— You know I love you, Donna.
— I'm leaving you, Harvey.
Ele poderia ter sido minha primavera prateada, poderíamos ter realizado os sonhos que tínhamos juntos, nossos planos e desejos. Lembro de cores azul-esverdeadas piscando na festa de encerramento do nosso último ano no colégio, as nossas promessas de que sempre estaríamos ali um para o outro, você sempre dizia que eu seria seu único sonho.
Aquela noite foi inexplicável, dançamos a noite toda como se não soubéssemos o que aconteceria no dia seguinte.
— Vamos, Donna. Vamos dançar – Harvey vinha na direção da ruiva balançando seu corpo com as batidas da música, estava animado com a festa de encerramento porém percebia que a outra não estava tanto — Sei que você não é muito de socializar, mas isso é importante, esperamos tanto por isso.
A ruiva deu um sorriso de canto, ela sabia disso. Eles sempre sonharam com a festa de encerramento, era algo que todos ali sonhavam e finalmente realizaram esse sonho, porquê logo estariam na faculdade e iniciando suas vidas. Mas a ideia de que não estariam mais juntos, não só machucava ela, Harvey tentava não pensar tanto nisso.
— Please, Donna.
— Ok, eu danço com você. Mas Harvey Specter se você pisar no meu pé – disse a mesma rindo, logo estavam dançando juntos na pista de dança juntos com os outros alunos. Aquilo não podia acabar.
Seu brilhante oceano de outono quebrando aos poucos, ela sabia o quanto ele gostava da época de outono, não só o fato das folhas secas e como o clima ficava. Outono sempre lembrava ela.
— Você vai acabar se machucando – disse Donna fingindo que não conhecia o rapaz que pulava nas pilhas de folhas secas — Harvey por favor, para. Please.
Ele riu, gostava de irritar ela.
— Sabia que eu gosto dessa época do ano por sua causa? – ele viu quando a ruiva ficou surpresa, suas bochechas coradas por mais que ela tentasse disfarçar — Os tons laranja das folhas me lembra seu cabelo, e a época toda em si me lembra você e desses momentos que temos.
Eles sabiam que aquilo não iria durar pra sempre.
Eu nunca estive preparada com a ideia de que um dia eu perderia o meu melhor amigo, meu grande amor.
— Não me diga que ela é bonita?! — Donna fingia interesse com a conversa, ele nunca teria ideia dos seus sentimentos por ele.
— E você disse que ela te ama Harvey, isso significa que você também disse? – Louis perguntava todo animado, essa empolgação machucava o coração da ruiva em mil pedaços.
— Se me dão licença, eu preciso ir no banheiro. Podem continuar conversando sem mim, eu até já imagino a resposta – todos da mesa riram com a frase irônica da ruiva, mas por dentro ela só pensava em chorar.
Querido Harvey, eu não quero saber da sua resposta, era isso que ecoava na mente dela. Então vou começar a não te amar, isso era pra ser uma promessa?
Eu diria que te amei anos atrás, mas isso seria uma mentira enorme. Porquê eu ainda te amo e sempre vou amar, esse é a maldição da minha vida. E com a hipótese de tentar superar isso, costumo dizer para mim mesma que você nunca me amou.
— E você pode me dizer se valeu a pena ter esperado todos esses anos pra me dizer isso agora? – disse o homem olhando no fundo dos olhos dela. Aquele restaurante era um cubículo com eles ali, conversando sobre tudo o que aconteceu com eles — É tarde demais, Donna.
— O tempo lançou um feitiço sobre você Harvey, acredite, você não vai me esquecer – e ela foi embora, era a última vez que ele ouviu a voz dela.
— Eu sei que poderia ter te amado, Don.
— Mas você não me deixou te amar.
Ela decidiu que não era uma boa ideia ficar encarando o olhar daquele que tanto amava. Não sabia o porquê marcaram de se reencontrar depois de anos, ela definitivamente não sabia.
But you would not let me
O tempo lançou um feitiço sobre você, mas você não vai me esquecer
Time cast a spell on you, but you won't forget me— Eu sei que poderia ter te amado também, mas você não me deixou ao menos tentar me explicar – aquilo ainda machucava ele, ele queria tanto ela.
— Você não tá entendendo o que eu quero dizer, Donna. Você entendeu errado!
— Errado, Harvey? – ela estava furiosa, seu dia na faculdade foi estressante e o homem na sua frente estava piorando tudo, ela podia matar ele naquele momento com as suas próprias mãos — Você simplesmente viaja por horas pra vir me ver, justamente pra se encontrar com a Paula. JUSTAMENTE A PAULA, HARVEY.
— Eu te seguirei até que o som da minha voz te assombre, você querendo ou não, Donna – talvez fosse esse o problema, tentar se separar não era uma solução permanente para o problema deles.
— Dê-me apenas uma chance, Don. Please.
— Você nunca vai fugir do som da mulher que te ama – seus olhos se cruzaram novamente. Harvey sabia que não conseguia esquecer ela, e Donna sabia que não conseguia viver sem se lembrar dele. Mas eles nunca dariam certos juntos.
— Eu fui tão idiota? – ele apressava o passo em direção a mulher, que corria pelo apartamento pegando suas coisas — Me escuta, eu não gosto dela e nem nada do tipo. Esse encontro não foi proposital e você tem que acreditar em mim.
— Eu tenho, Harvey? Será mesmo que eu tenho.
Ambos estavam com lágrimas nos olhos, eram dois jovens tolos demais pra saber como amarem um ao outro.
— Pra aquele que já destruiu a minha confiança, será mesmo que eu deveria acreditar em você?
— Eu sei o que aconteceu naquele seu encontro com a Paula – ela quebrou o silêncio estabelecido entre eles, só se escutava as pessoas do restaurante conversando — Depois que você foi embora ela me procurou.
Ele olhava pra ela com um sorriso de leve, ele sabia que Paula se encontrou com Donna. Ele estava no mesmo restaurante observando elas de longe.
— Eu deveria ter acreditado em você.
Os dois sorriram um para o outro com seus corações na mão, era claro e evidente o quanto se amavam profundamente.
— Eu gostaria que você tivesse acreditado, quem sabe a gente não estaria tendo essa conversa – e mais uma taça de vinho foi terminada, Donna só observava o quão rápido Harvey estava bebendo.
— Teríamos essa conversa de qualquer jeito, you know. – aquilo é um fato e ele não podia negar. Por mais que eles se amassem além do possível, o amor entre eles nunca iria sustentar aquele relacionamento que nem tinha começado — Eu estou casada, Harvey. Estou feliz, tenho a minha família e a minha vida e isso basta para mim. Eu entendo sua intenção de ter marcado esse encontro, resolver os problemas do passado pra que conseguisse seguir em frente. Mas acabou.
Ele sabia.
Sabia que tinha que seguir em frente.Depois que ele deixou a cidade por não suportar o fato que ela nunca o perdoaria, Harvey não conseguia mais fazer coisas básicas da sua vida. Fazia terapia três vezes na semana, mal dormia e sempre estava drogado para dormir, precisava de remédios. Seus ataques de pânico só piorava a cada dia que passava.
— Eu sei o quanto é difícil pra você, foi pra mim também – ela colocou a mão por cima da dele que estava descansando na mesa, ambos estavam tentando se reconfortar — Mas eu não posso.
Ele nunca fugiria do som da mulher que amava ele, essa é a maldição da vida dele. Amar Donna e não poder tê-la.
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Silver Springs | Darvey
Fanfiction- You'll never get away from the sound of the woman that loves you, Harvey.