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Sn on

Ouvi estouros e voltei a consciência, meus pulsos ainda estavam presos, mas de alguma maneira as algemas estavam frouxas e com um puxão pude me soltar.

Levantei cambaleando e completamente zonza, segurei nas paredes e fui até a porta, dando de cara com o caos ou o próprio inferno.

Haviam corpos nos corredores, pessoas mutiladas e quando olhei para o lado vi sangue na parede.

Minha garganta fechou na mesma hora, senti-me sufocada. O sorriso da Sra. Park apareceu diante dos meus olhos e antes que eu tivesse ou tentasse ter reação, meus olhos foram tapados por uma mão pitica que eu conhecia há muitos anos.

-Eu estou aqui. Eu disse que iríamos nos reencontrar.

- Minnie.

Me virei e abracei Jimin com força, inalando o perfume dele e pouco me importando que ele estivesse coberto de sangue alheio.

- Vocês estão bem? - Ele esfregou minha barriga.

- Sim. O que fez com Félix?

- Está preso no carro, por que?

- Eles não sabiam quem eu era, ele foi enganado pelo pai tanto quanto você.

- Tem certeza?

- Sim.

- Vamos.

Descemos as escadas, Jimin cobria meus olhos sempre que passávamos por uma parede suja.

- Abre a porta. - Jimin ordenou para Hoseok.

- Vocês estão bem, Sn? Meu sobrinho?

- Sua sobrinha, estamos bem.

- É uma menina? Vou ser pai de menina? - Jimin sorriu quase se esquecendo de onde estávamos.

- Eu ainda estou algemado. - A voz de Félix me fez dar uma leve tremida.

- Minha mulher ficou algemada, ainda sim te defendeu e disse que é inocente.

- Por que me defendeu?

- Sua voz, me é familiar. - Respondi. - Posso praticar tiro ao alvo? - Perguntei olhando pra Jimin e todos me encararam.

Taehyung não parava de esfregar minha barriga, disse que tava esquentando a bebezinha.

- Vai praticar em mim? - Feliz perguntou e pela primeira vez olhei no fundo dos seus olhos.

- Nele. - Mirei a arma para o pai dele.

- Filha da puta. - Ele falou e eu ri.

- Muito me admira você chamar minha mãe de puta, quando na verdade você trepou com ela e a engravidou, né.... Papai.  - Falei e ouvi todos se espantarem.

- Sn?

- Você esqueceu de tapar meus olhos na escada Minnie. Tinha uma foto, ele abraçado com minha mãe. Era minúscula e estava escondida em um enorme porta retrato onde esse verme aparece com a esposa.

- Pai? Você ia me fazer casar com a mulher que é sua filha?

- Eu não sabia que ela era filha da  Jihyun. - Ele estava mais pálido que um fantasma.

- Ainda sim traiu minha mãe. - Havia lamento na voz de Félix.

- Tô precisando de um calmante. - Jin se abanava.

- Sn, senta um pouquinho. Nossa neném... - Os meninos estavam muito apegados com a ideia de serem titios.

- Tô bem, mas vamos aos fatos. - me sentei em um banquinho e os meninos soltaram Félix. - Você pegava minha mãe, o idiota do Park era apaixonado por ela e treinou o amor da minha vida pra me matar e meu pai, não é meu pai.

- Porra, deu um nó na minha cabeça. - Hoseok disse confuso.

- Park, sua mãe, o marido dela e eu, estudamos juntos. Éramos melhores amigos, até todos nós apaixonarmos por sua mãe. Na época eu era namorado da mãe de Félix e como não teria chances com sua mãe, acabei me casando com ela. Park sempre foi rejeitado por ela e ela apaixonada pelo atual marido. Cada um seguiu seu rumo, mas na festa de ex alunos, Park confessou que iria dopar sua mãe. Acontece que a mãe de Jimin entrou em trabalho de parto e ele precisou abandonar os planos. Eu dei continuidade, mas não precisei dopar pois ela estava bêbada, me confundiu com o marido e transou comigo.

- E minha mãe?

- Sua mãe estava em casa com você recém nascido.

- Bela reunião de família. - Jin comentou sarcástico.

- Sn, melhor ir embora, você precisa descansar e a neném também. - Jimin me deu um beijinho no ombro.

Olhei para Félix e como se nos conhecêssemos a anos, ele entendeu o recado, pegou a arma e um disparo foi o suficiente para acabar com a vida aquele homem, cujo o DNA estava em minhas veias também.

Voltamos para a Coreia, tomei um banho de banheira, quentinho e relaxante.

- Sn, O Jin e o Yoongi fizeram comida. - Jimin entrou tímido no banheiro e me tirou dos desvaneios.

- Tá bom.

Me vesti e descemos.

- Eu acho que temos que conversar. - Falei.

- Sim. O seu elo com a máfia, eu ainda não entendi.

- Você. Sempre foi você. - Fiz uma pausa e expliquei. - Então seu pai ao ser rejeitado novamente resolveu se vingar e você era a arma perfeita.

- Seria, se não tivesse me apaixonado por você.

Ficamos conversando sobre as visões que tivemos, mas eu não contei a parte da internação.

- Eu recebi isso, por email.

Ele me mostrou uns papéis, todos os dados da minha internação estavam lá.

- Você recebeu isso quando?

- Sn, eu não trago uma pessoa para dentro da minha casa, sem antes saber o passado, presente e futuro dela.

- Então sabia quem eu era?

- Não consegui assimilar, é como se tudo estivesse bloqueado, até aquele dia que te levei para o hospital. - Ele pegou minha mão. - Eu quase te matei.

- Eu disse que não havia vida sem você. Mas já passou, hoje é um novo dia.

- Sn eu quero mais.

- Como assim?

- Já tivemos um passado juntos, estamos tendo um presente juntos e você carrega no ventre nosso futuro juntos, mas isso não basta. Eu quero mais. Quero que carregue meu sobrenome.









PRIMEIRA DAMA - JIMIN/SNOnde histórias criam vida. Descubra agora