Glenda pressiona o guardanapo contra os lábios enquanto continua rindo das piadas de Fernando. Eles são como uma dupla dinâmica, onde ela é o tempero da rotina de negócios entediante dele.

— Não aguento tanta comida e risada, vou explodir — Fernando diz, com a mão pressionada sobre o estômago.

— Tava com saudades de ouvir mais risos e palhaçadas desse Fernando aqui, não do 'Fernando sério' dos negócios.

— Trabalhar pro meu avô tá sendo mais difícil que antes, ele anda cada vez mais exigente — revela Fernando. — Tenho tanto trabalho que nem consigo ter uma vida normal com meus amigos.

— Manda esse embuste pra casa do caralho e vai viver a sua vida, porra. Já disse que tu tem talento pra seguir outra profissão, mas tu continua perdendo tempo e dando dinheiro a ele, enquanto ele tá com o rabo sentado no sofá mandando e desmandando, enaltecendo apenas a cria dele. 

— Não posso ir embora antes de promover alguém — Fernando diz, mordendo a pelinha seca do lábio.

— Sabia que tinha alguém — Glenda toma um gole da taça de água. — Quem seria essa pessoa?

— Minha secretária quer ser agente imobiliária e, como ela é muito competente, estou pensando em promovê-la.

— Estamos falando da Jessie? — Ele faz que sim. — Se ela é competente e digna de um cargo melhor, dê o cargo a ela. Sei que confia nela, e pelo que fala, ela é das boas — Glenda cruza os braços.

— Confio mais nela do que em mim mesmo, nunca vi ela não atingir um objetivo. Farei ela brilhar nessa empresa.

— Amo uma garota que sabe o que quer, mas não acelere e esqueça o período experimental. — Glenda aconselha e Fernando suspira.

— Não tenho tempo pra ajudar ela direito. Os funcionários já estão todos ocupados com seu próprio trabalho.

— Deixa essa missão comigo! — Glenda descruza os braços e pega a taça erguendo — terei o prazer de lançar uma cobra no mercado imobiliário.

— Não quero nenhuma cobra na minha empresa. Já basta você na minha vida, e se depender da sua pessoa, a Jessie bate na Gisele — Fernando sorri.

— Como se a Gisele não tivesse merecendo uns tapas por ser tão descarada — Glenda resmunga.

— Ontem quase deu treta porque Gisele atendeu o telefone da Jessie e conversou com minha mãe sobre a festa da empresa. A expressão da Jessie me deixou com receio dela catar a Gisele pelos cabelos — Fernando coça a nuca — essas duas são álcool e fogo.

— Você precisa impor limites na Gisele, ela tá sempre querendo dizer o que os funcionários devem ou não fazer.

— Eu tento, mas infelizmente não tenho mais controle sobre como Gisele se comporta. E em relação à Jessie, sei que ela merece essa promoção, mas preciso pensar muito na questão.

— Imagino que seja confortável ter alguém que faça tudo por você, mas tenho certeza de que a Jessie não te suporta mais. Afinal, quem gosta de ter um chefe chato?

— Não sou chato, a Jessie seria meio injusta em não enxergar que sou o chefe perfeito. Sou ótimo com ela — Fernando levanta um escudo de ego contra a provocação de Glenda.

— Você é apaixonado nessa mulher, consigo sentir isso aqui desse lado — Glenda morde o lábio inferior. 

— Tá maluca? Eu não sou apaixonado pela Jessie — Fernando revira os olhos.

— Quando a gente tá junto, você sempre fala dela, em todas as nossas conversas o assunto sempre chega em Jessie Lopes — Glenda provoca.

— Tu bebeu quantas doses hoje? Que eu saiba, Jessie tá em outro lance e parece que tavam discutindo hoje, bem no meu escritório. Só Deus sabe o quanto tô puto. — Fernando resmunga.

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