como se quebra alguém.

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Era uma manhã de segunda-feira quando de repente a porta do quarto se abre.

- VEM Morty, temos que ir a um planeta pegar *burp* matéria para meu novo experimento. - Disse Rick puxando a perna do mais novo para fora da cama o fazendo cair.

Morty era um menino tímido e medroso, além de não ter amigos o que o fazia ficar pensativo e triste ao mesmo tempo.

- Rick, eu na-não posso faltar hoje. Já estou quase reprovado e jeez.. mamãe não ia gostar de sa-saber que eu repeti. - Diz Morty enquanto o mais velho puxava o seu pé. - e outra, você tá bêbado e ainda é sete da manhã...

Rick não gostava quando seu neto vinha com sermões. 

Quem era Morty para falar o que o mais velho podia fazer ou não? Ele era o homem mais inteligente de toda galáxia e seu ego não ia deixar isso passar batido.

- Olha-olha aqui Morty. - Diz Rick puxando o mais novo pela blusa do pijama. - a única pessoa que falava o que eu devia fazer ou não já morreu a muito tempo e-e outra... Quem liga pra porra de escola, anda logo e vem. - Rick saiu puxando o mais novo pelo colarinho da camisa o fazendo levantar em direção à porta.

Morty apenas resmungou em reprovação e foi atrás de Rick em direção à garagem, entraram na nave e deram partida a mais uma de suas aventuras perigosas e ridículas, sempre atrás de algo que Rick queria por motivos, digamos, fútil.

///

- Me-meu Deus Rick, chega eu não vou mais pra lugar nenhum com VOCÊ, CHEGA! - Grita Morty - você só me leva pra lugares perigosos... fazer isso tem seu preço, e tá sendo minha vi-vida.

Rick então para a nave no meio do espaço e olha para Morty. O mais velho não media suas palavras quando se tratava de se sentir superior a algo, ele sabia que Morty tinha suas divergências mas ele não dá muita importância a isso. Seu intuito sempre foi e é magoar as pessoas.

- Olha aqui seu merdinha, você ainda não percebeu que eu sou a única pessoa que faz questão de ter você como companhia? Nem mesmo o pessoal de casa sente sua falta Morty, to-todos nós somos apenas átomos responsáveis por nós mesmos, então a-antes de dizer algo, você se pergunta: eu sou tão importante assim? o que eu vou falar vai fazer alguma diferença? E na duvida, Morty, é sempre NÃO! Porquê VOCÊ não sabe NADA e nem manda EM PORRA NENHUMA!  - Respondeu Rick entre gesticulações e gritos. - Se-se você tá achando ruim Morty, vai chorar no travesseiro que é lugar quente, ninguém dá a foda pro que você sente. - E assim termina Rick voltando a direção da nave rumo a terra.

Morty ficou parado em seu canto e não disse mais nada, tentou o máximo segurar o choro que insistia em cair mas o mais novo sabia como controlar isso, afinal, sua vida toda ele sempre foi reprimido. Rick não estava errado.

Ao chegarem em terra firme Rick estacionou sua nave fora da garagem e pegou seu cantil para dar uma golada e Morty seguiu rumo ao seu quarto.

- Vai dormir agora, é? Seu-seu medroso otário! - Disse Rick num tom debochado e risonho. - Cuidado viu Morty, tá ficando boiola. - Deu uma gargalhada e foi direto para sala ver TV enquanto bebia seu cantil.

Morty subiu as escadas e antes mesmo de chegar em seu quarto já estava aos prantos, correu para sua cama e começou a chorar e ter pensamentos como:

"por que ele me trata assim?" "eu to ficando cansado de tudo isso." 

Morty estava confuso sobre o que sentia sobre Rick, ele sabia que no fundo pra ele sentir todo aquele desconforto e falta de carinho vinha de algo muito mais além do que um sentimento fraternal, era um amor estranho.

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