Capítulo 23

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19 de maio de 2024

Adeline

Hoje é o GP da Emilia Romagna, e tem quase dois meses da minha incrível viagem com Charles, e quase dois meses que não nos falamos, não além do profissional necessário entre repórter e piloto.
Sim, nós nos afastamos após aquela viagem que foi um verdadeiro sonho, e exatamente por isso decidimos que deveria ficar apenas naquilo... bom, eu decidi... para não estragar as coisas, não nos machucar.
Charles relutou um pouco a princípio, foi até Londres para tentar me fazer mudar de ideia, expôs o fim de seu namoro para a mídia, mas a questão não era essa, nunca foi. O fato é que eu não posso me envolver agora, muito menos com ele.
Toda vez que vejo o número 16 passar por mim no meio do paddock, meu coração para por alguns instantes e depois volta a bater mais rápido que as asas de um beija flor. Tenho que me controlar para não sair voando e ir até ele, mas Charles se quer olha pra mim e entendo seu motivo e acho melhor assim, apesar de já ter ido para o banheiro chorar em alguns momentos.
Stella tenta me animar e diz para eu aproveitar o máximo que posso com todos os fotógrafos, repórteres, mecânicos e qualquer outro cara que apareça afim de mim, mas acabo não levando muito adiante, as vezes topo um date ou outro, mas nada além de uma noite.
Mas esse GP tem outros problemas para além da minha "não" relação com Charles, e se chama... meus pais.
Meu pai ficou imensamente feliz com o presente que Leclerc me arrumou para enviar a ele, os bonés da McLaren, e eu consegui três convites vips para meus pais e meu irmão nesse GP.

- Seu amigo Charles irá aparecer para dar um oi? - pergunta meu pai pouco tempo depois de me encontrar. - Gostaria de agradecer aos mimos da McLaren, ainda mais por um ferrarista ter feito isso.

- Não só um Ferrarista, pai. Um piloto da Ferrari. - diz meu irmão.

- Pois para mim vocês estão falando grego. Nem sei se vou aguentar assistir a corrida toda, não suporto esse barulho. - diz minha mãe.

- Pai, eu não sei se o Charles vai aparecer aqui, mas eu direi a ele que o senhor ficou contente. - digo ao mais velho e ignoro a reclamação de mamãe.

Eles não sabem o que rolou comigo e o piloto, e acho melhor assim, deixo apenas eles pensarem que foi um gesto amigável e que ele ainda tem um certo contato comigo e não que me afastei dele devido aos traumas de meu antigo namorado sociopata.

- Lá está ele! - diz papai. - Hey, Charles Leclerc! - acena com a mão. - Filha, ele está vindo!

Não pode ser! Charles finalmente vem andando na minha direção e não é em um momento de entrevista.

- Adeline... - ele diz um sorriso simpático em seus lábios, mas é a mesma faixada treinada para as entrevistas.

- Oi Leclerc. Esse é meu pai. - apresento-os

- É uma honra finalmente conhece-lo. Adeline me falou muito sobre o senhor. - diz Charles.

- É uma honra também conhecer você, Charles. E eu gostaria muito de te agradecer pelo mimos da McLaren que me mandou. - ele diz rindo.

- Só não espalhe. Não quero perder meu emprego na Ferrari. - Charles retribui a piadinha.

- Claro, até porque Adeline ficaria arrasada se o seu piloto favorito saísse da sua equipe do coração. Mas não comente com ninguém, ela não pode perder o emprego também.

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