Capítulo Único.

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          Beomgyu estava exausto. Havia acabado de sair de sua sala de aula. Era dia de prova e seu cérebro estava em cacos. Só queria chegar em seu apartamento, tomar um banho bem quente e se jogar na cama. Enquanto passava pela portaria, notou que começou a cair uma garoa fina e gelada, logo apressou seus passos, pois poderia evoluir para uma chuva e ele não tinha levado seu guarda-chuva naquele dia.
          Há dois quarteirões da faculdade, quase chegando em seu apartamento, Beomgyu se deparou com um gatinho. A pelagem marrom e os olhos amarelados chamaram sua atenção. Percebendo o humano ali, o bichano logo se emaranhou entre as pernas do garoto, quase o derrubando. O humano se agachou para acariciar os pelos macios do bichinho, que aceitou o carinho e ficou pedindo mais, se esfregando na mão estendida.

           — Ei amiguinho, você está perdido? — Indagou como se o gatinho pudesse responder. Estava frio demais para o bichinho estar na rua àquela hora.

          Beomgyu continuou caminhando com o gatinho em seu encalço até se deparar com um cartaz, colado a um poste. Era a foto daquele gatinho com a palavra "desaparecido" quase em neon. Sorriu e pegou seu celular para anotar o número escrito ali. Se abaixou para pegar o bichano no colo e seguiu para sua casa.
           Ao chegar em casa, Beomgyu deixou o bichinho no chão, foi até a cozinha pegar uma vasilha pequena e colocar água para o gato. Não tinha animais, então não teria comida ali para oferecer.

          — Vai ter que se contentar só com a água, bonitinho.

           Pegou seu celular e logo discou o número do tutor. Chamou uma, duas, três vezes. Na quarta vez, Beomgyu ia desligar, mas ouviu um "alô" meio confuso.

           "Olá, boa tarde. Eu peguei o seu número no cartaz. Seu gatinho está comigo, o encontrei na rua hoje."

           "Sério???"  A animação era evidente no tom de voz do outro. ”Me passa seu endereço, vou pegá-lo imediatamente. Obrigado, muito obrigado."

          "Tudo bem. Mando o endereço por mensagem.”

          "Muito obrigado mesmo."  Agradeceu mais uma vez e Beomgyu desligou. Aquele gatinho deveria ser muito importante para o rapaz. Mandou o endereço para o tutor e foi à cozinha preparar algo para comer. Não havia comido nada até o momento. Apenas fez um macarrão instantâneo e comeu rápido, logo se sentou no sofá para esperar o pai do gatinho.
          Estava quase cochilando quando ouviu a campainha tocar. Esfregou os olhos minimamente e fez uma nota mental de que deveria criar uma rotina mais saudável, não estava se alimentando direito e não dormia bem. Estava um caco. Levantou-se e se direcionou a porta. Quando a abriu, seu coração acelerou. Ele reconheceria aquele rosto até se estivessem idosos e cheios de rugas.

           — Olá! — O moreno disse. Beomgyu ainda estava paralisado.

          — O-oi. Entre. — Disse, dando espaço para o outro entrar. Estava torcendo para que ele não o reconhecesse.

          — Sou Choi Yeonjun, você é? — Disse enquanto entrava, procurando o bichano com os olhos, o encontrando em cima do sofá, dormindo. — Ele parece bem confortável aqui. — Disse sorrindo, apontando para o gatinho.

           — Beomgyu. E sim, ele é um bom garoto. — Disse, desviando o olhar. — Aceita algo para beber? Uma água, um chá?

          — Beomgyu? Esse nome não é estranho. — Yeonjun analisava o rosto do loiro. — Choi Beomgyu? Da escola HYBE? — Droga. Ele se lembrou.

         — Sim, já estudei lá.

          — Meu Deus! Nós estudamos juntos! — Ditou com um entusiasmo que Beomgyu não soube decifrar. — Você não se lembra de mim? — Fez um bico. Beomgyu sentiu seu coração querer pular para fora.

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