Eu nasci viado. Amém.

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Eu nasci viado. Amém.

Perdão, comecei agressivo demais, senhor. É a falta de experiência. A mão suada, de tantas punhetas, segura outro objeto em riste, a caneta; não tão habituada à minha textura, ela teima em escorregar nas palavras e desviar os pensamentos.

Sim, gosto de pau, de pelo, de suor, de porra. Nasci viado e morri viado. Não, não estou morto. Xô, Brás Cubas. O coração ainda bate, mas sinto como se estivesse enterrado. Nasci enterrado. Nasci evangélico. Não nasci pastor, mas estava escrito, segundo o bondoso destino de deus...

Mamãe me criou na Congregação Cristã do Brasil. Dela falarei ao longo do livro, mas já adianto: queria mesmo era ter nascido católico. Invejo suas imagens, teatrais, convincentes. Ver é mais fácil, senhor. Cristo pendurado, cheio de sangue, agonizando, morrendo pelos meus tantos pecados – como se eu tivesse pedido por isso.

Estou internado num hospital católico e o Crucificado está a minha frente. A verdade é que não sei por onde começar essa história. Não que eu não lesse muitos livros e nunca tivesse pensado em escrever um. Sempre li, mas... mas, nada! Esse assunto como o do porquê estou internado, guardo para um próximo capítulo. De início, a pequena nota:

Minha história é a história de tantos outros, personagem que busca redenção, homem que busca felicidade, fiel que busca deus, gay que busca pa(u)z.

"Pa(u)z"é algo que nem de literário pode ser chamado. Comecei agressivo e piadista.


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