BRUTO (Guerreiros de Kaizon #5)

1

EILEEN

“Este deve ser o lugar.”

A caverna escura paira diante de nós ameaçadoramente. Vento frio sai correndo, fazendo minha pele arrepiar.

“Tem certeza?” Belinda pergunta. “Não podemos tentar um diferente? Este parece bem… assustador.”

“Não,” eu digo rapidamente enquanto acendo a tocha que Surlok fez para nós. As pedras projetam sombras nas paredes, e tenho certeza de que acabei de ver alguns insetos se dispersando. Espero que sejam apenas as sombras pregando peças nos meus olhos.

“Temos um dever para com nossos amigos; esta é a caverna que nos foi designada. Quanto mais cedo acabarmos com isso, mais cedo poderemos voltar para casa.”

“Eu odeio cavernas”, Belinda diz. “Sempre odeiei, sempre odeio. Por que o maldito cristal não cresce em árvores ou algo assim?”

“Isso tornaria a vida muito mais fácil, não é?” Eu rio. “Você quer ir primeiro?”

“Estrelas, não, vocês vão na frente”, diz Belinda, balançando a cabeça vigorosamente.

Respiro fundo e vou para a escuridão, carregando nada além da minha tocha. Sinceramente, estou tão assustada quanto Belinda, mas tento não demonstrar. Temos que permanecer fortes pelos nossos amigos. Surlok precisa de um cristal para alimentar seu dispositivo de teletransporte. Com ele, ele pode abrir um portal para seu mundo natal. Não consigo nem começar a entender como isso funciona, mas acho que é por isso que ele é o gênio do nosso grupo de sobreviventes e guerreiros.

Se pudermos chegar a Kysus, o planeta natal dos Kaizon, podemos começar a lutar contra todos os invasores e escravagistas que transformaram a Terra em um inferno para as mulheres em todos os lugares. Os Kaizon são uma raça de guerreiros formidáveis, gigantes altos e musculosos com chifres e garras que cortam qualquer coisa. Com eles do nosso lado, os invasores não têm chance.

Nós todos nos dividimos em grupos diferentes em busca desse cristal misterioso. Eu me juntei a Belinda, pois ela é uma das minhas amigas mais próximas.

“O que você vê?” Belinda grita.

“Principalmente pedras”, eu respondo.

“Ha ha. Muito engraçado.”

“Mas não é brincadeira. O caminho se divide… onde Dev disse que encontrou o cristal de novo? Espero que não seja uma milha abaixo… o que ela estava fazendo rastejando em cavernas escuras, afinal?”

“Não sei. Tentando fugir de todos os casais, suponho?”

“Certo. Eu entendo isso.”

Cinco guerreiros Kaizon chegaram à Terra até agora — e parece que os guerreiros altos têm um gosto por mulheres humanas.

Um desejo insaciável é uma descrição mais adequada, na verdade. Uma vez que eles encontraram seu "verdadeiro companheiro", como eles chamam, eles andarão no fogo por essa pessoa. Eles são incrivelmente devotados e ferozmente leais.

Quatro dos meus amigos encontraram sua conexão com os guerreiros até agora: Jade e Vukaror, Makayla e Kerax, Joan e Surlok e, claro, Dev e Febakur. E o quinto casal está a caminho, porque Zoey e Drarsan foram colocados juntos para explorar uma caverna. Dev garantiu isso.

Foi amor à primeira vista para os Kaizon. Eles dizem que conhecem seu "alguém" imediatamente. Sei que alguns dos meus amigos precisaram de um pouco de convencimento antes de permitir que um alienígena tão alto, intimidador e ameaçador entrasse em seus corações (e calças).

Por mais feliz que eu esteja pelos meus amigos, estar perto de todos esses casais que estão profundamente apaixonados pode ser um pouco irritante. Só há um limite para as vezes em que você pode pegar alguém se pegando quando isso deixa de ser fofo e começa a ser um incômodo.

Ou pior: fazer você se sentir incrivelmente solitário.

Esse é o estágio em que estou agora. Sinceramente, não tenho certeza se estou ansioso ou temendo o momento em que um guerreiro Kaizon chegará para me reivindicar como sua noiva eterna.

Por um lado: Ei, você ganha um lindo protetor alienígena, amante e confidente. Um homem que vai te manter segura não importa o que aconteça . E isso é importante neste mundo sem lei, cheio de traficantes de escravos que adorariam me vender para o maior lance.

Mas por outro lado… significa ter um homem possessivo e dominante por perto. Que pode se opor às minhas caminhadas noturnas, ou à minha tendência de subir em árvores e aproveitar a vista. Se o objetivo dele era me manter segura, então ele poderia simplesmente me trancar.

Toda a minha vida eu lutei pela minha liberdade. Não vou entregar tudo isso para algum alienígena!

Mesmo que Joan continue me dizendo que os orgasmos são alucinantes. Obrigada, Joan, realmente não precisava saber disso, mas obrigada pela imagem mental de qualquer maneira.

Não sei por que estou tão preocupada; Kysus está a anos-luz de distância, e se não encontrarmos um cristal, então não haverá portal; nem alienígenas; nem futuros maridos; nem problema com que se preocupar.

“Podemos voltar agora?” Belinda diz, sua voz ecoando pelos corredores sinuosos. “Acho que já vi o suficiente. Minha cabeça ainda dói por causa daquele maldito computador.”

“O mesmo aqui, mas agora podemos falar Kaizon. Quão legal é isso? Nós dominamos uma língua alienígena, tudo porque um computador transmitiu o conhecimento para o nosso cérebro!”

Surlok, que é um gênio absoluto, conseguiu consertar a nave de Kerax e seu computador de bordo. Esse mesmo computador tem a capacidade de nos ensinar sua estranha linguagem alienígena. Todas nós, oito garotas, aprendemos Kaizon, então agora os homens não podem mais falar sobre nós pelas costas. Não tenho certeza se eles realmente fizeram isso, mas de qualquer forma, eles não podem mais!

"Vamos lá. Você tem que admitir que isso é muito legal", eu digo.

“Sim, bem, até agora tudo o que me deu foi uma dor de cabeça latejante, e não há alienígenas aqui para conversar de qualquer maneira.”

Um arrepio percorre minha espinha. Espero que não.

“Eu quero voltar. Não tem nada nessa caverna”, Belinda diz. Ela suspira profundamente e senta em uma pedra, seus olhos de cachorrinho implorando para que eu pare. “Além disso, não é hora do almoço?”

“Acabamos de almoçar.”

“Eu quis dizer o segundo almoço.”

“Vamos um pouco mais longe”, eu digo. “Quero ser bem minucioso.”