Capítulo 1: Encontro no Beco Escuro

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Era uma noite tipicamente agitada no clube Ozzie's. O som ensurdecedor da música ecoava pelos corredores enquanto demônios de todas as formas e tamanhos se entregavam aos prazeres do inferno. Asmodeus, o imponente demônio da luxúria, observava tudo com um sorriso satisfeito enquanto seu parceiro, Fizzarolli, executava uma performance deslumbrante no palco. Mas no meio do caos e da diversão, algo diferente estava prestes a acontecer. No beco escuro atrás do clube, onde os demônios raramente se aventuravam, algo chamou a atenção de Asmodeus.

 Entre as sombras, ele ouviu um choro fraco e angustiado. Ele trocou um olhar curioso com Fizzarolli, que, após terminar seu número, seguiu seu parceiro para investigar a origem do som. Lá, em meio ao lixo e à escuridão, encontraram uma pequena figura encolhida. Uma menina, com pele pálida e pequenas escamas brancas e prateadas brilhando à luz fraca da lua. Seus cabelos brancos eram emoldurados por cílios volumosos da mesma cor, e seus olhos dourados, apesar de cheios de lágrimas, mostravam uma inocência desarmante. Asmodeus ajoelhou-se ao lado dela, sua presença imponente suavizada por um olhar de preocupação.

 "O que temos aqui, Fizz?" ele murmurou, estendendo a mão para a criança. 

"Não sei, Ozzie," respondeu Fizzarolli, suas habituais piadas esquecidas diante da cena inesperada. 

"Mas parece que alguém a deixou aqui. Quem faria isso?" A menina, ainda soluçando, olhou para eles com uma mistura de medo e curiosidade. Asmodeus, sempre o charme encarnado, sorriu suavemente.

 "Ei, pequena. Não precisa ter medo. Vamos cuidar de você, certo, Fizz?" Fizzarolli assentiu, sentindo uma onda de proteção que ele nunca experimentara antes. 

"Claro. Vamos tirá-la daqui." Assim, levaram a pequena de volta ao clube, onde a atmosfera de festa continuava inabalada.

 No escritório privado de Asmodeus, a criança se sentiu um pouco mais segura. Enquanto Fizzarolli procurava algo para aquecer a menina, Asmodeus a observava atentamente. "Como você se chama, pequena?" A menina apenas olhou para ele com seus olhos dourados, sem responder. Parecia que ainda não sabia falar. Asmodeus, percebendo isso, sorriu gentilmente. 

"Tudo bem, você não precisa falar agora. Vamos cuidar de você." 

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Nos dias seguintes, Asmodeus e Fizzarolli se dedicaram a cuidar da menina. Deram-lhe o nome de S/n. Logo, a presença dela começou a transformar a dinâmica do casal. Asmodeus, conhecido por sua extravagância e luxúria, encontrou uma nova faceta de si mesmo. Passou a se preocupar com coisas simples, como a saúde e o bem-estar de S/n. Fizzarolli, por sua vez, mostrou uma ternura que poucos conheciam. Uma noite, enquanto brincavam juntos, S/n se aproximou de Asmodeus e, com um sorriso doce, murmurou: "Papa." O coração do imponente demônio se derreteu. Minutos depois, ela se voltou para Fizzarolli e disse: "Mama." Os olhos de Fizzarolli se encheram de lágrimas de alegria.

 "Você ouviu isso, Ozzie? Ela nos chamou de papai e mamãe." Asmodeus, com um sorriso radiante, assentiu. "Sim, ouvi. Somos uma família agora."

S/n não era apenas uma criança perdida no inferno; ela se tornou o coração de uma família improvável, mostrando que mesmo nas trevas mais profundas, o amor e a esperança podem florescer. E assim, Asmodeus e Fizzarolli, agora papai e mamãe, continuaram a proteger e amar sua pequena dragão, enfrentando juntos tudo o que o inferno lhes reservava.

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