro que eu nunca deixaria minha moto maravilhosa lá por duas semanas, é simplesmente pedir para que roubem ela.

Chegando na rodoviária, deixei minhas malas para que o motorista do ônibus as colocasse no porta-malas e fiquei com uma pequena mochila com tudo que eu queria que fosse comigo. Ao me afastar do ônibus eu avistei um grupo de amigos meus reunidos em círculo, conversando, me aproximei deles para também entrar na conversa.

-Oi, gente, do que estão falando?

-Oi, Isa, sobre como será a divisão de quartos, sobre quem irá dormir com quem.

-Mas o professor não tinha comentado que seria por sorteio?

-Pois é, mas alguns estavam falando que talvez os professores pudessem deixar que nós escolhêssemos.

Se isso fosse uma opção, eu já tinha minha dupla em mente.

-Ok, né, enfim, vocês viram Esther?

-Ela está ali.

Apontam para ela. Ela estava vestida com uma calça cargo preta, uma regata da mesma cor e um All Star preto também, seu look todo All Black. Ela estava de costas para mim, conversando com nossos colegas. Fui até ela para dar bom dia.

-Bom dia, my lady.

Falo no ouvido dela, abraçando-a por trás pela cintura. Ela deu um suspiro profundo, já até sabia o que era.

-Bom dia, minha princesa, como você está?

-Melhor agora.

-Essa frase é minha, sabia?

-Sim, sabia, porque acha que eu a usei?

Ela soltou uma risada, me virando de frente para ela e retribuindo o abraço. Nossa atenção foi tomada pelo professor.

-Pessoal!

Todos se viraram para ele, prestando atenção no que ele iria falar.

-Vamos entrando no ônibus, daqui a 15 minutos já vamos partir.

Todos entraram no ônibus, menos eu e Esther, a bonita deu vontade de ir ao banheiro na hora de entrar.

-Bora, Esther, vamos perder o ônibus!

-Já vai!

Ela saiu e fomos direto para o ônibus.

Fomos procurar um lugar para nos sentarmos, mas todos estavam ocupados, só tinha um lugar lá do fundo do ônibus, fomos para lá, ela só se sentou na janela porque eu deixei, mas na volta ela não senta na janela de jeito nenhum.

(...)

Já fazia uma hora que estávamos naquele ônibus, e daqui meia hora vamos parar em um posto para descansar um pouco.

Quase todos estavam dormindo por termos saído bem cedo, mas Esther estava ligada no 220, não tem lógica, ela estava super animada e eu estava feliz em ver sua animação, mas se ela continuasse iria acordar todos.

- Esther, quieta o cu aí!

- Não!

Ela me olhou com uma cara de brincadeira, então resolvi entrar no seu jogo, coloquei minha mão em sua coxa e, me aproximando de seu rosto, o segurando com a outra mão, para que ela olhasse para mim, deixando centímetros nos separar.

- Mylady, se você não parar eu vou ter que te fazer parar...

Ela me olhou com uma cara assustada e logo em seguida um suspiro profundo, ela olhou para minha boca e logo depois voltou seu olhar no meu, estávamos próximas, mas logo afastei para deixá-la com vontade, talvez assim ela pare de ser cu doce.

Puxei sua perna para colocá-la sobre a minha, peguei meu fone e coloquei-o no meu telefone, dando a outra metade para ela. Ela o pegou e colocou o fone, ficando quieta finalmente. Ela descansou sua cabeça em meu ombro.

Coloquei a música "I wanna be yours" para escutarmos. Essa música é nossa preferida, intitulamos ela como "nossa" por gostarmos dela, sempre que eu a escuto lembro-me dela instantaneamente.

Fechei meus olhos e as memórias de como conheci Esther vieram em minha cabeça, adoro me lembrar de cada momento nosso juntas. Somos amigas há quase sete anos, nos conhecemos no sexto ano, mas comecei a ver Esther de outra forma mesmo foi no setimo ano.

Sua amizade era muito valiosa para mim, então decidi guardar esse sentimento para mim, por medo dela não gostar de mim da mesma maneira e me rejeitar, mas para minha surpresa ela falou que gostava de mim no nono ano, e isso realmente me deixou muito feliz.

Todos nossos colegas acham que nós já ficamos ou então nos pegamos, mas nunca passamos de um selinho. Nosso "romance" permanece até hoje, e o que eu sinto por ela nunca mudou, e nunca vai mudar, isso eu prometi para mim mesma e para ela...

Meus pensamentos se foram quando percebi que Esther estava dormindo, eu acho incrível o fato dela estar ligada no 220 agora há pouco e já estar dormindo...

Promessas QuebradasOnde histórias criam vida. Descubra agora