Discutir com Aleksios é exaustivo.
Eu estava sentada na cama, o quarto parecia um espaço isolado de um pesadelo do qual não conseguia escapar. A dor nos meus ferimentos era constante, mas o que me atormentava mais era a sensação de estar aprisionada dentro da mente de Aleksios Dobrev, um homem cuja presença parecia ser um labirinto de gelo e fogo.
Ele tinha aquele olhar penetrante, como se visse através de mim, e um jeito de se aproximar que misturava ameaça e sedução. A ironia não passava despercebida para mim, e a verdade era que eu não sabia se devia me sentir aterrorizada ou excitada. Ou, mais provavelmente, um pouco das duas.
— Aleksios? — chamei, tentando desviar minha mente dos pensamentos intrusivos. Sua presença era um contraste gritante com a serenidade falsa que eu tentava manter. Quando ele olhou para mim, senti um frio na espinha.
O que ele queria de mim? Mais do que qualquer outro sentimento, a confusão me dominava. Eu tinha um desejo irracional de sair dali, mas sabia que minha situação era muito mais complexa do que uma simples fuga. Ele me fez sentir uma variedade de emoções contraditórias que, honestamente, me deixavam insegura sobre o que eu realmente queria.
Quando ele começou a falar, o tom firme e autoritário dele cortou o ar. Ele mencionou um médico, mas a forma como desviou de minhas perguntas me fez perceber que ele estava apenas marcando território. Sua presença era um lembrete constante de que eu estava completamente à mercê de seus caprichos.
— Em breve teremos um médico aqui para avaliar seus machucados — disse ele, com uma frieza calculista.
Eu me sentei na cama, tentando não deixar a dor me dominar. O olhar dele sobre mim era como uma sombra pesada, e eu sabia que ele estava esperando algo. Meu instinto era lutar contra isso, mas não sabia exatamente o que poderia fazer para mudar a situação.
— Olha só... nada vai acontecer, já te disse. E se ocorrer, não se preocupe. Eu nunca seria um empecilho em sua vida, fui irresponsável, fomos..., mas não quero nada me ligando a você e nem a nada — tentei afirmar, mas a fraqueza em minha voz traiu meu verdadeiro estado de espírito.
O olhar penetrante dele continuava a me incomodar. Ele parecia querer algo mais de mim, algo que eu não estava disposta a entregar. Seu tom se tornou mais intenso, e ele se aproximou ainda mais, até quase tocar a cabeceira da cama. Era como se estivesse tentando me aprisionar em um espaço que era, ao mesmo tempo, claustrofóbico e carregado de uma tensão quase elétrica.
— Do que você foge, Katy Ferraro? — perguntou ele, a voz carregada de um tom que desafiava minha resistência. — Do que tem tanto medo?
Eu engoli em seco, tentando manter a compostura enquanto meu coração batia descompassado. Ele estava provocando algo em mim que eu não conseguia controlar. Suas palavras e seu comportamento me desafiavam a confrontar o que eu realmente sentia.
— Eu... eu apenas não me ligo a ninguém. Não são só os homens que podem curtir uma vida de liberdade e nem os que não querem dar satisfações a quem quer que seja — respondi, tentando manter o máximo de indiferença possível. Mas, ao encará-lo, eu sabia que ele via através da fachada que eu tentava manter.
Ele se inclinou ainda mais, sua boca quase tocando meu ouvido. O calor da sua respiração fez com que eu estremecesse involuntariamente, e um arrepio percorreu minha espinha quando ele beijou a pele abaixo da minha orelha. Eu me senti vulnerável, e a tentativa de esconder meu desconforto se tornou ainda mais difícil.
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DOMINIUM - A PERDIÇÃO DO PAKHAN. VOL 1( NA AMAZON )
General FictionKaty Ferraro carrega um passado sombrio e perturbador, forçada a se reinventar na vibrante e caótica Miami como uma garota de programa. Quando seu primeiro cliente chega, ela mal imagina que está prestes a se envolver com um homem que pode ser sua s...