Capítulo 17 | ALEKSIOS DOBREV.

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Katy Ferraro é uma mulher difícil... Difícil como acertar os números de um sorteio bilionário, mas ardilosa como um demônio. Uma pena que tudo isso não sirva para enrolar o diabo que eu sou. Nunca mais me importei com ninguém, nunca mais quis sequer saber o que acontecia com as mulheres que eu fodia fora da porta do quarto de hotel onde eu as levava e fora do alcance dos meus olhos.

Mas, Katy, ou seja lá quem diabos ela for, está aguçando sentimentos que há muito tempo estão dormentes em mim. Olhar para ela em cima dessa cama, dormindo, não é nem de longe um bom negócio... Entender o que acontece com essa mulher, descobrir seus segredos, está se tornando um desafio.

Pelas próximas horas, passei o tempo pensando em muitas coisas. O passado não é um bom lugar para se revisitar; mas, é irremediável quando ele aparece sem ser convidado. Acomodado na poltrona ao lado da janela de vidro, permiti que minha mente vagasse.

— O que acha, Aleksios? — meu tio perguntou, com um sorriso malicioso, olhando para uma menina que devia ter uns bons doze anos a menos que eu. — Não é uma coisinha bonita?

— Não, por favor! — ouvi o lamento em uma voz doce, como se fosse a de um anjo.

— Oh, cale a boca, vadia! — meu tio bradou, a fúria pulsando em sua voz. Sem que eu pudesse intervir, ele desferiu um tapa cruel no rosto da menina. A mão dele, pesada e implacável, estampou um sinal vermelho no rosto dela, fazendo-a cair de lado no chão. O estalo do tapa ecoou no ambiente, ressoando como um golpe direto no meu próprio coração.

— Tio! — exclamei, a voz embargada pela indignação e pela impotência. — Por que fez isso? — questionei, meu peito subindo e descendo em respirações rápidas. A dor e o choque eram palpáveis, como se a cena estivesse se desenrolando em câmera lenta diante dos meus olhos.

Não era assim que minha mãe me ensinara a agir. Ela, que, apesar da sua profissão, sempre me disse para tratar as mulheres com dignidade. Mesmo que ela fosse uma prostituta, como meu tio gostava de frisar e me lembrava incessantemente, uma mulher não era um saco de pancadas. Sua força não deveria se equiparar à de um homem como meu tio. Eu sabia que isso estava errado, profundamente errado.

Meu tio, com um olhar de desprezo absoluto, me encarou com uma intensidade doentia. Seus olhos, frios e cortantes, pareciam penetrar até a minha alma. Ele se aproximou com uma velocidade quase predatória e, sem qualquer aviso, agarrou meu pescoço com uma força brutal, me erguendo contra a parede. A sensação de sua mão apertando minha garganta me fez sentir uma mistura de dor e terror.

— Garoto, garoto! — disse ele, a voz um sussurro venenoso enquanto semicerrava os olhos. — Seu pai foi um merda! — Ele pausou, como se estivesse refletindo sobre o desprezo que sentia por ele. — Eu vou te ensinar como as coisas realmente são: não se importe, nunca se importe com quem não merece nada vindo de você. E elas... — ele fez um gesto desprezível com a cabeça na direção da menina caída, suas palavras cortando o ar como uma lâmina afiada — principalmente essa, é sua somente para foder... virará um homem de verdade, Aleksios. Se um dia quiser ser respeitado, não é dando uma de protetor de virgens indefesas que os homens em nosso mundo o temerão.

Ele me soltou com um empurrão violento, me fazendo sentir a agonia da perda do ar. Meu corpo escorregou para baixo, caindo no chão com um baque surdo. A dor ainda reverberava, mas a sensação de fracasso e raiva era ainda mais esmagadora.

— Agora, ande. Leve essa vadia para o quarto e a foda em todos os lugares possíveis. Essa é a sua entrada no meu mundo. — Ele terminou com um tom de satisfação cruel. Ele se afastou, sua presença poderosa se dirigindo em direção à porta.

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