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Kim Jisoo pov

Eu ainda não acreditava no que presenciei, minha mente não conseguia processar nem parte disso, e nem se passava pela minha cabeça alguma forma de dizer isso para Rosé, imagine só como ela ficaria ao saber que a irmã está viva! Isso só pode ser um sonho, ou um pesadelo. Mas falando nisso, como ela pode estar viva? Eu a vi deitada na cama daquele hospital, sem vida, desacordada, eu estava lá em seu enterro. Como pode?

Estou de volta a Seul com Rose, mas ainda não contei nada. Sinceramente.. nunca esperava dizer isso mas, eu queria estar em Nova Iorque. Saber que minha Jennie está lá, e viva! Isso me dá uma vontade indescritível de voltar para aquela que eu dizia ser uma cidade maldita.

Mas eu vou voltar, eu só não podia deixar a empresa sem nenhum supervisor assim do nada sem explicação, e além disso, a estádia do hotel já tinha acabado e não tinha como ficar por mais tempo. Vou apenas organizar as coisas por aqui e voltar para lá o mais rápido possível, eu preciso da minha Jennie.

O elevador para no andar escolhido por mim e então as portas abrem, entro em meu escritório e imediatamente pego o telefone para chamar Rose para vir a minha sala. Não demora muito e vejo a porta ser aberta.

– Por que me chamas?– Disse sorrindo e veio até minha mesa.

– Precisamos falar sobre algo em específico...– Se sentou e fechou a cara ao ver minha expressão séria.– Precisamos adiantar tudo que for possível para hoje, e fazer uma reunião para falar sobre a colaboração que conseguimos.

– Certo.– Anotou em seu tablet.– Mas por que exatamente?

– Vamos voltar para Nova Iorque.– Seus olhos se arregalaram e começou a tossir, me apressei em entregar o copo de água que estava em minha mesa para ela.

– O que?!– Falou após beber o líquido gelado.– Por que isso? Não vai dizer que é por causa daquela garota... Afinal, você nem disse o que aconteceu depois que você foi a cafeteira.

– Era exatamente sobre isso que eu ia falar. Eu encontrei ela lá, conversamos um pouco e.. ela me disse seu nome, Jennie Ruby Jane...– O rosto de Rose ficou ainda mais espantado.– Também me mostrou duas fotos, uma dela criança, a mesma que a nossa Jennie tinha no quarto de vocês quando mais nova, e uma dela com os pais, ou melhor, os pais de vocês.

– Você está brincando, não está? Jisoo.. diga que é uma brincadeira...

– Não. Ela ainda me confirmou dizendo o nome deles, Hana e Erik, disse com todas as letras. Ainda pode haver alguma dúvida?

– Jisoo olha a gravidade do que você está dizendo, como a minha irmã pode estar viva?! Isso não faz sentido nada faz! Por que... Se ela conhece nossos pais, como ela não me conhece? Ela não disse nada sobre mim?

– Não, ela não disse nada sobre você Rose.– Falei. A vi ficar ainda mais atordoada, se levantou com as mãos na cabeça e passou a andar de um lado para o outro.– Mas diga nada a ninguém, nem aos seus pais, é melhor. Não sabemos o que acontece e o que pode acontecer.

– O que nós vamos fazer? Como você consegue ficar tão calma com isso?– Finalmente parou de andar, olhou fixamente para mim, estava claramente preocupada e nervosa.

– Não estou tão calma quanto pareço Rose. Bem, é por isso que quero voltar a Nova Iorque, falar com ela, descobrir mais coisas e quem sabe entender o que de fato aconteceu e porque ela está viva.– Fui até a loira e a abracei forte, normalmente é ela quem me acalma mas ela estava precisando, acho que ela sempre esteve mais abalada com a morte de Jennie apenas não demonstrava, e saber que ela está viva foi como um baque total.– Sei que é muita coisa para você, mas tente não pensar muito nisso agora e vamos fazer tudo que precisar na empresa hoje! E depois, em Nova Iorque, pensamos melhor nesse outro assunto.– Sorri tentando passar conforto para ela.

– Tudo bem... Posso contar pelo menos para Lisa? Sabe que ela é de confiança.

– Okay, mas apenas para Lisa.– Sorriu levemente, ainda estava visivelmente abalada. Beijei sua bochecha e a soltei, então ela saiu de minha sala.

Respirei fundo e voltei a minha mesa, tentando ao maximo focar apenas em meu trabalho.

•••

– ...Então é basicamente isso, lembrem-se de ficarem sempre atentos para a chegada das embalagens e produtos.– Finalizei a reunião e todos já estavam prestes a se levantar quando me lembrei de outro aviso.– Ah! Antes que me esqueça. Terei que ficar por mais alguns dias fora para fins pessoais e da empresa também, então Roseanne terá que ir comigo. Por isso estarei deixando a Lalisa, nossa diretora do décimo andar, no comando, apenas até que eu ou Rose volte.– Todos apenas concordaram e sairam da sala de reunião.

Estava guardando algumas pastas quando vi Rose se aproximar de mim.

– Quando pretende ir?– Perguntou.

– Não sei, preciso ver algum lugar que possamos ficar por bastante tempo, hotéis já foram descartados da lista.– Falei enfim arrumando tudo.

– Vou dar uma procurada nisso. Enfim, até amanhã, Sooya.– Sorriu como sempre e saiu da sala.

•••

– Certo. Acabamos nossa sessão por aqui, você foi muito bem hoje.– A mulher a minha frente diz.

Faço terapia semanalmente ou a cada duas semanas, depende muito. Além de ser algo praticamente essencial para qualquer pessoa, também é necessário para eu apenas tentar superar a morte, ou suposta, de minha esposa.

– Posso apenas te fazer uma pergunta? Não tem muito aver com nossas consultas mas eu realmente queria saber.

– Faça.

– Se alguém perder a memória, por uma batida, acidente, não sei, tem chance dela se lembrar de tudo outra vez?– A mulher me olha confusa mas me responde.

– Se for por uma pancada, dependendo do que tiver acertado no cérebro da pessoa ela pode tanto se lembrar quanto não. Mas isso é muito relativo.

– Ah sim, entendi.– Balanço a cabeça positivamente e então me levanto do divã me preparando para ir a porta.

– Iremos falar sobre isso na próxima consulta?– Ela pergunta sugestiva.

– Não, ainda não.

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