22 de abril de 1990 – Annecy, França – 20h15 da noite.
O dia foi extremamente cansativo para Marie.
Ela teve uma discussão com sua amiga Sophie, o que a deixou emocionalmente exausta.
Agora, de volta à sua casa, Marie tenta encontrar um pouco de paz e tranquilidade.
Mas isso é impossível.
De repente, ela ouve sua mãe começar a resmungar de dor.
O som é angustiante e enche o coração de Marie de preocupação.
Ela estava em seu quarto, mas corre imediatamente para o cômodo onde sua mãe está.
Exausta, Marie chegou ao quarto de sua mãe e a encontrou reclamando de dores nas costas.
A mãe de Marie sofria de um grave problema na coluna, e seus remédios para aliviar a dor haviam acabado.
Deitada na cama, a mãe de Marie diz com a voz cansada: — Marie, ligue para o doutor Glif. Preciso de anestesia.
Marie, ouvindo a ordem da mãe, vai até o telefone e tenta ligar para o doutor, mas o sinal telefônico estava fora de área.
Ela volta ao quarto da mãe e afofa os travesseiros para proporcionar um alívio momentâneo para a dor.
— Mãe, irei até a casa do doutor Glif para avisá-lo sobre suas dores nas costas — diz Marie com convicção.
A jovem então se retira do quarto da mãe e corre para a saída de casa.
A casa do doutor ficava a duas horas de distância, mas, determinada,
Marie pega sua bicicleta e parte em direção ao seu destino.
Enquanto isso
Sophie estava em seu luxuoso apartamento, acompanhada por seu affair, um jovem jornalista que ela conhecera em Mônaco.
Os dois estavam deitados na cama, trocando beijos calorosos.
Ao lado, uma pequena mesa sustentava um balde de gelo com os champanhes mais caros da França.
Sophie, com o olhar perdido, pensa em como fazer Marie lhe dever um favor.
Ela se desvencilha dos braços de seu amado e caminha até o telefone.
— Preciso ligar para a Marie — diz Sophie.
O rapaz, ainda na cama, se levanta e decide tomar um banho.
— Vou tomar um banho, meu amor — diz ele.
Enquanto o rapaz está no banho, Sophie tenta ligar para Marie
Mas não obtém sucesso.
— Onde ela deve estar? - Diz Sophie ....
No outro lado da cidade de Annecy, Marie luta contra uma forte corrente de vento enquanto pedala.
Já faz horas que está na estrada e ainda faltam 45 minutos para chegar à casa do doutor.
O Doutor Glif mora na cidade de Le Bourget-du-Lac, uma pequena comuna francesa situada na região administrativa de Auvergne-Rhône-Alpes.
Eram exatamente 2h28min de percurso.
Marie estava exausta devido ao terreno acidentado.
Cada pedalada parecia um esforço monumental.
Mas, finalmente, ela avistou a casa do Senhor Glif, uma visão que trouxe um misto de alívio e urgência.
Ao chegar ao portão da imponente mansão Glif, ela foi imediatamente abordada por guardas.
— Desculpe, senhorita, você não pode passar — disse um dos guardas, estendendo o braço para barrar sua passagem.
— Mas é urgente! — exclamou Marie, com um olhar de desespero que refletia a gravidade da situação.
— Desculpe, senhorita, você perdeu seu tempo — disse um dos guardas, com um tom de voz firme.
— O doutor Glif está severamente doente — acrescentou o outro guarda, com um semblante triste.
Marie se desespera, pois havia realizado uma viagem muito cansativa.
— Não há alguma forma de encontrar outro médico nesta região? — perguntou Marie, com um tom de súplica.
— Existe o filho do senhor Glif, que está cuidando de seu pai — respondeu o guarda, hesitante.
— Não sei se ele atenderá a sua urgência.
Então, o guarda fez contato com o filho do doutor Glif.
— Alô! — atendeu uma voz jovem do outro lado da linha.
— Desculpe incomodá-lo, mas há uma jovem aqui em frente ao portão que precisa de ajuda médica urgente — explicou o guarda.
— Qual é o nome da jovem? — perguntou a voz ao telefone.
— Qual é mesmo seu nome, senhorita? — perguntou o guarda, virando-se para Marie.
— Marie — respondeu ela, com a voz trêmula.
— A jovem se chama Marie! — informou o guarda pelo telefone.
— Marie! Peça para ela entrar e vir até a mansão — disse a voz, agora mais animada.
— Entendido, senhor — respondeu o guarda, desligando o telefone.
— Ele pediu para você entrar — disse ele a Marie.
— Graças a Deus — disse Marie, aliviada.
Marie não imaginava que o filho do doutor Glif era Gaspar, o jovem que havia deixado o bilhete na cafeteria.
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Royal Theater
RomanceConstruído em 1935 pelos engenheiros da Rainha Elizabeth, o Royal Theater era um presente majestoso para o povo francês, simbolizando cultura e sofisticação. Este teatro, com sua arquitetura grandiosa e detalhes luxuosos, rapidamente se tornou o co...