Livin' just to find emotion

Capítulo 24

Fiquei rolando na cama do hotel após meu jantar em família, repensando o que mamãe disse, quando olhei o relógio  vi que ainda eram 00:20, resolvi descer e ir até a piscina tomar um ar.
Peguei uma garrafinha de champanhe que tinha no meu frigobar e entrei no elevador. Não estava comemorando nada, apenas queria o álcool para me ajudar a relaxar, enquanto me sentava na beira da piscina, botando meus pés dentro dela. Era uma noite quente até demais... ou seria meu corpo tentando expulsar toda estupidez que existe dentro de mim?
Por um tempo fiquei ali, com os pensamentos vagando sobre músicas, pessoas que eu não via tinha um bom tempo, um bolinho que iria procurar quando chegasse em Londres... ótimo, estava funcionando a distração, até que meu celular vibra me tirando do transe aleatório em que me encontrava.

Charles Leclerc:
Está acordada?

Essa foi a mensagem que apareceu no visor me fazendo tremer do pé a cabeça.
Deveria responder?
Por um instante pensei em jogar meu celular na água, mas... não era isso o que eu queria? Uma chance de conversar com ele?

Adeline:
Estou sim.
Aconteceu alguma coisa?

Charles Leclerc:
Onde você está?

Adeline:
No hotel Sequoie.

Charles Leclerc:
Acompanhada?

Adeline:
Não. Meus pais estão
no quarto dormindo.

Charles Leclerc:
Nenhum encontro romântico?

Adeline:
O que você quer?

Charles Leclerc:
Conversar com você.

Já estou chegando. Pode
descer e me encontrar?

Adeline:
Estou na piscina.

O que Charles queria conversar comigo? Essa troca de mensagens me deixou aflita e um tanto agitada. Eu estava com um vestido velho que botei para sair do quarto, o cabelo todo bagunçado e... Por quê estou me preocupando com isso? Charles já me viu de tantas formas naquela semana na Austrália. É isso que mentalizo e resolvo ignorar minha aparência desleixada.
Não preciso estar produzida para ver o cara que eu chutei... Mas que ainda queria.
E lá estava ele.
Com uma calça bege clara e uma camisa branca. Simples e elegante. Pensei em me levantar da piscina, mas minhas pernas parecem ter adormecido.

- Oi. - ele diz quando está mais próximo.

- Oi, Charlie - respondi tentando manter a voz firme.

Ele pareceu tremer ao ouvir a forma como o chamei.

- Você realmente torceu hoje por mim?

- Veio aqui só para me perguntar isso? - provoco. - Eu torço por você em todas as corridas...

- Não vim aqui te perguntar isso. - ele me interrompe e se abaixa próximo a mim. Posso sentir o cheiro de álcool vindo dele.

- Então pra que veio?

- Porque um monte de mulher me encheu o saco a noite inteira...

- Você veio falar de mulher comigo? - foi a minha vez de interromper.

- Olha... eu só tenho que dizer uma vez e você só tem que ouvir. Várias mulheres chegaram em mim hoje... e nos últimos meses também, mas nada e nem ninguém tira você da minha cabeça. É desesperador!- ele respira fundo e passa a mão nos cabelos. - Eu não consigo agir como se você fosse só mais uma jornalista que vem me perguntar como foi a corrida, porque você não é! A vontade que tenho é de gritar na frente das câmeras e dizer que eu entro no carro e saio pensando em uma única coisa que é ver você, e eu tenho que controlar todas as minhas forças para não te agarrar ali mesmo e te beijar com toda paixão que tem queimado o meu peito e vem me corroendo. - ele pausa para controlar a respiração. - Adel... eu não sei mais o que fazer. Tentei de todas as formas ficar longe, mas não consigo.

- Charlie... - eu puxo seu rosto para que me olhe nos olhos.

- Não faz isso. Não me chame assim se for pra me mandar sumir outra vez. - ele diz com o olhar triste.

- Não vou fazer isso.

- Não vai? - ele me olha confuso.

- Eu também não aguento mais ficar longe de você.

Então Charles acaba com a distância que há entre nós e me beija com tanto fervor, tanta paixão que sinto minha cabeça rodar.
Eu o convido para subir comigo para meu quarto e ter mais privacidade para conversar e matar a saudade que estávamos sentido um do outro.
Acho que esse tempo em que ficamos longe, serviu para que pudéssemos ver o que realmente queríamos.