Em um reino mágico distante, a fada Ágatha Campbell se apaixona pela bruxa Jude Linx, cuja família vem de uma longa tradição de caçadoras de fadas. As duas eram amigas na infância e foram separadas por uma antiga regra que proibia a união entre fada...
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Será que ela se lembra de mim?
Será que Jude sente saudades dos dias em que brincávamos de corrida pela floresta? Ela em sua vassoura, e eu, com minhas asinhas brilhantes. Era tão divertido... Mas a minha parte preferida era quando brincávamos de família, eu como filha e ela como mãe. Na verdade, nossos pais viam assim. Eu era a mamãe e ela o papai.
Jude sempre demonstrou que não é hétero, mas muitos acreditam que esse seu comportamento diferente é apenas "coisa de bruxa". Eu acho que uma coisa não tem nada com a outra.
Eu não tenho nada contra mulheres lésbicas, mas não sou assim e nunca vou ser. Existem garotos que eu acho bonito, sabia? Não sinto atração por mulheres. Mas Jude, ela me deixa confusa. A saudade que eu sinto por ela não é igual a que se sente por uma amiga. Com ela é diferente, é como se tivessem me separado do amor da minha vida. Nós tivemos uma conexão bela, como almas gêmeas...
Pensando bem, nem todas almas gêmeas são um casal, né? Eu tenho que parar de pensar tanto e prestar mais atenção nesses pratos e copos que estou lavando, se eu deixar qualquer rastro de mal feito, pode dar ruim pra mim.
- As bruxas voltaram com as missões de assassinar fadas, isso é ridículo! Você ainda fala com aquela sua amiga Judas? - Minha mãe diz passando atrás de mim e ficando ao meu lado, enxugando a louça e guardando nos armários.
- Mãe, eu já te disse várias vezes que não falo com a Jude há muitos anos. - Não gosto quando ela traz esse assunto à tona, ainda mais quando se refere a Jude como "Judas". Isso me incomoda profundamente.
- Como posso ter certeza disso, Ágatha? Você está sempre voando por aí, sempre sozinha! - Ela falou preocupada e angustiada.
- Jude provavelmente nem se lembra de mim, ela deve me odiar.
Depois de dizer isso, permanecemos em silêncio, concentrando-nos apenas nas tarefas que estávamos fazendo.
...
Finalmente, terminei as tarefas domésticas, agora já posso sair.
- Mãe, vou passear pela floresta, não vou demorar muito. - Disse enquanto saía de casa, mas minha mãe me puxou e me encarou profundamente.
- Você não vai.
- Por que não posso ir? Fiz algo errado? - Perguntei, ainda confusa com a raiva da minha mãe. Ela soltou meu braço e respirou fundo.
- Minha querida, não é nada disso. É que está perigoso andar pela floresta com aquelas bruxas atacando novamente, entende?
- Mas, mãe, cada bruxa tem sua missão de assassinar uma fada em particular. É meio difícil eu encontrar justamente a bruxa designada para me matar.
